Capítulo trinta e cinco.

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Seis meses depois.

- Eu não me importo, cara. Quero essa carga no galpão principal amanhã de manhã. –Joe falou friamente ao telefone e Demi sorriu assim que entrou no escritório- Não, quem vai conferir será Dave. Não quero saber de nenhum entregador metendo as mãos naquela mercadoria. –ele disse e encontrou Demi o olhando- Dave vai conferir e vai encarregar alguns homens para fazer as entregas. Homens capacitados, ok? Não quero nenhum inútil mexendo nessas coisas. –ele falou e desligou-

- Parece um homem de negócios. –ela murmurou e ele sorriu para ela, passando os braços pela cintura dela-

- Sou um homem de negócios. –ele murmurou e beijou seu queixo- E você é a minha mulher de negócios. –ele falou e beijou o canto de sua boca-

- Não sou sua mulher ainda, meu amor. –ela comentou e observou o anel de diamantes que havia ganhado há algumas semanas-

- Em breve será. –ele disse e sorriu para ela antes de solta-la- Falou com Nick? –ele perguntou fazendo a sua volta na sua mesa e sentando-se em sua cadeira-

- Sim, ele já está no avião. –ela falou e sentou em uma cadeira em frente à mesa- Será que Nick vai concordar com isso? –ela perguntou com uma careta e Joe revirou os olhos-

- Pare de tentar mudar minha ideia. Nick vai concordar. –Joe falou e Demi suspirou-

- Eu só acho que você está fazendo isso pelo motivo errado. –ela deu de ombros-

- Demi, para cada canto que eu olho, eu vejo meu pai batendo na minha mãe, ou em mim, ou em Nicholas. – Joe lembrou e Demi suspirou-

- Eu sei, mas... Demolir a mansão é meio radical demais. É uma casa completa, Joe. Tudo que você passou aqui é passado, não vai voltar. –ela disse e pegou a mão dele, acariciando ternamente-

- Não me importo com essa mansão, ou em como ela é completa. Temos dinheiro para construir uma melhor ainda. –ele falou e ela suspirou- Eu tenho traumas, Demi. E acho que posso cura-los fazendo isso. Colocando uma pedra em cima de todas as minhas lembranças ruins. –ele disse e Demi se levantou, fazendo a volta na mesa e sentando no colo do noivo-

- Eu estou com você, Joe. Com ou sem mansão, até morando embaixo da ponte. –ela disse e ele sorriu- Mas, se Nick concordar, onde vamos ficar enquanto constroem a casa nova? –ela perguntou e Joe beijou seu rosto-

- E quem disse que a casa nova será aqui? –ele perguntou e ela franziu o cenho-

- Você não está demolindo para construir uma casa nova aqui? –ela perguntou e ele negou com a cabeça-

- Eu vou demolir para finalizar o maldito legado do meu pai. –ele disse- Posso continuar com os seus negócios, cuidando do tráfico e das drogas, mas essa casa... Essa casa mostra o que ele era. E eu não quero mais me lembrar do que ele era. –ele disse e ela assentiu-

- Entendo... Mas então, onde vamos morar? –ela perguntou e ele lhe deu um selinho-

- Eu estou ajeitando isso, logo teremos um lugar. –ele disse e ela sorriu-

- Vamos começar nossas vidas do zero? –ela perguntou abraçando-o pelo pescoço-

- Já começamos, minha linda. –ele disse e a beijou-

Horas depois, Nick chegava na mansão, com uma mala em uma das mãos, e na outra, uma corrente. Atrás dele, muito curioso, o cachorro de Demi, Barney, que estava sob os cuidados da empregada de Matthew. Demi saiu da mansão saltitando, e o cachorro pulou no colo da dona, alegre e saudoso. Nick gargalhou vendo Demetria que, sempre tão séria, agora parecia uma criança.

- Que saudade do meu bebê. –ela disse recebendo lambidas desajeitadas de Barney, um labrador preto de apenas um ano e meio-

- Seu bebê destruiu o estofado do meu carro. –Nick comentou debochado e Demi riu, se levantando para abraçar o cunhado-

- Tenho certeza que ele sente muito. –ela falou e beijou o rosto de Nick-

Nick riu e entrou em casa. Joe o esperava ao pé da escada, e os irmãos se abraçaram fortemente. Nick havia se mudado para Nova York, onde hoje comandava os negócios de assassinatos contratados que Matthew antes liderava. Com a morte de Matthew, a empresa ficou para Demi, mas ela deixou nas mãos de Nick que, com certeza, já estava fazendo um bom trabalho. Ela havia criado uma linda amizade com o cunhado, e sempre se lembrava de Nate, que com certeza estaria orgulhoso do que ela se tornou. Demi não era mais aquela pessoa de antes. Ela havia mudado, ou melhor, ela havia se libertado.

Joe, como antes citado, havia tomado posse dos negócios do pai, e, fazendo jus ao sobrenome, liderava com sucesso o maior império de tráfico da Europa. Se alguém desse mundo deveria temer algum sobrenome, esse sobrenome com certeza seria um: Jonas.

Se bem que o "Lovato" também mete medo em algumas pessoas. E não é por acaso. Demi, ajudando o noivo, se encarregava de cuidar dos capangas novos de Joe, os treinando para a vida que a partir daquele momento levariam.

Aquela era a vida que lhes foi dada. Não por escolhas deles, mas mesmo assim, muito bem administrada. Era a vez daquela geração, mas a história dificilmente teria um fim. É assim que funciona nessas linhas.

Behind Enemy Lines. [JEMI]Onde histórias criam vida. Descubra agora