O Amor e a Escolha

O Inicio do Jogo

-Você vai fazer tudo que eu mandar, Alice. - Mason disse, com um sorriso diabólico nos lábios. 

-Vou é? Sabia não.

-Alice, Alice... Sempre engraçadinha. Vamos ver até quando seu humor vai durar.

Ele disse isso e eu me calei. Comecei a observar o lugar que eu estava, um galpão completamente velho, empoeirado e sem mobília. 

-O que quer comigo? Fala logo de uma vez. 

-Nós vamos passar muito tempo juntos a partir de agora, vamos virar melhores amiguinhos. - ele disse, sorrindo novamente.

-Nem nos meus piores pesadelos isso iria acontecer. 

Ele me encarou e por um momento pensei que ele tivesse se atingido com o meu comentário. Mas foi só pensamento mesmo. Mason não tem sentimentos. Ele é uma pessoa carente de um "amor" que ele pensa que existe. O nome certo pra isso é obsessão.

-Vou ali comprar umas coisas pra nós, anjo. Já volto. - Mason disse e eu o encarei.

-Ok, quando você voltar é provável que eu já tenha fugido.

-Então é melhor eu te deixar presa, igual uma cachorrinha brava.

Ele foi até uma caixa largada no chão e de lá tirou duas cordas. 

-Sente na cadeira. - ele disse.

-Não.

-SENTE. NA. PORRA. DA. CADEIRA.

Virei o rosto e comecei a olhar pro teto. Ouvi passos mas nem me dei o trabalho de virar. Ele não quer jogar? Pois vamos jogar. 

Senti alguma coisa agarrando minhas pernas. Olhei pra baixo e eram as cordas. Ele estava amarrando elas na minhas duas pernas, me imobilizando e me incapacitando de andar. 

-Solte-me! 

-Não, anjo. 

Ele me pegou no colo e me colocou na cadeira empoeirada que estava em um canto. Pegou a outra corda e amarrou minhas mãos. Eu até tentei lutar, porém Mason é bem mais forte. E a minha fome, já está me deixando fraca. 

-Fique quietinha ai, cachorrinha brava. Já já eu volto com a sua ração.

-Vai pro inferno.

Ele saiu, me deixando sozinha com os meus pensamentos. O que João Pedro deve estar pensando agora? E Victor? E principalmente meus pais. Meu admirador secreto me arrancava sorrisos só no anonimato mesmo. Antes de saber que era Mason. Como eu pude ser tão burra?

No começo, sempre pensei que fosse João Pedro. Todas aquelas coisas fofas, palavras bonitas, enigmas. Bem a cara dele.  

Eu só queria estar com minha família agora. Com minha mãe, meu pai, João Pedro... Queria estar encarando aqueles olhinhos cor de piscina, beijando aqueles lábios macios. Porém, é só mais um desejo. Eu estou aqui, presa, com medo, com frio e com fome. E o pior, com um monstro. 

Minutos depois, Mason chegou carregando duas sacolas. 

-Comprei a sua ração, cachorrinha. 

-Comprou pra você é? Você ta parecendo um verdadeiro cão com raiva.

-Seja boazinha comigo, Alice. E eu tentarei ser bom com você.

-Ser bom comigo, Mason? Ser bom comigo me prendendo aqui, nesse lugar imundo.  Ser bom comigo me chamando de cachorrinha brava. Ser bom comigo me enganando fingindo ser alguém apaixonado por mim nas mensagens.