O Amor e a Escolha

O Beijo

Hoje é o dia da minha alta. E a de João Pedro também. Os médicos disseram que ele melhorou ao mesmo tempo que eu recuperei a força do meu corpo. É como se estivéssemos ligados. Talvez nós estejamos mesmo.

Victor entrou no quarto e se surpreendeu ao ver João Pedro de pé, sorrindo e bem disposto. Ele correu os olhos pelo quarto e olhou pra mim, sentada na poltrona, escrevendo no meu caderninho.

Por falar em escrever, o meu admirador secreto sumiu. Será que era o Mason? Não quero nem pensar em Mason. Nem meus pais, nem João Pedro e nem ninguém sabem que ele esteve aqui.

-Trouxe pra você, Lice. - Victor disse, me entregando um buquê de rosas. Cheirei as flores e sorri. Levantei e dei um abraço nele.

-Obrigada - eu disse e sorri pra ele. - Elas são lindas.

-Não mais que você. - ele disse e olhou no fundo dos meus olhos. Eu só sorri e fui falar com João Pedro, que estava cantarolando.

Cheguei perto dele e sussurei em seu ouvido:

-Quando chegarmos na sua casa, tenho uma surpresa pra nós dois.

Percebi que ele sorriu.

Me virei e saí do quarto.

-Mãe, quantos dias de férias eu ainda tenho? - eu disse ao chegar perto dela e do meu pai.

-Uma semana, filha.

-Aaahhhhh - resmunguei.

-Você vem pra casa com a gente?

-Mãe, pai... eu... posso ter uma conversa séria com vocês?

-Claro meu amor, pode falar. - meu pai disse.

Puxei eles pra um canto da recepção.

-É que... Eu acho que amo João Pedro.

Minha mãe sorriu.

-Isso não é uma surpresa, filha.

-Mas é que... Eu não sei o que fazer.

-Filha, vocês já se beijaram? - meu pai questionou, arregalando os olhos.

-PAI! - gritei e corei.

-Desculpa - ele disse e começou a rir. - Mas eu falei sério, filha.

-Não, pai. Ainda não.

-Hmmmmm, ainda né. - comecei a rir e dei um tapinha no braço do meu pai.

-Você vem pra casa com a gente? - minha mãe perguntou.

-Posso ir pra lá, mami? Por favor. Preciso conversar com o João.

-Conversar. Conversar com as línguas, né filha? - meu pai falou e deu um sorrisinho malicioso.

-Pai! - comecei a rir de novo.

-Pode sim, meu amor. Mas volte depois de amanhã, ok?

-Ok! - dei um abraço nos meus pais e saí saltitando pro quarto onde eu estava com João Pedro.

Chegando na porta, meu celular apitou.

**Sumi, mas ainda estou aqui, amore. Não se esqueça de mim, pois eu penso em você vinte e quatro horas por dia. E, sorria. Seja feliz. Logo logo, você vai ser feliz comigo. Boa noite, babe.** -A.S