Capítulo 18

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A luz do sol tocou minha pele de uma forma que me fez arrepiar. Jogo meu corpo pra trás e sem querer bato em outro corpo. Logo mãos fortes seguram minha cintura me apertando contra si. Abro os olhos e congelo.

Um pavor cresce e uma lembrança vaga em meu subconsciente:" Eu estava andando pela rua em direção ao hotel e de repente começo a correr, pois um homem forte e de expressão fria corria atrás de mim. De esguelha o vejo se transformar em lobo, depois demônio. Até que alguém surge em minha frente coberto por um manto preto, mas quando vira pra mim paraliso. Esse alguém inexplicável é feito de ossos. Ossos como alguém pode ser feito de ossos?. Ambos brigam, enquanto continuo olhando os seres que acredito não serem deste mundo. O homem que tanto me perseguia chamou o ser de caveira de Thomas... Thomas, mas eu não acreditei como pode ser o Thomas? Ele é um humano não é... É então que me lembro... Esse ser cujo corpo ósseo era horrendo se transforma em Thomas e fico confusa, pasma, louca, pisco varias vezes... Como pode? Os dois brigam feio no céu e alguns demônios tentam me atacar, até que outros de branco ficam em minha frente... E brigam também. Tantas coisas ao mesmo tempo pra processar, tantos acontecimentos, acho que tou ficando louca. Me recuso a acreditar, deve ser um sonho, um pesadelo. Devo acordar a qualquer hora, mas como? Minha cabeça começa a doer, tudo fica turvo. O lugar, as arvores, os seres ou pessoas... Minha visão vai se apagando. Tudo fica devagar e um relâmpago de fraqueza me consome. Desmaio, desabando no chão".

E agora sentindo o peso de dois braços em minha cintura, tudo fica realmente fora do normal. Sinto o hálito da pessoa atras, fresco e sua respiração gelada bate em meu pescoço. Lentamente levanto o braço que pendia em minha cintura e tento sair. Mas outro braço me aperta me fazendo parar de respirar.

Quem será, será que fui estuprada? Ou raptada?

Rolo os olhos pelo lugar e sei que não estou em casa, no hotel ou ao lado de minha tia. Onde estou?

De soslaio vejo uma tábua pequena solta bem perto da minha cabeça, preciso fugir. Pensa Sophia, pensa. Rapidamente pego a tábua e Bato forte na cabeça da pessoa que esta atrás de mim.

- Que porra!- Grita soltando minha cintura e resmungando. Levanto da grama verde e começo a correr passo por algumas ovelhas, mas não paro continuo minha fulga.

- Sophia... Espere por favor.- Intervém atrás de mim. Como sabe meu nome?

Sem olhar sequer pra trás apresso os passos. Olhando ao redor deve ser um campo ou uma fazenda. Realmente muito lindo, mas não a tempo pra apreciar a paisagem. Tudo o que quero é fugir daqui.

Me sinto cansada, faminta, exausta. Na verdade se alguém me olhar sobe essas condições pode me confundir com um zumbi. Sorri com isso. Apesar de correr de alguém que eu nem sei quem é e que por orgulho e medo não olho pra trás. Toda essa correria me faz lembrar da minha familia. Eu e minha mãe sempre competíamos. E no final papai sempre ganhava. Era a forma de compensar todos os dias que passavam longe de mim. Sinto falta deles. Entretida em meus pensamentos tropeço em uma pedra e passos se aproximam de mim.

- Sophia por favor pare, deixe eu te explicar...- Insiste. Não quero levantar os olhos e ver quem seja. Me recuso. Mas a pessoa já próxima demais. Toca meu ombro.

- Pensei que não te alcançaria... Tudo bem?- Pergunta me analizando, suas mãos grossas deslizam por meu cabelo, prendendo a mecha solta atrás da orelha. Seu toque me acolhe, me faz querer estar ao seu lado. Me sinto segura. Que estranho!

- Se machucou?- Indaga levantando meu queixo para que eu o olhe. Mas fecho os olhos, não lhe darei a visão de meus olhos apavorados não mesmo. Os segundos se passam e tento permanecer com os olhos fechados. Sinto seu olhar em mim, seu desejo para que eu o olhe. Luto contra meus próprios instintos de abri-los.

Quer saber, não sou nenhuma criancinha. Sou Sophia Cooper, uma garota que precisa urgentemente descobrir quem é o homem a frente. Abro os olhos lentamente e fico boquiaberta. Esta descamisado, seu cabelo bagunçado o torna irresistível e sexy. Sua calça jeans pende no cós e tudo se torna erótico em minha cabeça. Passo os olhos por todo o seu corpo e engulo em seco.

É ele.... Thomas.

- Sophia, perguntei se está tudo bem.- Repete se abaixando e passando a mão direita por minha testa- É acho que a resposta é não.

Sorrindo de lado ele segura meu braço e me faz ficar de pé. Permaneço em silencio.

Mas o que foi que deu em mim hein? Por que esse homem me deixa assim, tão boba, sem jeito, fora de mim.
Quero abrir a boca e fazer varias perguntas, tantas perguntas, mas invés de lhe jogar um turbilhão de indagações fico em silêncio.

- Preciso que me diga como se sente, por favor preciso saber- Pede franzindo o cenho. Aperto a boca e me recuso a responder.

Vou dar o que você quer. Senhor da morte. Um pânico cresce só de lembrar toda a sua luta contra aquele que me perseguia. Ele é um ser de outro mundo disso eu tenho certeza. Bruscamente me solto de suas mãos e decido correr pelo campo com meus cabelos ao vento, o arrepio da brisa. O sol quente a me aquecer. Mergulho entre um jardim. Lágrimas saem dos meus olhos como navalhas. Por que mesmo estou chorando, por medo, insegurança... Pânico?

Destino ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora