Capítulo 32

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A garota a minha frente não para de sorrir e quando chegamos ao que parece um palácio— com seus enormes portões de ferro, e toda forjada a sangue, ela se volta pra mim com seu sorriso maquiavélico.

A encaro.

— É aqui, basta entrar e... — Antes que ela fale algo me aproximo dela e com um estalar de dedos a faço virar poeira.

Desculpa garota má, mas sem vestígios.

Antes de entrar no tal lugar escuto risadas atrás de mim, risadas estridentes, risadas familiares. Engulo em seco e fico imóvel.

Droga, são eles.

— Olá querido, lembra de mim filho inútil?— Dispara a voz com ar de desprezo.

Viro e dou de cara com aqueles a quem um dia chamei de mãe e pai. Eles estão sujos, ela tem olhos totalmente negros e ele não tem olhos, mas sente meu cheiro de longe. Seu rosto, aliás todo seu corpo estão ensanguentados. Eles estão ensanguentados. Sinto a ira se expandir a cada passo dado em minha direção.

E me odeio por não fazer e não dizer nada.

— Não vai falar nada filho? — Intervém ele pegando uma pedra e jogando em mim. Os dois riem um pro outro. E só posso sentir pena deles nesse momento. Apesar de lembrar das coisas massacrantes que fizeram comigo no passado.

Quero rebater, mas não consigo. É então que eles já estão em cima de mim, me batendo com todas as suas forças. Parecem incontroláveis e apesar de ter a força de fazê-los simplesmente sumir assim como fiz com a garota, não o faço.

— Você vai sofrer assim como nós!

— Maldito seja você...— Gritam em uníssono. São rápidos e ágeis.

Até eu retomar meu real objetivo. Não estou aqui pra uma briga em família, muito menos pra receber sermão de quem nunca me amou.

Levanto do chão e sobrevoou pelo ar, os dois me olham com mais raiva ainda.

— Por que fez isso conosco? Por que seu miserável?— Perguntam correndo de um lado pro outro. Alucinação é o que este lugar faz com as pessoas, com suas almas.

— Não lhes diz respeito o que fiz ou o que deixei de fazer....— Rosno— Mas perguntem pro querido filho de vocês. O Cam!

Eles se olham confusos. Até uma voz grave ecoar por todo o lugar.
— Ora, ora, ora fizeram uma reunião em família e não me convidaram? Que coisa feia!

A reunião que fará você se arrepender de ainda existir!

Destino ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora