"...É loucura jogar fora todas as chances de ser feliz porque uma tentativa não deu certo. Espero que na tua caminhada não cometa essas loucuras..."
(O pequeno príncipe)
- Seu homem desprezível! – grito para a porta em que ele tinha se trancado. – Bêbado arrogante!
- Lembre-se querida! Só bebo por você! – vem sua voz abafada.
- AAARGH! – grito socando a porta. – Porque não vem aqui falar cara a cara isso?
- Tenho amor as minhas melhores partes, querida.
- NÃO SOU SUA QUERIDA! – chuto uma última vez antes de me dirigir aos meus aposentos. Três anos. Já se passaram três longos anos. A solidão às vezes sufoca.
Desde o dia que encontrei o quadro de seu antigo amor nunca mais chorei. Nunca mais dei esse gostinho para ele. Mas hoje era a data do nosso terceiro ano de casados. Não sei se ele lembra, mas é uma data a qual não seria fácil esquecer.
De repente bate uma vontade horrenda de me afundar nos meus travesseiros e chorar. Respire, respire. Não fracasse, não... Um soluço sobe a minha garganta e outro, e mais outro. Minhas lágrimas descem livremente por meu rosto. Lágrimas que estavam acumuladas nesses três longos anos.
Sentia inveja de minhas amigas, Helena e Camile. Seus casamentos eram perfeitos e o meu...
Vou caindo até sentir o chão duro. Enterro meu rosto em minhas mãos e fico ali. Até secar todas as lágrimas não derramadas. Lágrimas acumuladas durante todo esse tempo.
**
Era impossível ela ter desistido tão facilmente. Adorava ver como ela perdia as estribeiras tão rapidamente. Era como acender um barril de pólvora. Você deixava caminhos para o fogo percorrer até alcançar o grande desfecho.
Saio do meu refúgio e vou atrás dela. Ora! Era nosso aniversário de casamento!
Seus passos foram para a direita. Com certeza foi para seu dormitório. O primeiro lugar em que ela ficou. Engraçado. Fiquei ali para retirar seu vestido uma vez, mas não para a consumação, mas sim para encontrar mais ferimentos deixados por seu pai.
A sua criada ficou escandalizada com minha presença, mas informei-lhe que era eu quem pagaria seu salário. Quando esta tirava camadas e mais camadas de roupas, percebi que Christina era uma bela mulher, mesmo pela sua palidez estranha. E ainda é uma bela mulher, não que eu diria algum dia para ela. Como previ, seu espartilho estava apertado demais. Além dos seus machucados, o do rosto e do antebraço.
Estava prestes a escancarar sua porta, mas noto um facho um de luz vindo deste. E os soluços me atingem com força. A porta estava entreaberta, ela deve ter se esquecido de fechá-la.
Abro delicadamente para não alarmar minha intrusão. Ela estava jogada no centro do quarto e seu fofo vestido a sua volta. Seu rosto avermelhado pelas lágrimas. De repente ela ergue a cabeça. Afasto-me para não ser reconhecido, mas não era para a porta que ela olhava e sim para o nada.
Ela sussurra algo, mas deu para entender claramente.
- O que fiz para merecer isso? – seu olhar desolado atinge um coração que não sabia que tinha. Foi neste momento que soube que era hora.
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ERROS DO PASSADO
ChickLit3° LIVRO DA SÉRIE 'AMOR E GUERRA' PLÁGIO É CRIME! Ethan Sforce tem um casamento um pouco turbulento. Ao ser forçado a se casar com uma mulher estranha para herdar seu título e fazer com que a culpa da morte dos pais seja sanada, sua vida passa a te...