8.

8K 627 118
                                    


A porta da sala de refeições se abriu e a Srta. Brooke entrou com chá e algumas fatias de pão integral torrado. Sorriu nervosamente para Lauren e contemplou Camila com carinho. 

— Coma um pouco de torrada - ordenou num tom severo, enquanto colocava a refeição diante da patroa. - Não quer que eu fique montando guarda para ver se vai comer, quer?

— Não se preocupe Ally - Camila murmurou com os olhos molhados, emocionada pela afeição da mulher. - Obrigada.

— Oh! - disse a governanta ao ver as lágrimas. No instante seguinte, Camila foi envolvida por um caloroso abraço. - Vamos, chore - murmurou a Srta. Brooke para consolá-la. - Está precisando chorar. Pensando bem, quem não está? A princesinha estará de volta quando menos imaginar, s senhora verá.

— Sim, claro. - À custa de muito esforço, Camila empertigou o corpo. - Sinto muito. Foi apenas...

— Sei exatamente o que está sentindo - suspirou a Srta. Brooke. - Não precisa me explicar nada, madame. Nada...

Deu um tapinha encorajador no braço de Camila e saiu, deixando-a a sós com Lauren que acompanhara a cena silenciosamente.

— Parece que todos gostam muito de você - comentou - Normani já veio perguntar como está se sentindo e o Sr. Ogletree me parou no jardim pelo mesmo motivo.

— Está surpresa? - ela indagou secamente enquanto segurava o bule com as mãos trêmulas. - Estranha que possam ter carinho por alguém como eu?

Ele levantou-se e parou tensa diante da janela.

— Não - respondeu.

Durante o silêncio que se seguiu, Camila serviu-se do chá e pôs-se a tomá-lo. Lauren não voltou à mesa. Depois de alguns minutos, perguntou:

— Ela é, como todos dizem... Uma princesinha?

Camila contemplou as costas largas da esposa com raiva. Como podia fazer tal pergunta se na noite anterior a impedira de falar sobre a criança?

— Vá para o inferno! - desabafou antes de sair da sala.

A manhã se arrastou numa terrível espera pelo som do telefone. O silêncio era opressor, e a sensação de impotência, angustiante. Para piorar, Lauren decidiu trancar-se no escritório, deixando Camila desamparada. Se ela acreditasse que Clara era sua filha, ficaria tão calma e impassível diante dos acontecimentos? Por fim, Camila não suportou mais a situação. Num ato de desespero, correu para o quarto, vestiu uma velha calça jeans colante, uma camiseta e desceu a escada correndo, enquanto amarrava um avental verde-escuro ao redor da cintura.

— Posso ajudá-la, Sra. Jauregui? - Um enorme guarda-costas a interceptou à porta.

— Não - ela respondeu. - Obrigada. - Quando fez menção de passar pelo homem, ele a segurou gentilmente pelo braço. - Solte-me! - ordenou.

O homem ruborizou, mas manteve a mão firme.

— Recebi instruções de que a senhora não deveria...

— Lauren! - ela gritou, com toda a força de seus pulmões.

Portas se abriram por toda a parte, inclusive a do escritório. Lauren apareceu no corredor, os olhos aguçados ao contemplar a cena no pórtico.

— Diga a ele - Camila ofegava - para tirar as mãos de mim!

Ela simplesmente franziu as sobrancelhas.

— Você sabe que nenhum dos meus homens lhe faria mal.

— Diga-lhe agora! - ela esbravejou, os lábios trêmulos.

Rumor Has It • Camren G!P [REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora