Capítulo vinte e dois.

380 29 10
                                    

Joe caminhava de um lado para outro em seu quarto. Nick estava sentado na cama do irmão, observando-o dar longos goles no Uísque que tinha em mãos. Joe parecia transtornado, agoniado e Nick ainda não sabia o motivo.

- Eu bati nela. –ele murmurou e Nick ergueu as sobrancelhas-

- De novo? –Nick perguntou e Joe o olhou, parecendo torturado-

- Sim, Nick, de novo. –Joe resmungou e gemeu, passando a mão livre pelo rosto- Ela ficou me provocando, falando merda atrás de merda, e eu me descontrolei, apertei o pescoço dela. –ele falou e Nick arregalou os olhos- E então ela ficou falando "Me bata", várias vezes, e quando eu vi, eu já tinha batido, e ela estava no chão com a mão no rosto. –Joe continuou e Nick fez uma careta-

- Ela é sádica? –ele perguntou e Joe bufou-

- Ela é louca. –ele respondeu e Nick balançou a cabeça-

- Não devia ter batido nela. –Nick deu de ombros e Joe largou o copo agora vazio em cima de sua escrivaninha-

- Eu sei disso, porra. –ele falou e Nick ergueu as mãos, em um sinal de desculpa- Ela falou que eu parecia ele.

- Paul? –Nick perguntou e Joe assentiu-

Nick suspirou e se levantou, passando por Joe e batendo levemente em seu ombro, como apoio. Mas Joe se afastou, pois sabia que não merecia apoio. O que havia feito com Demi era inaceitável. Lembrar que naquele momento ele cogitou matá-la com suas próprias mãos, lhe causava náuseas. Como ele poderia cogitar isso, se quando imaginava seu futuro, era com Demi ao seu lado?

- Você não é como ele. Ele nunca se arrependeu de ter batido na sua mãe. –Nick falou e Joe fez uma careta-

- Nossa mãe. –ele corrigiu, mas Nick balançou a cabeça-

- Denise não era minha mãe, Joe. –ele lembrou e Joe suspirou, passando a mão pelo rosto-

Isso era verdade. Nick era irmão de Joe apenas por parte de Paul. A mãe de Nick foi assassinada logo que ele nasceu, da mesma forma que a mãe de Demi. Paul, como era casado com Denise, decidiu dar Nick para Denise criar, e ela não teve escolha a não ser cuidar do filho do seu marido como se fosse seu. Mas assim que Nick cresceu, Paul contou para ele, e só fez com que o ódio que Nick sente pelo pai, aumentasse. Ele gostava de Denise, e foi muito difícil quando descobriu que ela estava morta. Foi Joe quem achou o corpo da mãe ao lado da cama de casal, mole e sem vida depois de uma overdose de remédios. Nick não estava na cidade naquele dia, nem Paul, por isso Joe esteve sozinho no momento mais difícil da vida dele. Quando Demi citou a mãe de Joe, ele se descontrolou, pois, as lembranças daquele dia ainda estavam em sua cabeça.

Já Demi no porão não estava tão transtornada como Joe. Estava com raiva dele, e preocupada com Nate. A noite passou e ela não dormiu, esperando alguém ou alguma notícia. Quando amanheceu, ela ouviu a porta abrir, e se sentou no colchão, observando Josh sorrir debochadamente.

- Vamos dar um passeio, boneca? –ele perguntou e Demi fez uma careta-

- O que fizeram com ele? –ela perguntou e ele caminhou até ela, lhe puxando pelo braço-

- Nada. –ele respondeu sorrindo debochadamente ainda e então observou o rosto dela- Esse machucado é novo. –ele comentou passando o dedo pela boca de Demi que estava cortada pelo soco que levou de Joe-

- Não encosta. –ela cuspiu, virando o rosto e ele bufou, a puxando-

- Vadia fresca. –ele comentou enquanto a arrastava para fora-

Quando saíram do porão, caminharam pela garagem até se aproximarem de uma caminhonete. Josh a virou e pegou em seus pulsos, amarrando-os com uma fita adesiva que tirou do bolso. Demi revirou os olhos, segurando um gemido de dor nos pulsos machucados. Quando terminou, ele se abaixou e passou a fita pelos tornozelos de Demi, apertando bem forte, fazendo-a quase perder o equilíbrio, só não perdeu, pois Josh a segurou. Quando ele levantou, riu de leve ao ver a cara furiosa de Demi, e então colocou um pedaço da fita na boca de Demi que o fuzilou com os olhos. Feito isso, ele abriu o porta-malas do carro e a empurrou para dentro, fazendo-a deitar de lado. Ela grunhiu, tentando dizer que não ia conseguir respirar, mas ele ignorou e fechou o porta-malas. Ela grunhiu mais ainda, mas o barulho foi abafado, e logo o carro estava ligado e Josh dirigia para fora da garagem.

Joe saía da mansão e caminhava até o galpão assim que viu Josh passar de carro e o acenar. Ele franziu o cenho e caminhou até o galpão, encontrando o quarto onde Demi ficava, com a porta aberta. Ele voltou para a mansão e caminhou até o escritório do pai, agora vazio.

Já Josh e Demi demoraram cerca de duas horas até chegar em seu destino. Josh entrou em uma espécie de sitio, com diversos galpões. Os mesmos galpões de Joe e Paul estiveram no da anterior. Josh dirigiu até o ultimo galpão, e então estacionou o carro, saindo do mesmo e caminhando até o porta-malas. Ele tirou uma Demi fraca e pálida de lá, mas assim que ela sentiu o ar fresco, conseguiu voltar ao normal. Ele rasgou as fitas dos pulsos e dos tornozelos, e a arrastou para dentro do galpão. Demi grunhiu de novo, apontando para a fita em sua boca, mas Josh apenas riu e negou com a cabeça, segurando nos dois braços de Demi para era não ataca-lo.

Demi até tentou, mas se obrigou a parar assim que entraram no galpão. Pelo menos vinte homens rodeavam o mesmo, e ela franziu o cenho, se encolhendo. Mas na verdade, Demetria nem teve tempo de sentir medo de todos aqueles homens, pois o pior de todos estava no meio da roda, sorrindo abertamente, enquanto Nate estava ajoelhado aos seus pés.

~

Deixando claro aqui que, pelo amor de Deus, eu não estou justificando o que Joe fez, pois o que ele fez não tem justificativa, lembrando que sou completamente contra a violência e isso é só uma ficção!!! kkk Beijos, boa leitura! <3

Behind Enemy Lines. [JEMI]Onde histórias criam vida. Descubra agora