Capítulo 07

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Entrei no hotel lembrando do Thomas, não sei o que é mas tem algo nele que me deixa assustada... É como se ele escondesse quem é de verdade... Estou no meu apartamento limpando a sala que ta lotada de massos de cigarros, infelizmente tenho uma tia viciada que se impossibilita de ficar em casa e procura sair pra encher a cara me deixando sozinha...

De repente uma batida na porta me desperta e isso me deixa nervosa, caramba estou só de roupas intimas, costumo ficar assim quando estou sozinha fazendo a faxina, droga, corro o mais rápido que posso até meu quarto e me enrolo com minha toalha, passo uma escova no cabelo e os deixo soltos, saio do quarto, dou uma ultima olhada na sala que graças a minha limpeza esta um brinco... Espero que seja apenas minha tia voltando pra pedir algum trocado pra mim... Toco na maçaneta e abro a porta.

- Thomas? -Pergunto olhando pra ele a minha frente.

Tão lindo que preciso prender a respiração, ele esta de calça moletom preta e uma camiseta xadrez preta e branca, parece tão natural com seu cabelo de lado e seus olhos escuros intensos... Passei tanto tempo o admirando que nem percebi que ele estava me perguntando algo.

- Perdão, o que você disse? -Pergunto e ele sorri entrando sem ser convidado no meu apartamento.

Rola os olhos pela sala e paralisa olhando uma foto minha e da minha família.

- Esses eram seus pais?- Pergunta me olhando e faço que sim com a cabeça.

- Eramos felizes... Até que aconteceu um acidente...-Falo deixando algumas lágrimas caírem- Trabalhavam em navios eu amava olhar o som do mar batendo em meu rosto, a brisa, era tão intenso sabe? Tudo era lindo, até que em uma noite houve um incêndio na cozinha, onde trabalhavam milhares de famílias, todos apagaram aquele fogo só que, ele tornou a reacender e com a ajuda da ventania, ficou ainda mais forte foi tudo tão, tão rápido... - Não termino de falar e abaixo a cabeça.

- Já sei, não precisa terminar, o navio todo foi devastado por um grande incêndio e ambos morreram...-Faço que sim novamente- Mais e você? Se estava com eles como sobreviveu? -Se aproxima de mim e toca em meu ombro.

- Tai uma coisa que nem eu sei, só lembro que acordei no hospital deitada em uma maca e meus pais do meu lado, queimados...mortos! -Digo soluçando e ele me abraça.

Passamos um bom tempo abraçados e a dúvida no ar, o que ele realmente queria ali?

Me afasto dele e sento no sofá fazendo gestos pra que ele sente também. O mesmo senta um pouco hesitante e coloca as mãos nos bolsos da calça.

- Então Thomas, espero que me perdoe, mas o que quer aqui? - Pergunto enxugando os olhos com a costa das mãos.

- Ah... Queria ver como é sua vida, sei lá...- Fala sem jeito e levanta do sofá sem me olhar.

Levanto também e cruzamos os olhos.

- Bom, minha vida é do jeito que é... Como pode ver não nasci num berço de ouro como você e não tenho todo tempo do mundo. - Falo irônica olhando ao redor.

- Sabe Sophia, você não me conhece e sai falando que eu nasci no ouro que tenho a vida mas feliz do mundo, mas não sabe o que eu passo... -Diz me olhando feio e eu apenas arqueio as sobrancelhas.

- Ah então me diga o que tem de tão difícil na sua vida?- Pergunto e ele olha de um lado pro outro nervoso- Anda Thomas fala! - Ele me ignora e passa as mãos pelo cabelo.

- Sinto muito tê-la incomodado, prometo nunca mais fazer isso Senhorita. -Diz me dando as costas e saindo do apartamento.

Antes de sair me olha nos olhos como se quisesse dizer alguma coisa e sai batendo a porta.

Bufo. Esse jeito dele me deixa ainda mas curiosa, o que tem de tão errado pra ele dizer que sua vida não é mil maravilhas? Por que é tão estranho? Por que?

Thomas Narrando

Que ideia estúpida foi essa? Ir até ela e fazer o papel de idiota... Argh! Saí o mas rápido dali e fui pra frente do hotel tentar esfriar a cabeça, se arrependimento matasse eu seria o primeiro a morrer, mas adivinhem? Sou o Senhor da morte, nunca morro que irônia não?!?

A visto um banco perto do gramado e sento olhando ao redor, até que olho a tia da Sophia ela está sozinha fumando e sorrindo em baixo de uma árvore, coitada, entendo que a vida da Sophia não é fácil, mas a minha é mil vezes pior... Sabe o que é você matar os outros? Destruir uma vida, nunca conhecer o amor? Esse sou eu, nunca desfrutei dos prazeres da vida apenas faço meu dever!

Escuto uma voz gritante atrás de mim, viro e dou de cara com a Sophia ela está triste olhando o estado da tia. Usa apenas um short jeans e uma regata preta.

Me olha e desvia o olhar indo até a tia, conversa um pouco com a mesma, mas sua tia apenas gargalha e cospe em sua cara. Me sinto mal por isso, não sou um anjo muito menos um demônio, mas sei quando ajudar alguém.

Levanto do banco e me aproximo da Sophia, ela me olha e olha pra sua tia.

- Pode por favor me ajudar? -Pergunta sem me olhar e não respondo sua pergunta apenas pego a mulher no ombro e a carrego. Ela se debate e me empurra, mas com toda minha força isso se torna pequeno.

Entramos no hotel e todos os olhares se voltam pra nós, mas não me importo principalmente se for olhares de humanos.

Entramos no elevador e chegamos bem rápido ao seu apartamento. Sem descansar deixo a mulher na sua cama e a Sophia cobre ela com os cobertores. Depois vamos os dois pra sala onde nos sentamos no sofá.

- Sua tia é sempre assim?- Pergunto olhando pro teto.

- Sim e na maioria das vezes pior...-Diz sorrindo sem graça e me olhando- Thomas, quero que me desculpe pelo que te disse mas tarde... Não é que não goste de ficar perto de você, é que alguém como você nunca se interessou em ficar perto de mim, não deveria te julgar... Só me desculpe tá! -Diz tocando no meu joelho e isso me deixa bastante tenso, nunca me deixei ser tocado por nenhum humano, mas por ela é diferente.

Me afasto um pouco e resolvo falar.

- Tudo bem Sophia, só não tire conclusões precipitadas sobre mim, não sou o cara nota dez, mas sou de boa. -Falo sorrindo e ela me acompanha sorrindo também.

Destino ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora