— Verônica cuidará dela. Ainda temos muito a discutir.
— Mas eu preciso cuidar de minha filha!
— Estou lhe dizendo para ficar! - esbravejou, tentando se controlar em seguida. - Isso é mais importante. A criança está segura com Verônica.
Ela se voltou, com lágrimas nos olhos.
— Esta é outra punição, não é? - acusou amargamente. - Como pode ser cruel a ponto de me separar de minha filha?
— Está me enfrentando, cara? - indagou, o tom perigosamente sedutor.
Camila respirou fundo.
— Não deixarei que me subjugue novamente. Não sou mais aquela criatura tola e frágil. Lutarei com você nem que seja no fim do mundo!
— Isso não tem nada a ver com a criança. - Ela começou a se aproximar lentamente e Camila, com o peito arfante, não recuou. -Tem a ver com o fato de você estar me enfrentando. - Outro passo.
— Por favor, pare de me intimidar!
Lauren estava gostando da discussão. Camila começou a perceber o brilho de satisfação naquele olhar. Rapidamente, ela a segurou pelos punhos e colou o corpo no dela, ofegante.
— Gosto disso, cara. Costumava gostar do vinho doce que você era, mas creio que gostarei muito mais do sabor rascante que adquiriu.
— Não quero que goste de mim! - ela murmurou, em protesto.
— Não? - a desafiou, com um tom aveludado na voz. - Sei que deseja ser beijada até ceder totalmente.
— Não!
Tarde demais. Os lábios sedentos cobriram os de Camila, fazendo seu corpo ganhar vida. A mais velha ainda a segurava pelos punhos. Roçou seus seios fartos no da latina, tornando-os rijos. Movia os quadris contra os dela, fazendo-a gemer, protestar. Combateu os protestos insistindo no movimento, até que ela cedesse ao beijo. Então Camila abriu a mão, anunciando a rendição final. Precisava acariciar aqueles cabelos, aquelas costas, manter os lábios sedentos contra os seus, agarrar-se àquele corpo amado. Lauren fazia carícias ousadas. Camila suspirou sensualmente e envolveu-lhe o pescoço, roçando-se nela. Enlouquecida com o movimento, Lauren segurou-a pelos quadris e ergueu-a. Como num transe, a única palavra que vinha à cabeça de Camila era "perfeito". Tudo era perfeito! O seu toque, seu beijo. Perfeito...
Quando Lauren a carregou no colo, ela não protestou. Quando a levou para o quarto, só protestou quando ela afastou-se um pouco para acomodá-la na cama. Então Lauren voltou-a a beijá-la, o que foi sua perdição. Camila perdeu-se enquanto se acariciavam e tiravam as roupas, perdeu-se no olhar sedutor de Lauren, que se deitava sobre ela, penetrando-a lenta e profundamente, os lábios tensos, o rosto crispado pelo desejo. Atingiu o clímax com um desespero possessivo que a fez chorar.
— Não me odeie, Lolo... - ela sussurrou.
Ela não respondeu. Com os olhos baixos, voltou a beijá-la. E ali mesmo, ao sol da tarde, perderam-se novamente no delírio lento que seus corpos clamavam.
Ao despertar, minutos mais tarde, Camila percebeu que Lauren se fora. Será que ainda a odiava? Ou odiaria a si mesma? Camila caiu na armadilha, seduzida pela paixão tórrida a que fora submetida, pelo amor que tinha pela filha, pelo terrível ciúme que experimentava duas vezes por semana, quando a esposa partia para Taormina, só retornando tarde da noite. Estavam naquela situação havia um mês. Lauren não voltara a viajar. Trabalhava em seu escritório na villa, onde passava a maior parte do dia, aparecendo apenas no almoço, do qual Camila não participava, e no jantar, para o qual ela era aguardada. Da sala de jantar, levava-a ao quarto, para noites ardentes de amor, ou despedia-se e ia a Taormina. Nessas ocasiões Camila se trancava no quarto e chorava. Certa noite, amargurada, explodiu quando a esposa tentou tocá-la.
— Tire suas mãos de mim! - esbravejou. - Se quer sexo, peça à sua amante!
— Minha... o quê? - Ela parou, o corpo apoiado num dos cotovelos. - Amante?
— Sabe exatamente de que... e de quem... estou falando!
Lauren a fitou com o olhar zangado.
— Essa amante... tem um nome?
Camila recusou-se a responder. Ela sorriu e segurou-lhe o pulso delicado.
— Posso forçá-la a me dizer...
— Queime no inferno, Lauren Jauregui!
— Prefiro queimar dentro de você, cara...
— Ou de sua amante! Só depende do dia da semana, não é?
Ela arregalou os olhos, surpresa.
— Como?
— Sabe que estou me referindo à Keana. A mulher que você visita duas vezes por semana. Agora, tire as mãos de mim! - Tentou afastá-la, inutilmente. - Se a deseja, entregue-se a ela! Mas não terá também a mim!
Lauren ficou repentinamente séria.
— Não? Você pôde ter um amante. Por que eu não posso?
Ela fechou os olhos, engolfada pela angústia.
— Não suporto mais isso - sussurrou.
— Suporta, sim - ela disse entre os dentes. - Terá que suportar muito mais. Portanto, deite-se e, se preciso, pense em Miami, cara! - escarneceu. - Quando a desejar, eu a terei!
Possuiu-a com tanta sensualidade que Camila não conseguiu pensar em nada. Bem mais tarde, imaginando que ela dormia, Lauren se levantou, vestiu o robe branco e saiu para o terraço. Ficou lá por um longo tempo. Camila, acordada, perguntava-se se ela estaria se odiando novamente por desejá-la. Fechou os olhos, desesperada com aquela situação. Ao ouvir a esposa retornar ao quarto, não se mexeu. Viu-a deitar-se silenciosamente, e o silêncio era uma tortura. Mas um grito foi ouvido, e ambos ergueram-se.
— Clara!
Camila saltou da cama antes que Lauren tivesse tempo para reagir. Pegou o robe e pôs-se a correr, apavorada com os gritos da criança, que ecoavam no corredor. Ao entrar no quarto, encontrou Verônica com a menina nos braços. O corpinho de Clara estava trêmulo, e os gritos eram inconsoláveis.
— O que houve? - Camila pegou a filha, estreitando-a contra seu corpo e murmurando palavras tranqüilizadoras.
— O homem... mau... apareceu - contou Clara entre soluços. - O homem mau... queria... me levar!
Camila ergueu o rosto empalidecido para Verônica, que balançou a cabeça.
— Pesadelo -a babá murmurou. - Clara os tem ocasionalmente.
— Quer dizer... - Camila precisou acalmar a voz antes de prosseguir: - Quer dizer que isso já aconteceu e você não me contou?
A moça ficou desconcertada.
— Nunca foi tão ruim, signora - explicou, erguendo os olhos quando Lauren assomou à porta, vestindo apenas um short.
— Saia! - disse Camila, num tom cortante. - Verônica saiu do quarto. - Calma, meu benzinho - sussurrou para a criança. - Mamãe está aqui.
— Camila... - A voz de Lauren soou rouca, pesada.
— Não quero falar agora.
Depois de um longo silêncio, Lauren saiu.
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Rumor Has It • Camren G!P [REVISÃO]
RomanceLauren e Camila eram o típico casal perfeito... Até uma suposta traição separar as duas de uma vez por todas. Apesar de todas as tentativas de Camila, Lauren não acreditou em sua inocência e duvidava que Lana pudesse ser sua filha e a mandou de volt...