Capítulo 06

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Passei bons minutos observando aqueles olhos castanhos claros, o vento parecia contribuir com sua beleza, pois seu cabelo voava de acordo com ele, o que será que ela estava pensando? Por que de uma oura pra outra resolveu me fitar?, quando finalmente levantei as mãos para acenar, alguém lhe chama, ela sai as pressas da janela e me da uma ultima olhada, acho que pra conferir se ainda a observo. Depois esboça um sorriso tímido e fecha a janela. Volto meu olhar pra lua e a admiro ainda mais.

Acordei as 6h00 em ponto e procurei sair um pouco do hotel, optei por passear numa praça central. Ao chegar no local me jogo na grama e aprecio um casal que sorri um para o outro parecem apaixonados... E lamento por nunca ter chegado a esse sentimento, será que nunca vou amar ninguém? Será que alguém vai me amar um dia? Ou meu destino se resume apenas em matar e matar? Nunca me apaixonarei?

Droga esses pensamentos perturbadores me apavoram... O casal que antes sorria um pro outro, agora estão se beijando e trocando carícias, credo não tem como esse dia ficar pior? Eu e minha maldita boca, de repente raios e trovões se aproximam e uma grande rajada de chuva molha qualquer um que esteja fora de casa. Ótimo!

Saio as pressas da grama verde e fico em baixo de uma árvore, tentando amenizar o frio, cubro o rosto com as mãos e começo a tremer sem parar, rolo os olhos pela praça e olho o casal correndo, mais sorrindo eles se encolhem e ficam em baixo da varanda de uma casa, depois voltam a se beijar, como podem se amar tanto? Com tanta guerra no mundo, como podem ter amor um com o outro?.... Rolo os olhos mas uma vez e vejo a Sophia, ela vem com um garoto e eles sorriem sem parar, ela esta encharcada e ele a cobre com os braços longos... Merda! Devem ser namorados... Mais afinal o que tem eles namorarem? Não sou namorado dela! Então por que isso me afeta tanto, por que estou tendo ciumes de uma humana?

Abaixo a cabeça evitando contato visual com eles e os mesmos se aproximam de mim, ficam do meu lado e percebo que a Sophia ainda não me reconheceu, por que conversa com o garoto por alto.

Após passar um tempo demorado esperando a chuva passar, o sol reaparece e o tal garoto vai embora, deixando a Sophia sozinha, saio de baixo da árvore ainda cabisbaixo e cubro minha cabeça com o capuz, tento me afastar, mais a Sophia me nota e me chama assustada:

- Thomas? Você aqui?- Pergunta de sobrancelha arqueada e tento olhá-la nos olhos.

- Ah oi, desculpe não queria atrapalhar você e seu namorado...- Falo irônico e ela sorri.

- Ah tudo bem, você estava abrigado por causa da chuva... E ele não é meu namorado, é só meu amigo Cristian...- Fala sem jeito e me sinto aliviado.

Um silêncio constrangedor fica entre nós, até que resolvo fazer algo, me aproximo dela e tomo da sua mão sua mochila, que com certeza deve ter um chumbo de tão pesada.

- Uow você gosta de musculação em!?!- Falo sorrindo e ela gargalha.

- Esses são meus livros da escola... Mais se não quiser posso carregar!- Fala tentando pegar a mochila de mim e eu faço que não com a cabeça.

- Nem pense nisso, eu carrego... Mais que amigo você tem em!- Falo e vamos andando lado a lado.

- Pois é, mais e você nunca te olhei passeando por aqui! - Pois é minha queria as coisas mudam sabe.

- Bem, eu não tinha nada pra fazer, então resolvi andar um pouco.- Falo coçando a nuca- É Sophia, eu gostaria de me desculpar por ontem sabe, desculpa sei que sua tia é sua família, foi mal.- Falo olhando pro chão.

- Tudo bem, sei que minha tia Mary é complicada, mais é minha família entende? Tenho que ficar com ela...- Fala colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha.

- E ai esta em que ano do ensino médio? - Pergunto puxando assunto.

- Terceiro ano, nunca pensei que fosse gostar de português, mas amo literatura... - Fala olhando pro céu.

- Que bom literatura é ótimo, se for fazer uma faculdade já sabe o que vai cursar né!- Sem demora chegamos na frente do hotel e movo a mochila em sua direção.

- Obrigada Thomas, foi um prazer conversar com o Senhor... Digo com você!- Fala olhando pras pessoas ao nosso redor que nos fuzilam com os olhos.

Sem pensar pego sua mão.

- Nada haver você ficar assim, essas pessoas só se importam com elas mesmas, diferente de você que faz de tudo pela sua tia Mary e sim pra mim também foi um prazer conhecê-la Senhorita Sophia! - Falo e cruzamos os olhos, sorrindo um pro outro.

Sem falar nada se retira de perto de mim e sussurra: Obrigada!

Meu celular vibra, enquanto olho sua silhueta sumir, passo as mãos pelo bolso da calça e atendo a ligação.

- Oi Jason!- Atendo saindo da frente do hotel e indo pra debaixo de uma árvore.

- Senhor, temos um problema... - Mudo a expressão alegre e fico sério.

Bufo de raiva.

- Que tipo de problema Jason?

- Lembra daquele cara que o Senhor matou? Bem ele...

- O que tem ele? - Pergunto nervoso, por que sei que o Jason é bastante atrapalhado.

- Não era ele o próximo a morrer e sim outro... É que. - Dou um soco na arvore e percebo que acabei quebrando seu caule.

- O QUE? JASON VOCÊ ME DISSE QUE ERA ELE... COMO ISSO ACONTECEU? - Pergunto e vejo que chamei a atenção das pessoas que passavam, mostro um meio riso pra eles e continuo minha conversa um pouco mas baixo.

- Jason eu vou te matar, como isso aconteceu? - Pergunto e escuto sua respiração tensa.

- Me perdoe Senhor, foi um erro de calculo, mas garanto que não irá se repetir... - Diz com a voz trêmula e eu apenas passo as mãos pela testa.

Que droga matei um homem inocente, tudo por culpa dos meus servos atrapalhados. Argh!

- Depois falo com você Jason e cuide disso mate quem tem que matar e por favor não me venha mas com histórias de que errou... Por que na próxima Jason não terei um pingo de compaixão de você, VOCÊ ME OUVIU? - Pergunto elevando minha voz.

- Sim Senhor, irei matar quem deveria morrer e o outro que o Senhor matou, iremos repensar sobre sua causa, não se preocupe! - Fala e desligamos a ligação.

Viro e entro no hotel, passo pela recepcionista que esboça um riso simpático, mas não faço o mesmo, continuo impassível, entro no elevador e vou pro meu quarto, sem falar com as outras pessoas que tentam inutilmente falar comigo, Puxa sacos!

Entro no quarto e me jogo na cama. Como eu disse hoje o dia não podia ficar pior.

Destino ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora