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"Alguns erros... Apenas têm consequências maiores que outros. Mas você não precisa deixar que aquela noite seja aquilo que define quem você é." – Como eu era antes de você.

- Senhora... Acha mesmo que este lugar será apropriado para sua recuperação?

Suspiro. Minhas tosses ainda estavam me incomodando. Era preciso uma mudança.

- Sim. Estamos no campo, quem sabe o ar puro daqui não me ajude a curar.

Ela volta a ajudar a limpar meu quarto. Antes de chegar, paramos em uma vila próxima e contratamos algumas mulheres para ajudar a limpar, cozinhar e servir. Era por tempo indeterminado, mas não para sempre.

Uma das enfermeiras me observa atentamente, queria fazer algum comentário, mas se conteve.

O primeiro cômodo a ser limpo e arejado foi meu quarto, e eu já estava em minha cama, repousando. A casa pequena estava sendo preenchida pela cacofonia da limpeza. Móveis sendo batidos para retirar o pó, esfregões passando pelo assoalho, vassouras varrendo.

Suspiro. E com ajuda de uma camareira, pego meus itens de escrita e uma mesinha de cama.

- Bom... É hora de perdoar algumas pessoas.

*

"Queridas migas,

Desculpe as contatar depois de tanto tempo, mas como sabem, estou em uma situação... Difícil.

Devem estar perguntando o motivo de endereçar uma carta para as duas, sei que são muito curiosas, e quero lhes contar uma coisa.

Não se animem tanto, ainda estou doente e não se está melhorando ou piorando, talvez esteja neutro, mas não crio muitas expectativas. Ethan tem se mostrado muito arrependido pelo que fez e acredito que vocês também.

Se vocês não estiverem, quero que sejam atacadas por abelhas.

Estou em um lugar recluso, longe de Londres e longe de Ethan, ele está sofrendo demais por minha doença e está definhando ás vistas de todos. Tomei então a decisão de ir me curar em outro lugar.

Mandarei pistas para ele, e se descobrir, ele virá até mim assim como eu espero.

Não mandarei meu endereço à vocês e nem enderecei esta carta para vocês, assim como perceberam, enviarei a minha camareira pessoal e assim ela encaminha minhas cartas, queimando qualquer dica de localização.

Peço que não interrompam dessa vez, amo muito vocês e não quero me decepcionar novamente.

Com carinho, sua amiga doente e em recuperação,

Christina."

- Como ela ousa? – diz Helena abaixando a carta e olhando Camille com seus meninos.

- Ela estava brava com a gente, e ela nos perdoou. – Camille graceja com os meninos e depois devolve as suas babás.

Helena caminha de um lado para o outro. Seu rosto pensativo.

- Pare com isso, Helena!

Ela faz uma careta e se senta em uma das cadeiras próxima a porta. – Como vamos ajuda-la?

Camille revira os olhos. – Ela nos pediu para não interferirmos dessa vez. E eu não a culpo, brincamos com a vida dela.

Ela suspira. – Tem razão. Então... O que faremos?

ERROS DO PASSADOOnde histórias criam vida. Descubra agora