17.

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Quando finalmente Clara voltou a dormir, Camila sentou-se na poltrona, a filha aconchegada no colo. Ficou naquela posição durante muito tempo. Quando Lauren finalmente voltou, ela nem ergueu os olhos.

— Fui eu quem ordenei para Verônica que não nos interrompesse. Precisava sentir que suas noites pertenciam a mim. Agora, ela está apreensiva. Teme ser despedida se eu não explicar tudo a você.

— Não tenho poderes sobre a babá - Camila lembrou friamente.

— Mas Verônica não sabe disso. E tem uma afeição sincera pela criança. Seria errado puni-la por algo do qual sou eu o culpado.

— Não tenho a intenção de punir ninguém.

— Então coloque a menina no berço e deixe Verônica retornar.

— Para que eu possa voltar para sua cama?

Lauren ignorou a observação.

— Clara está dormindo tranquila. Não terá outro pesadelo.

— Se não se importar, ficarei aqui. Verônica poderá procurar outra cama para passar a noite.

— Mas eu me importo!

—Quer saber de uma coisa? - Camila ergueu o queixo, os olhos castanhos frios como nunca. - Não me importo mais com você. Vou ficar aqui, com a minha filha, para estar por perto caso ela precise de mim. Clara necessita da mãe, não de uma substituta que você decidiu contratar para mantê-la quieta enquanto me seduz!

— Não é bem assim.

— É exatamente assim! - Ela acariciou a cabecinha da filha. - Você mal consegue olhar para a Clara! Como eu poderia levar suas necessidades em consideração?

— Está me culpando?

— Sim. Não foi a Clara quem ofendeu seu orgulho, mas é ela quem você pune quando a afasta de mim!

— Não é nada disso! - ela protestou e, ao perceber que alterara a voz, tratou de suavizá-la. - Estava apenas...

Ficou sem palavras e Camila completou o pensamento:

— ...disputando espaço com ela.

Lauren deu outro suspiro e, surpreendentemente, admitiu:

— Sim. Ela tem você o dia todo. E eu a quero ao menos durante a noite.

— Mas não se importa que eu tenha que disputar espaço com Keana.

Num gesto inesperado, Lauren ajoelhou-se diante dela e ergueu a mão para lhe afagar o rosto ternamente.

— Ponha a garota no berço e volte para a cama - pediu, a voz rouca. - Prometo que Verônica virá chamá-la no momento que Clara der algum sinal de inquietação.

— Não posso. Não vou me deitar em sua cama novamente.

— Por que não? - ela indagou. - O que aconteceu aqui que eu não tenha prometido resolver?

"Tudo mudou", ela pensou com amargura. "Você está me fazendo sofrer novamente e não posso permitir isso!"

— O que quer que eu faça? Que eu negue a existência de outra mulher?

"Isso ajudaria", ela admitiu silenciosamente.

— Ela existe? - arriscou.

Lauren ergueu-se e desviou o olhar.

— Sim - confirmou.

— Então do que adianta negar?

— Não vai insistir para que eu pare de vê-la?

Rumor Has It • Camren G!P [REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora