Capítulo 33

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Não acreditava no que meus olhos viam. Ele realmente estava onde eu mais queria. Finalmente o tinha em minhas mãos. Ele estava em minha frente, os vermes dos meus pais também e o melhor ele estava aqui. Onde não tem proteção de ninguém, onde todos o odeiam. Consegui.

Ter seu irmão em suas mãos e poder matá-lo da pior maneira possível...

Tem alegria melhor que essa?

— E então que tal um abraço em família?— Pergunto descendo as escadas e vendo meus servos já preparados para atacar.

Isso meus servos. O dia chegou. Se bem que não precisei ousar demais, simplesmente trouxe a humana imprestável pra cá.

A única humana que tem meu inimigo nas mãos. Ela é humana. Nunca imaginei vencer alguém por meio de um humano, seres sobrenaturais podem interferir em tudo. Mas humanos? Quanta ironia irmãozinho.

— Onde ela está Cam?... Me diga!— Grita ele com ódio nos olhos.

É incrível como mesmo em minhas mãos ele continua achando que manda em alguém.

Em mim? Que petulância.

Abro um riso não deixando de sorrir também para meus servos que transbordam de alegria.

— Sabe o que é mais engraçado irmãozinho? É que além de me fazer essa visita inesperada...— Solto com ar se ofendido e continuo: —Você ainda quer mandar em mim? em mim?

Consigo perceber o quanto seu olhar depende e implora, e solto uma gargalhada.

— É o último aviso. Onde a Sophia está? - Indaga entre dentes e posso sentir sua raiva e todo seu ódio consumirem sua carcaça. Alegria é pouco pra mim agora.

— Calma Senhor da morte, logo, logo você a verá.— Ele arregala os olhos, mas rosno:— Morta!

Todos ao meu redor riem menos ele. O que já era de se esperar.

— Essa guerra é entre eu e você... Ela não tem nada haver...

Movimento a cabeça em sinal de positivo. E ando de um lado para o outro calmamente.

— Hum... Não tem mesmo— Falo pensativo— Mas quero que teja!- Exclamo.

Ele se movimenta em minha direção, mas percebe que todos o olham com ódio então recua.

— Por que, se essa briga é só entre nós?...

Dou de ombros. Até quando vai continuar a olhar bondade em mim?

— Simples... Por que eu quero!—Esbravejo e antes que eu prossiga uma voz me impede.

— Fi-filho querido... Tenha piedade de nós.— Rolo os olhos e dou de cara com meus pais.

Sua imagem reflete pavor e pura ternura. Mas ai é que tá, não tenho compaixão nem de mim mesmo.

— O que querem?

Ambos se ajoelham aos meus pés e não posso deixar de rir. Afinal esse é o submundo onde os humilhados serão sempre humilhados e nada me impede de desfrutar da desgraça alheia.

- Salve- nos, amávamos você... Então estaremos sempre do seu lado... Você é nosso filho querido. - Murmuram do seu jeito miserável e aos prantos.

- Hum... O que querem que eu faça?

Sei muito bem o que querem, mas desejo vê-los implorarem e lamentarem por suas almas imundas. Digamos que qualquer um em seu miserável azar me fascina.

- Viver com você...- Balbucia minha mãe.

Arqueio as sobrancelhas.

- Estar do seu lado... Te apoiar como família...- Intervém meu pai deixando uma de suas lágrimas caírem por meu pé.

Rapidamente o empurro pra longe.

- Pena que nunca foram minha família!- Disparo respirando fundo.

O ar daqui nunca me foi tão agradável.

Os observo deitarem sobre o chão e elevo o olhar para ele. Quero ver seu olhar de misericórdia por seus... Merda. A droga do seu olhar não está em nós e sim nela. Em sua humana imprestável. Seu olhar chega me dar nojo. Meu sangue ferve ao ver o brilho no seu olhar, seu maldito riso se expande como se nunca tivesse passado por nada de ruim e isso me apavora. Tomei a decisão de acabar com ele, não é uma humana que estragará tudo.

Viro a contra gosto e a vejo na janela a murmurar palavras desagradáveis demais para mim. Balanço a cabeça.

Errado, tudo tá errado. Preciso fazer algo.

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⏰ Última atualização: Jan 11, 2019 ⏰

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