Capítulo 31

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— Sabe pequena Sophia... Parece que o seu cavalheiro acabou de aceitar a troca.— Falo enquanto a vejo sendo amarrada por meus servos contra um ferro de dois metros no centro do meu mundo.

Gotas de suor descem de sua testa, passando por seus olhos e deslizando por seus lábios secos porém macios. Até pararem nos seios que confesso são perfeitos. Pensando bem consigo compreender perfeitamente meu irmãozinho, apesar de ser uma humana imprestável. Sophia tem seus dotes femininos e que dotes. Meus planos estão cada vez melhores, principalmente por que ele resolveu cooperar comigo vindo diretamente para o lugar que por prudência deveria se manter o mais longe possível.

Talvez ele sinta amor pela garota... E se for essa a questão vou ter o prazer de tê-la por perto.

— O Thomas.— Balbucia—... Troca, que troca? Onde ele está?— Pergunta ela se debatendo no ferro e todos a olham.

Bufo e paro de pensar.

— Aqui. Não é óbvio? E outra ele resolveu aceitar ficar no seu lugar... Talvez ele ame você afinal? Ou talvez não.

Abro um riso vendo sua expressão sobressaltada. Ela arregala os olhos completamente e boquiaberta sussurra:

— Não. Não machuque ele...

O calor realmente está insuportável, aqui o ar é excluído por todos e quem quiser sair sinta-se preso. Aqui não é um passeio de um dia lindo na primavera, muito menos para dançar se é que me entendem. A humana a minha frente transpira impaciência e medo. E nada nesse instante inútil é mais frustrante que ouvir os gritos estridentes das almas a vagarem. Mas nada do que eu não suporte.

— E quem disse que eu quero machucar? Tudo o que quero é matá-lo. —Afirmo entre dentes até alguém me interromper.

— Senhor... Senhor... Ele, ele...— Grita sem fôlego um dos meus servos abrindo os portões da sala.

Reviro os olhos desinteressado e o encaro.

— Fale Stern.

— Ele, ele está aqui.— Diz cabisbaixo.

— Ótimo. — Murmuro sorrindo de orelha a orelha— Até mais tarde princesa. Nos vemos daqui a cinco minutos. Quando o sol se pôr ... Espera aqui não tem pôr do sol.

Todos da sala gargalham exceto a humana que chora aos prantos e se deixa cair ao chão. Se eu fosse um humano sentiria pena dela, seu jeito fraco e inocente é de causar inveja em qualquer um, mas não se trata só disso. Aqui são só negócios. Apenas negócios.

Ligeiramente transcorro o imenso palácio subterrâneo e logo atrás de mim dois de meus três servos não param de cochichar. É quase impossível não me irritar com eles. Paro antes de subir as escadas que levam ao salão principal e os fuzilo:

— É impossível não ouvir suas carcaças tremerem, então seja lá o que for falem!— Esbravejo fazendo minha voz ecoar por todo o lugar.

— Se-senhor.... Há um boato.

Semicerro os olhos.

— Boato? Foda-se boatos...

Eles estremecem, mas insistem:

— Mas Senhor...

Fecho o punho.

— Seja o que for nada do que eu não resolva....

— Estão dizendo que por todo o canto Thomas ainda é o mais amado e escolhido e que tudo isso é apenas um...— Minhas forças criam vida e todo o ódio que ficara longe de mim se expandiu.

Apressadamente o seguro pelo pescoço e o carrego até o precipício da janela que se cair naquele poço subterrâneo de larva nenhuma alma, muito menos demônio se livra.

— É apenas um o que?— Rosno irritado.

—Se-senhor...— Gagueja sem fôlego. Os outros atrás de mim apenas tremem.

— Fale!

Um deles se compadece do outro, um milagre já que são anjos caídos e traição é o que os define:
— Que tudo isso não passa de um sonho... Ou até um pesadelo seu.... Estão dizendo que o Senhor da Morte nunca se afastou do todo poderoso... Que eles andam juntos.

Aperto forte os olhos e engulo em seco. Se eles queriam me irritar conseguiram.

Nunca. Nunca em hipótese alguma chame-o de Senhor da morte. Thomas não passa de um nada, um lixo.

Não suportando a dor do aperto em seu pescoço e do medo do precipício, o servo suplica:

—Si-sim Senhor... Solte-me por favor.

— Quer que eu te solte?— Estalo a língua.

— Sim... Por favor...

Abro um riso.

— Peça ajuda ao seu Senhor talvez ele te ajudará no poço do esquecimento.

— Nãoooooo.— Ele grita, mas já é tarde e de cima é impossível vê-lo de tão escuro que é o abismo.

Destino ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora