Capitulo 20

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Observo a Sophia dormir e me impeço de fechar sequer meus olhos. Preciso ficar alerta. A qualquer momento podem ter anjos e ou demônios nos atacando e preciso me manter focado. Acordado. Atencioso. Pronto e disposto a defender a Sophia. Não vou deixar nenhum desses miseráveis tocar em um fio de cabelo dela. Da Sophia. A garota que dominou a morte. Que me dominou.

Levanto rapidamente do chão onde estava sentado e abro a porta me encostando na mesma. Observo a chuva densa continuar. Hoje o dia vai ser longo e pelo que parece o senhor dos céus não esta nada feliz. Deve estar com raiva por saber que seu fiel servo o traiu. Mas a verdade é que eu não o trai. Apenas quero amar. Como nunca amei na vida. Por que é tão difícil de entender?.

Um pigarrear me faz olhar pra trás. Sophia ela esta acordada e me olha receosa. Sei que ela esta confusa e com medo de mim. Mas não posso lhe explicar nada neste momento. Tudo o que preciso é mantê-lá a salvo de Cam e de qualquer um. Apesar de querer muito. Sei que os humanos não suportariam tanta informação. É por isso que existe uma linha tênue entre céu e terra. Segredos jamais revelados.

- Então é verdade... Você é o Senhor da morte?- Indaga incrédula e sinto todo o meu corpo estremecer. Ela ainda não esqueceu. Como pode lembrar?

Balanço a cabeça e finjo que não escutei.

Talvez ela esteja apenas delirando. É claro que não se lembra. Nenhum humano lembraria. São muito frágeis pra sequer salvar algo do tipo. Os acontecimentos foram bem reais e um choque pra ela. Deve ser isso. É apenas uma lembrança vaga em seu subconsciente já, já ira esquecer. Tem que esquecer. Viro ficando novamente de costas pra ela. O melhor a fazer é ignorá-la. Será?

- Estou falando com você. Sei o que você é e uma das coisas é que com certeza não é humano.- Grita puxando meu braço pra que eu fique frente a frente com ela. Tenho medo de minha afirmação. E se ela não suportar e surtar? Essa é a consequência. Os humanos e seu ar curioso. Impertinentes. Não, eu não posso arriscar. Não mesmo.

Tento me afastar dela. Mas novamente ela pula em minha frente e bate no meu peito. Garota insistente.

- Eu... Não sei do que você ta falando.- Rebato sorrindo fraco. Preciso fazê-la achar que sou humano. Um humano frágil e estupido. Preciso.

Irritada ela bate no meu braço que infelizmente não dói nenhum pouco. Como disse humanos fracos. Seguro lentamente seu braço e a faço me olhar.

- Calma Sophia, aconteceram algumas coisas e você deve ter perdido um pouco a memória, só isso...

Suas bochechas enrubescem e ela fecha o punho. Esta furiosa por eu a desmentir.

Mas o que quer que eu faça? Que assuma quem eu sou, que sou um monstro que sempre matou sem piedade e que infelizmente dominava a humanidade?

- Chega, eu não acredito. Sei muito bem o que vi e lembro de você Senhor Morte. Não minta mais... Só quero saber... Por favor.- Acrescenta.

- Como disse você sofreu algumas consequências... E se não se controlar você pode.- Minto coçando a nuca.

Não quero vê-la triste nem irritada e saber que o que estou fazendo a deixa assim é como navalha em meu coração, se é que tenho coração. Me sinto sujo. Um completo demônio.

- Posso, posso o que me diz? Posso enlouquecer? Pois advinha já estou louca. Agora sem mentiras. Me diga tudo.- Insiste me olhando indiferente. Droga. Ela esta zangada. Comigo.

- Tudo? Tudo o que?- Finjo não saber do que se trata e sorrio amargamente.

- Ah por favor você sabe muito bem do que estou falando... Daquele homem que na verdade não era homem e sim um demônio. De anjos voando, de você sendo uma morte de capa preta e seu corpo coberto por ossos.... Me fale agora!

Entorto a boca e fico sério.

- Não lhe devo explicações.

- Deve, deve sim e quero saber Ag...

Antes que eu fale alguma coisa. Seguro sua cintura e a empurro contra a parede. Toco seu rosto sereno e suave, e finalmente capturo sua boca. Seus lábios macios se misturam em minha boca. Sua lingua vai de encontro com a minha em completa sintonia. A beijo como se pudesse esquecer de tudo o que vem acontecendo. Todas as merdas que me envolvem. Como se ela fosse meu único remédio. E de certa forma chega a ser minha salvação e perdição.

Deslizo as mãos por sua cintura e num impulso descontrolado levanto suas pernas e as faço se encaixarem em minha cintura. Entre beijos e chupões. Fecho os olhos e respiro fundo inalando todo o seu cheiro de jovem. Humana. Inocente. Garota.

Ela geme contra minha boca e isso me faz estremecer. Gosto do som de sua voz e da forma como ela se deixou sentir prazer. Quero essa mulher. Quero tanto que mato qualquer um se for preciso. Mas não posso. Ela precisa de alguém melhor. Alguém como um humano miserável que lhe dê flores e toda essa merda de bombons de preferencia chocolates.... Eu não sou assim. Mas posso ser. Não nunca vou ser.

E pensar em algum humano a beijando como estou lhe beijando. A tocando como nunca antes me deixa maluco. Obsessivo. Louco. Intrigado. Frustrado.

Odeio a ideia de pensar em não estar ao seu lado. Ou de sequer imaginar alguém a tornando sua propriedade.

Aprofundo ainda mais o beijo e chupo toda a extensão do seu pescoço. Mordo. Chupo. Suas mãos delicadas deslizam por meu rosto e ela beija minha testa, meus olhos, minha bochecha, depois passa a lingua por meu lábio superior se deleitando com meu lábio inferior. Paralisa ao tocar meu pescoço e se deixa desmanchar nele. O beijando. Chupando e mordendo. Me levando a loucura. Humana excitante.

Nunca senti esse desejo por qualquer humana, mas Sophia me deixa em paz, me faz pensar em ter familia. Nunca pensei nisso. Em ter filhos, morar com eles numa fazenda e cuidar de cavalos e bois. Todo tipo de animal.

Me dá toda a paz que sempre precisei e preciso.

Destino ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora