"... a felicidade era uma escolha. Se escolher ser negativo e melancólico, você será, mas se desejar ser feliz e estiver determinada a usufruir o que a vida tem para lhe oferecer, assim o será..."
(O amor é cego)
Às três da tarde, recebo a visita de minhas amigas. Stuart logo as encaminha para minha saleta particular. As meninas conversavam e faziam barulho o percurso inteiro e isso me fazia sorrir. E com esse mesmo sorriso que Ethan me encontra.
- Que barulho todo é esse? – meu sorriso some e ergo meu queixo como todas as vezes antes de começar uma discussão.
- Convidei minhas amigas para passarem a tarde comigo.
Ele me encara e nota o colar. – Vejo que gostou do presente que lhe dei. – ele se meche desconfortável e engole antes de prosseguir – Caiu-lhe muito bem.
Pisco surpresa com o elogio discreto. Discreto, mas continua sendo um elogio. – Obrigada... Você tem bom gosto. Prática, talvez?
Ele sorri orgulhoso. – Com toda certeza.
Sorrindo, piso em seu pé com força. Ele não pode gritar, pois, logo Madalena corre ao seu encontro.
- TIO ETHAN!
- Oi, princesa. – ele a pega no colo e me lança um olhar feroz, e gesticula com os lábios que teria troco. Sorrio e volto minha atenção para Camile e Helena, que nos encaravam boquiabertas.
- Bem, vamos? Ethan, se Madalena se cansar, estaremos em minha saleta.
Não me sentia desse jeito a muito tempo. Vamos até minha saleta e logo o chá chega. Conversamos durante muito tempo até Camile soltar.
- Estou grávida!
Todas gritamos e rimos. Gritamos tão alto que Ethan volta com Madalena.
- Mulheres! Comportem-se! – rimos mais alto ainda. Demorou algum tempo para pararmos de rir e começamos a nos abraçar. Logo veio o choro.
Ao longe escutava Madalena perguntando o motivo das três estarem chorando e ele resmunga alguma coisa antes de sair com ela novamente.
*
Depois de comermos bolinhos, tomar chá e um suco refrescantes, decidimos andar pelo jardim enquanto Madalena tirava uma soneca no sofá do escritório de Ethan.
Sentadas em um banco de pedra debaixo de uma árvore, tomamos um pouco de ar fresco e vemos o céu colorir em tons de laranja e vermelho.
- Sempre gostei do por do sol. – comenta Camile.
Helena e eu concordamos e suspiramos diante da paisagem. Era raro conseguir ver alguma coisa no céu londrino, com tanta fumaça.
- Então... – começa Helena – Ethan lhe deu um colar?
Camile ri e fico vermelha. – Sim. – digo, tocando o colar em questão. – Foi nosso aniversário de casamento e... Ele resolveu me dar isso em sinal de paz.
- Paz? – Camile ri mais alto ainda e Helena dá um cutucão em suas costelas.
- O que Camile quis dizer de maneira tão irônica, é que pelo clima que presenciamos nas escadas, paz é uma palavra muito errada para descrever a situação atual de vocês.
Camile concorda veementemente.
- Bem... Acho que passamos de eternos odiados para só odiados.
- Que avanço. – diz Camile e ri novamente, reviro os olhos.
- Nós não podíamos nos encontrar que uma guerra começava. E hoje... – suspiro – Era como se... Como posso explicar. Vivíamos em chamas e agora, depois de jogar um pouco de água, nos tornamos um fogo menor. Deu para entender?
Helena faz que sim, enquanto Camile faz que não. Suspiro.
- Ele te deu um colar, e você?
- Eu o que?
Helena sorri. – O que vai dar a ele?
Uma semana. Uma semana depois, criei coragem e fui até uma joalheria e comprei algo para ele. Abotoaduras ele tinha aos montes, livros também, gravatas ele odiava... Só restou isso.
*
Depois de ficar praticamente o dia inteiro na fábrica resolvendo alguns problemas, volto cansado para casa. Já estava noite, mas não tão tarde. Suspirando, pego uma bebida.
Quando sento-me atrás de minha mesa para abrir algumas correspondências, noto um pequeno embrulho com meu nome em um pedaço de papel. Ao desenrolar o embrulho, um anel rola pelo chão.
Agacho e o pego analisando o objeto. Pego o bilhete e o abro.
"Era a única coisa que você não tinha. Como uma oferta de "paz"...
C."
Leio e releio a pequena nota em minhas mãos. Coloco o anel em meu dedo anelar. Serviu perfeitamente. Rindo, decido agradecer e ir para meu quarto. Subo as escadas e abro sem bater no quarto de Christina. Ela estava em uma poltrona com um livro na mão perto da janela e uma vela quase apagada ao lado. Suas pernas estavam recolhidas debaixo de seu corpo e sua camisola... Alças finas seguravam a camisola vermelho sangue, pelo decote e transparência, era de seu enxoval. Tomo uma respiração rápida com a visão dela e ela me encara.
- Ethan? – diz curiosa.
Pigarreio. – Decidi agradecer antes de me deitar.
- Oh... – diz ela envergonhada. – E serviu?
- Sim... – digo desconfortável. – Perfeitamente.
- Nossa! – diz rindo. – Que alívio. Seus dedos são um pouco grossos, pensei que ficaria apertado demais.
Reprimo um gemido e sorrio desconfortável. – Bom... Eu vou dormir. Boa noite.
Fechando a porta um pouco mais forte que o necessário, desço as escadas novamente.
Precisava de uma mulher.
Precisava de uma mulher agora.
E foi o que ele fez.
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ERROS DO PASSADO
ChickLit3° LIVRO DA SÉRIE 'AMOR E GUERRA' PLÁGIO É CRIME! Ethan Sforce tem um casamento um pouco turbulento. Ao ser forçado a se casar com uma mulher estranha para herdar seu título e fazer com que a culpa da morte dos pais seja sanada, sua vida passa a te...