Encantada

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E é quando eu percebo que caí em cima do menino maravilhoso dos olhos azuis. Digo, João Pedro.

- Opa, cuidado. Deixa que eu te ajudo a levantar. - ele diz, pegando minha mão com toda delicadeza desse mundo, como se eu fosse quebrar.

- O-ok. Desculpa. Sou muito desastrada. -digo, me levantando.

- Desastrada e linda. Mas, você se machucou? -João diz, e eu sinto minhas bochechas pegarem fogo de vergonha.

- Não. Não me machuquei. Obrigada por me ajudar, e desculpa qualquer coisa. - respondo, e nos vamos caminhando em direção a sala de Ciências.

Chegando lá, sento no mesmo lugar da aula passada, e João, senta minha frente. E é óbvio que eu fico meia desconfiada, mas deixo isso pra lá. A professora se apresenta e diz pra nós formarmos duplas, pra fazer um exercício sobre átomos e outras coisinhas lá.
- Quer sentar comigo? Sou péssimo em Ciências. -João diz, trazendo sua carteira pra junto da minha.

- Tudo bem. Mas você vai ter que me ajudar.

- É claro. Menina linda que tropeçou em mim no corredor.

-EI - grito e sinto minhas bochechas corrarem de vergonha. Eu começo a explicar o que é pra fazer, e ele presta bastante atenção. Termino a explicação e o encaro, o que faz ele sorrir. E QUE SORRISO LINDO.

- Bem. Acabou a aula, peguem seus materiais, entreguem a atividade e podem sair. - A Sra. Traynor diz, levantando pra pegar nossos exercícios.

As aulas vão passando, e logo chega a hora de ir embora. Saio da escola, e encosto no muro do lado de fora pra esperar meu pai chegar. Enquanto ele não chega, coloco meu fone e começo a escutar Coldplay, minha banda favorita. E é quando me deparo com João vindo na minha direção, dando um sorriso encantador e encostando do meu lado pra conversar comigo.

- E aí, menina linda que tropeçou em mim no corredor.

- Oi -digo, rindo

E sinto meu celular vibrando, é uma mensagem do meu pai.

** Oi querida, desculpe, não vou poder ir te buscar hoje, tive um imprevisto**

-Ta esperando alguém? -João me questiona

-To...quer dizer, estava. - respondo.

-Quer ir embora comigo?

-Sim, por que não? - digo, e começamos a caminhar, pela enorme calçada da minha escola. E escuto a Sara me gritando de longe. Paro. E ouço o que ela tem pra me dizer.

-LICE, VOCÊ VAI EMBORA COMIGO HOJE? PRECISO CONVERSAR COM VOCÊ. - Sara diz, gritando pra mim ouvir.
-HOJE NÃO DÁ, SARA. ME DESCULPA. - respondo e volto a caminhar.

Durante o percurso, João começa a conversar comigo.

-E aí, gostou do seu primeiro dia de aula nessa escola?

-Sim, bem melhor que a minha outra do ano passado. Era uma zona. Tudo bem que às vezes bagunça é legal e tal, mas a minha antiga escola passava dos limites. -digo, e ele ri.

-Onde você mora? Posso te levar até lá se quiser. Seria egoísmo meu deixar você ir sozinha.

-Ah, moro ali na Rua Lavin Vedone. Pertinho.

-Ok, enquanto a gente chega lá, vamos conversando. Quer ir conversando com um chato que nem eu até sua casa?

-Você não é chato. -respondo e nós dois rimos.

-Ok então. Como anda sua vida amorosa? É uma pergunta bem estranha, eu sei. - ele diz, rindo.

-Uma merda. E a sua? - respondo e ele ri.

-Uma merda também.

-Ah, mas eu não quero me decepcionar sabe. Na minha cabeça, algum dia você vai achar alguém que te ame de verdade, e vocês vão viver um amor intenso, cheio de defeitinhos, como deve ser. Afinal, não existe relacionamento perfeito, não é mesmo?

-Caraca, que poética.

-É, eu vivo criando frases de relacionamento. Principalmente, quando eu assisto algum filme de romance, ou quando estou gostando de alguém.

-E nessa frase, que você me disse agora? Você assistiu um filme de romance ou ta gostando de alguém? - ele me pergunta, rindo.

-Prefiro não responder. - sinto minhas bochechas ficarem vermelhas.

-Ei, essa é sua rua não é? - João diz, apontando pra minha rua.

-É, moro logo ali. - digo, apontando pra casa.

Caminhamos em silêncio até chegar em frente a minha casa. E eu resolvo me despedir.

-Obrigada por me trazer até aqui.

-Que nada. Posso te acompanhar quando quiser. Ah, pega isso aqui, quando você precisar de alguém pra conversar se lembre de mim. - ele diz, e me dá um papelzinho com seu número escrito nele.

-Claro. Pode deixar. - digo, rindo.
-Tchau, menina linda que tropeçou em mim no corredor. Até amanhã. -ele diz, me dando um beijo na bochecha.

-Tchau. Até amanhã. - respondo, observando ele ir embora.

Eu realmente estou encantada por João Pedro Kauffman. Mas não posso sentir isso. Como eu já disse pra ele, e pra mim mesma, não quero me decepcionar. Eu conheci ele hoje, não tem como se apaixonar da noite pro dia. Porque como diz John Green: o verdadeiro amor nasce nos tempos difíceis. E então, passei o resto do dia pensando nisso.

Semana que vem, capítulo novo! Obrigada por ler ❤

O Amor e a EscolhaOnde histórias criam vida. Descubra agora