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" Não dá para ser racional com o medo. Nem com o ódio. Ambos são como o amor: são emoções quase idênticas." – Sangue do Olimpo

Não nos falávamos desde meu surto na sua belíssima sala de jantar. Ou seja, um mês. Não que sentisse sua falta... Era melhor assim...

Desde que estava casada, não queria sair de casa, mas o decoro me impedia de fazer exatamente isso. Recebia convites de várias damas para o chá da tarde ou assistir alguma apresentação. E quando voltava para casa, era informada que Ethan estava em seu escritório. Pedia para levarem minha comida ao meu dormitório enquanto tomava meu banho. Não queria encontra-lo, mas alguns empregados, em especial a governanta, me tiravam algumas das dúvidas que não consegui resolver com este.

Ethan herdou a indústria de ferro de seu pai, o qual vendia para as ferrovias. Seus pais não eram nobres, mas conseguiram adquirir com seus próprios suores a sua fortuna e assim um título respeitável, que, segundo ela, foi comprado e assim um nobre surgiu a partir de muitas libras.

A governanta estava me mostrando algumas partes da casa que para mim ainda eram desconhecidas.

- Porque Ethan não fica em casa?

Sua postura muda para mais rígida. – O senhor Sforce trabalha arduamente para conseguir seguir a linha de seu pai, para que assim, continue a sua fortuna. - Entendo... – Continuamos assim nosso passeio pelo largo corredor quando me deparo com uma porta, ela diz veementemente que não era permitido entrar, mas abro mesmo sob alguns gritos indignados da governanta. Era um pequeno escritório. Não como do andar de baixo, mas parecia algo íntimo. Passeio pelo ambiente e logo meus olhos são atraídos para uma grande pintura pendurada sob a lareira. Era uma bela mulher.

- Quem é? Será a mãe de Ethan?

A governanta parecia ter um ataque de apoplexia.

- Ela... Era a mulher que Ethan amou muito...

Meu corpo gela. Ethan já fora casado? Engulo em seco.

- Eles já foram casados? – uma lembrança me vem a mente: " - Você não é única que não gosta desta união querida Christina. Por sua causa não poderei fazer muitas coisas, muitas mesmo!" Oh! Ele queria se casar com outra, assim como eu queria me casar com Hugh!

- Oh! – não que eu gostasse dele, mas... Uma pontada de dor atinge meu coração. Dor? Ou seria pena?

- Ele ainda gosta dela? Ela está viva?

- Eu não...

A porta se abre novamente. E Ethan está com sua cara de gelo novamente. – Não acho que é de sua incumbência, Christina.

Engulo em seco. – Eu acho que sim, Ethan. Eu não deveria ficar preocupada com seus antigos amores? Ela ou qualquer outra mulher poderia aparecer aqui a qualquer momento, e eu deveria sorrir e lhe servir chá? Não acha que é pedir muito?

Seu olhar fica mais mortal. Tento não me encolher em um canto. – Poderá sim encontrar outra mulher aqui, Christina. Não lhe devo satisfações, assim como você me disse no dia em que nos casamos.

Meu rosto se desfaz, mas me recomponho rápido. Ergo o queixo e o encaro.

- Eu poderia, no mínimo, pedir que fosse fiel a mim? Ou isso é demais?

ERROS DO PASSADOOnde histórias criam vida. Descubra agora