Lágrimas e Reencontro

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Na quarta feira de manhã, acordo me sentindo um pouco mal, me sinto quente e meu corpo está doendo muito. E resolvo pedir pra minha mãe pra faltar na escola, apesar de ser meu terceiro dia de aula.

-MÃÃÃÃEEEE. -grito, o mais alto que posso pra ela ouvir.

-Oi filha, o que foi? - ela entra no quarto com o ar de preocupada.

-Eu acho que to com febre, e meu corpo ta doendo bastante. Posso faltar na escola hoje? Por favor.

-Deixa eu ver se você ta com febre mesmo. - ela vai em direção ao meu guarda roupa, abre ele, e pega o termômetro, e coloca debaixo do meu braço pra medir minha temperatura. Uns 5 minutos depois, ele apita.

-É, você ta com febre mesmo. 39°graus. Bom, você pode ficar em casa, mas vai ter que ficar sozinha, porque você sabe que eu e seu pai temos que trabalhar. - Minha mãe trabalha em uma loja de roupas, no shopping. E meu pai, é gerente de uma empresa de fotografia.

-Tudo bem, mãe. Mas se eu me sentir melhor, eu posso sair um pouco, pra sei lá, tomar um ar?

-Sim, mas qualquer coisa me avisa. Ta? Tenho que ir filha, até a noite. - minha mãe se despede, me dando em beijo na bochecha. E enquanto ela sai do meu quarto eu a observo, e vejo quão bonita ela é, tem os cabelos lisos e castanhos que batem no meio das costas, os olhos verdes. Ao contrário de mim, que tenho o cabelo ondulado, quase cacheado e os olhos cor de mel.

Resolvo tomar um remédio, e me deitar. Preciso que essa febre passe porque eu quero me encontrar com a Sara ainda hoje. Eu falei com ela na segunda, ela sumiu e nem me avisou de nada, nem parece aquela Sara que eu conheço.

Acordo três horas depois, pego o termômetro e vejo que não estou mais com febre. Meu celular vibra, uma mensagem de Sara:
*** Oi Lice, o que acha de sairmos pra algum lugar? Preciso te contar várias coisas.***
**Ok, te encontro daqui a meia hora, na praça perto daqui de casa, beijo.**

Me arrumo e visto a roupa nova que minha mãe me deu: um short preto de cintura alta, um cropped cinza e um all star branco. Saio de casa e vou pra rua de baixo, na praça, encontrar a Sara. Chegando lá, avisto ela, mas ela está bem diferente do que o normal. Ela está usando uma blusa curta com o decote enorme e um mini short. Eu nunca vi ela com roupas assim. A Sara não é assim.

-Lice, oi. - diz ela, me abraçando.

-Oi. O que aconteceu? Você não foi pra escola ontem e você não me deu notícia.

-Eu sai com um menino aí. Aquele seu namorado de um tempo atrás, Victor, sai com ele depois da aula de ontem. O irmão do João sabe?

-Pera, eu ouvi direito? I-Irmão? - gaguejo pra responder.

-Ops. Você não sabia? Ihhh, já percebi, seu paquerinha não confia em você. - ela diz, colocando a mão na boca, como se não quisesse ter dito aquilo mesmo.

-Ah Sara, me poupe né. Eu conheci o João faz três dias. Você quer que ele faça a biografia dele pra mim? Não tem como ele confiar em mim de uma hora pra outra, apesar de ele ter me dito que confiava.. - digo, e sinto as lágrimas vindo. Com raiva de Sara apesar de a culpa não ser dela, digo:

- E que baixa você, sabe que eu gostei muito do Victor, muito mesmo. E você mal conhece ele, e já chama pra sair? Essa não é a mesma Sara de antes, suas novas amigas te deixaram assim? Aquela tal de Heloísa? Que inclusive parece ser sua melhor amiga agora. Você mudou seu estilo de roupa pra agradar ele também ou suas novas amigas? Me poupe, Sara.

-É, eu não sou a mesma, realmente. Você mudou, e pra pior. Faz o seguinte me esquece ta? Vai dar bola pra um menino que só quer te usar, só quer que você seja mais uma na lista dele. Se liga, Alice. -Sara diz, e sai batendo o pé forte, morrendo de raiva.

Decido andar um pouco, clarear as idéias, mas a tristeza vai tomando conta de mim e eu preciso sentar em um lugar tranquilo , me acalmar e pensar no que acaba de acontecer. Sento na sombra de uma árvore e começo a chorar. E eu choro, choro mesmo. Deito na grama e começo a soluçar, ficando vermelha como um tomate, e as lágrimas não param de cair. Como a Sara mudou tão rápido? E por que o João não me contou que ele e o Victor são irmãos? E por que o Victor nunca me contou que ele tinha um irmão? E se for verdade o que a Sara falou? E se ele só quiser me usar, ser mais uma da lista?

Decido levantar, ir pra casa, e mandar uma mensagem pro João, preciso realmente saber o que aconteceu. Avisto um rosto conhecido de longe, Will Marshall, meu melhor amigo, que se mudou para a Noruega três anos atrás. Eu sabia que ele tinha voltado pra passar as férias aqui, mas não imaginava encontrar ele aqui, na praça. De longe, ele parece o mesmo Will que eu conheci, cabelos loiros, seus olhos azuis brilhantes e o carisma que contagia todo mundo.

-Will! Will! Não acredito que você voltou! -digo, correndo pra dar um abraço nele. Ele se vira e me vê, me agarra pela cintura, e me dá o abraço maravilhoso que só ele tem. Como eu senti falta dele. E nós permanecemos ali, abraçados.

-Branquela! Que saudade! - ele diz, me abraçando ainda mais forte, e percebo o quanto senti falta dele me chamar assim.

OE, OE MEUS AMORESSS. Obrigada por lerem. Comentem o que acharam, se devo mudar alguma coisa ou escrever capítulos mais longos. Não se esqueçam de apertarem a estrelinha e votarem, o voto de vocês é muito importante. Nos vemos no próximo capítulo. Beijão. ❤

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