Destino Proibido

Capítulo 05

- SINTO MUITO, MAS DE MIM VOCÊ NÃO PODE FUGIR!- Grito pulando em cima de um carro esporte e o cara que deve morrer apenas implora se jogando no chão.

Se chama Klaus, tem filhos e esposa, mais sua vida é brigar com todos e viver bebendo, como se precisasse de cada gota do álcool pra sua sobrevivencia... Enfim hoje é seu fim. Estou num beco deserto e pelo meu relógio de bolso já passam das 23h00m, e esse verme me fez correr, eu mereço!

Me aproximo e formo meu escudo, me transformando com no máximo de cuidado, logo o corpo humano se desfaz e uma bata imensa cobre meu corpo esquelético, na mão de ossos surge um manchado, posso ouvir as lamentações do homem, mas preciso apenas cumprir ordens, ordens supremas.
Como meus servos resolveram ter uma folga justo esse dia, tenho que fazer todo o trabalho. Vejo sua cara de espanto e sinto até um pouco de piedade, pena que fui criado pra isso.

- V-você é...- Diz gaguejando e eu apenas seguro sua cabeça e levanto seu corpo do chão com apenas uma mão.

- Sim, sou o Senhor da morte e acabo de trazer uma novidade pra você... Seus dias de vida acabaram! - Falo irônico e levando o machado até seu pescoço, pronto esse morreu!

Corto sua cabeça e jogo seu corpo no lixo ao lado, tento limpar meus braços esqueléticos e volto a forma humana novamente. Argh destino maldito!

Apresso os passos e chamo um táxi, indo direto pro hotel, preciso descansar esse inútil me fez correr até alcançá-lo, mas no fim deu tudo certo.

Ao chegar no hotel subo em direção ao elevador, mas quando estou perto de entrar escuto a voz de alguém me chamar, viro bruscamente e sem querer quase derrubo a garota, a mesma que não consegue me encarar, a Sophia.

- Desculpe-me querida... - Falo segurando seus braços magros e a ajudando a levantar do chão.

- Tudo bem Senhor, desculpe- me... Estava indo pro elevador e pedi pra que me esperasse! - Fala desviando o olhar do meu.

- Hum por isso me chamou, e por favor me chame de Thomas, não me sinto bem com você me chamando de Senhor todo momento, me sinto velho! - Falo tentando ser engraçado e ela esboça um sorriso, porém sem olhar pra mim.

Rolo os olhos pelo hotel e percebo que todos estão nos olhando.

- Tudo bem Senhor. - Fala sem jeito- Quer dizer Thomas, vamos? - Pergunta arrumando seu coque e sua roupa de trabalho.

- Vamos! - Falo abrindo passagem pra que ela entre primeiro.

Vamos o caminho todo em silêncio, até que sinto uma vontade doentia de saber sobre sua vida e resolvo me manifestar.

- Então... Por que trabalha aqui? Você não estuda?- Pergunto colocando as mãos nos bolsos da calça.

- Sim estudo, mas tenho que ajudar minha tia Mary em casa também! - Fala olhando pra qualquer lugar menos pra mim.

Por que não me olha?

- Mas uma menina como você tem que se concentrar nos estudos, trabalhar deixa pra depois...

- É eu sei, só que minha tia não esta bem e como sua sobrinha é meu dever estar ao seu lado a ajudando no que precisar- Diz com a voz embargada, acho que segurando um choro.

- Sua tia não é aquela que estava com o hálito puro drogas... Sei que não tenho nada haver com vocês, mas creio que o que ela precise na verdade é de uma clinica, faça isso, família só da trabalho! - Falo sorrindo e ela volta seu olhar pra mim, com o rosto cheio de lágrimas.

Droga! Fiz ela chorar, eu e meu jeito realista.

- Sinto muito se sua vida é mil maravilhas, mas a minha não é, você está certo ela é usuária de drogas infelizmente, só que eu jamais a deixarei, é minha tia é meu dever zelar por ela, perdi minha família não quero perdê-la também, NÃO FALE DA MINHA FAMÍLIA, VOCÊ NÃO TEM ESSE DIREITO! - Ela cospe todas essas palavras apontando o dedo na minha cara.

O elevador abre e ela sai pisando forte, merda eu sabia que iria falar besteira, sempre falo... Mais afinal por que estou tão intrigado? Ela deixou bem claro que não quer me ver, evita a todo custo me olhar nos olhos e agora pra piorar, falei de sua tia, sua única familia, o que ha de errado comigo?

Saio do elevador e entro no quarto tentando apagar a imagem daquela menina linda me encarando, nunca falaram assim comigo, de repente ela vem e fala aquilo? Se eu quisesse poderia pedir pra despedirem ela... Não, não, eu não quero isso, que coisa chata não saber o que passa nesse coração.

Tiro minha roupa e fico só de bermuda moletom preta, ligo a TV onde está passando um documentário sobre a morte do homem que eu matei, é impressão minha ou o destino ta pregando uma peça comigo? Desligo a TV e subo no parapeito da janela, coloco os pés pra fora e deixo o vento bater no meu rosto.

Sophia Narrando.

Quem aquele cara pensa que é? Posso não ser uma dama e muito menos rica, mas defendo quem eu amo com unhas e dentes, ela é minha familia a única que tenho, não tem filhos e por isso age assim, por isso é briguenta... Eu entendo ela, só que essas drogas realmente estão a matando ,mas não é por isso que vou interná-la nunca.

- Não posso interná-la...- Falo sem querer e minha tia me olha confusa.

- Internar? Quem você quer internar sua tonta? - Pergunta me olhando feio e eu apenas abaixo a cabeça e continuo tomando meu café.

- Ninguém não tia, desculpe pode voltar a assistir sua novela. - Falo cansada e ela volta a assistir. Ao seu redor posso ver cigarros e charutos no sofá.

Levanto da mesa de jantar e subo pro meu quarto, me dispo e coloco apenas um baby doll de oncinha, deixo os cabelos soltos e sento na janela apreciando a paisagem das ruas e do luar.

Rolo os olhos pelo telhado e vejo alguém sentado também na sua janela.

O Thomas, ele esta apenas de bermuda moletom e sorri pra lua, como se estivesse conversando com a mesma, homem estranho... Porém lindo, como pode alguém ser tão lindo, tão gato e ao mesmo tempo tão arrogante em relação a familia, será que nunca teve familia? Observo cada detalhe do seu rosto, seu jeito, seu corpo enlouquecedor e seu olhar sedutor, seu cabelo balançando ao mesmo tempo que o vento bate... De repente seus olhos se cruzam com os meus e ficamos assim um olhando o outro, sem falar nada apenas olhares desconhecidos.