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"Você pode achar que quer ser salva por outra pessoa, ou que quer muito salvar alguém. Mas ninguém pode salvar ninguém, não de verdade. Não de si mesmo." – Cartas de amor aos Mortos.

Minha cabeça estava com um zunido estranho. Uma dor de cabeça estava chegando, com certeza.

Respiro fundo e continuo a cavalgada. Estava furioso? Muito. Estressado? Sim. E ainda mais com Christina com todo aquele...

- Céus, ajude-me! – grito frustrado para o céu para receber ajuda divina, mas recebo em troca uma trovoada. – Estou na metade do caminho, espere algum tempo antes de desabar tudo em mim.

Fico em silêncio e tento me acalmar com o som dos cascos na terra batida e a respiração forte do cavalo.

- Porque ela tinha que morar tão longe? – grunhi e forço o cavalo a ir mais rápido.

*

- Ele não irá jantar em casa? – controlo meu tom de voz para não sair em forma de grito.

- Não senhora. Ele deixou claro antes de sair.

Tento não ficar decepcionada. – Claro. – sorrio placidamente. – Vou jantar em meu quarto.

Subo ao meu quarto e tento não pensar no que ele estaria fazendo neste momento. Talvez em um quarto com uma loira em sua cama?

Respiro fundo e engulo o nó em minha garganta. Não ia chorar por ele. Estava familiarizada com a dor e mais um motivo para alimentar ela não me abalaria. Tento me distrair das emoções conflitantes.

- Ele é só um marido que não a quer. Pare de se sentir assim, é frustrante... – esfrego meus braços e caminho lentamente à minha escrivaninha. Uma pequena pilha estava perto da vela, algumas cartas de minhas amigas e outras são convites. Separo primeiramente as das minhas amigas deslacro todas.

Sorrio ao ver a letra engraçada de Camille, não era uma letra firme e graciosa, mas sim um tipo que fugia de todas as regras de etiqueta. – Como ela... – comento e rio. Começo a ler.

"Querida Christina, já passamos disso de formalidades, e você sabe como odeio ser formal. Mas todo mal vem para o bem.

Como sabe, minha barriga está maior que o esperado e Connor me proibiu de sair da cama. Imagine minhas emoções neste momento. Estou realmente muito frustrada.

Sei que ele não faz por maldade, mas sim porque está preocupado comigo. Minhas pernas quase não estão suportando o peso extra e sinceramente penso que tem algo de errado com meu bebê. Connor me instalou em nossa casa de campo, é um lugar calmo e tranquilo, sem barulhos, me fará bem, espero.

Enviei uma nota para Helena também, mas me preocupo mais com você. Minha querida amiga, espero que este novo Ethan – como você mesmo colocou – não lhe faça nenhum mal. E se acontecer algo, venha para cá, estaremos lhe recebendo de braços abertos.

Meu coração se aperta quando vejo tristeza em suas feições, mas sei que é a mais forte de nós três. Mais que eu mesma! Sinta-se lisonjeada.

Eu não sei quando esta carta chegará, o correio deste lugar é mais lerdo que Helena. Mas assim que chegar, envia-me uma nota também.

Com carinho, Camille."

Sorrio ao terminar de ler a carta e reflito um pouco o que ela escreveu. Ethan está realmente diferente. O que ele quer em troca?

Escuto três batidas na porta antes de uma criada entrar. – Seu jantar, senhora.

ERROS DO PASSADOOnde histórias criam vida. Descubra agora