Eu Nunca

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Desci as escadas pra ver o que me esperava, já me preparando pra chorar, porque geralmente em aniversários eu fico muito emotiva, mais do que o normal. Conforme eu descia, eu vi balões em formato de corações pendurados por toda a parte da casa, vi algumas fotos do pessoal comigo, vi fotos em que eu estava sozinha. Também observei que em um canto, tinha uma mesinha isolada. Fui até ela silenciosamente e comecei a chorar. A mesa estava lotada de chocolates, de balas e alguns bis formando um "eu te amo". Além disso, tinha um buquê de flores. E uma muda de girassol.

Como eu desci depois do pessoal, não sei onde eles estão. Até João Pedro sumiu. Então eu comecei a ver as coisas e a chorar ainda mais.

Eu ouvi passos e me virei.

Deparei com todo o pessoal me olhando e sorrindo.

- Feliz aniversário!!! - todos disseram, em uníssono.

-Obrigada, gente. - sorri.

- A gente só fez isso pra te deixar feliz meu anjo. - Manoela disse.

- Eu sei. - sequei minhas lágrimas e todos formaram uma rodinha pra me abraçar.

A minha festinha de aniversário foi rolando sem mais novidades. Casais se beijando e eu e João Pedro nessa também. Ainda mais depois da noite anterior. Cada casal em um local do sofá diferente mas todos conversando entre si.

- João, eu posso te perguntar uma coisa? - Victor disse, do nada.

- Fala meu filho. - João disse e Victor riu.

- Você é virgem?

João Pedro olhou pra mim e ficou sem saber o que responder.

- Não sei. Eu sou? Eu não sei meu signo mano.

- Para de palhaçada, você sabe do que eu tô falando.

E foi quando eu tive uma ideia.

-GENTE!! - todos olharam pra mim. - Tive uma ideia. Por que a gente não brinca daquele negócio de "eu nunca, eu já"?

- Verdade! - Mad concordou.

- Aí gente mas tem que ter bebida! - Rafael se pronunciou depois de muito tempo quieto.

- E quem disse que não tem bebida Rafa? - Victor falou.

- Ah então tem? - ele disse e os óculos dele brilharam. Todos riram e Rafael saiu saltitante para buscar uma garrafa de bebida.

- Beleza, todo mundo senta no chão e forma uma rodinha, então. - falei.

- Cê que manda, chefa. - João disse e eu lhe lancei um olhar de reprovação seguido de um sorriso.

Cinco minutos depois, o saltitante Rafael voltou com três garrafas de bebida. Ele estava abraçando as três com muito afeto.

- Rafael que palhaçada é essa? - Gabi perguntou, colocando a mão no rosto e balançando a cabeça negativamente.

- É bebida, gente! Vamos aproveitar que não tem nenhum adulto e se jogar na cachaça!

Eu olhei pro Rafael como se eu fosse bater nele e ele se encolheu. Eu ri.

- Se a gente não exagerar nas doses, acho que tudo bem. -  Mad falou.

- Sim, e além do mais, hoje é seu aniversário, Lice! - Victor falou.

- Ok então. - falei e me arrumei na roda.

Creio que essa brincadeira não vá dar muito certo com bebida, Rafael já parece que vai exagerar. Mas como eu sou a mãezona entre eles todos, espero que eu consiga dar conta de amigos bêbados e apaixonados.

O Amor e a EscolhaOnde histórias criam vida. Descubra agora