Descoberta

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Na manhã seguinte, acordei e lembrei que tinha que ir pra escola. Me desanimei. Ver João Pedro. Ver Victor. Ver Sara. Levantei da cama, coloquei minha roupa: uma calça jeans clara de cintura alta, uma blusa preta de frio, minha jaqueta jeans e meu all-star preto. 

-Bom dia, filha. - minha mãe disse, vindo até mim e me dando um beijo na testa.

-Bom dia. - meu pai disse e fez o mesmo que minha mãe.

-Você chorou ontem filha? Você ta com um pouco de olheiras. - minha mãe disse. Eu não queria contar pra ela que acordei durante a noite, e comecei a chorar por causa do João, da Sara e do Victor. Nem eu queria me lembrar disso agora.

-Não, mãe. Eu to ótima. - eu disse, pegando umas bolachas nesfit e me despedindo deles.

-Quer que eu te leve na escola filha? To livre agora de manhã. - meu pai me questionou.

-Não pai. Pode deixar, eu vou andando. É bom pra mim clarear minhas idéias e ver o mundo que me espera.

-Ok, boa aula, filha. Amo você. - meu pai disse e minha mãe veio até mim, me deu um beijo na bochecha e acenou.

Saí de casa, peguei meu celular, coloquei meus fones e comecei a escutar músicas que me davam inspiração pra escrever. Quando fico triste costumo desabafar com o papel. Tem sido minha melhor distração ultimamente. Cheguei na escola e dei de cara com Sara e suas novas amigas. Passei por elas e pude perceber que elas estavam rindo, ignorei completamente. Uma lágrima surgiu nos meus olhos, mas eu apenas limpei e entrei na escola. 

Entrei na sala, era aula de Matemática, uma matéria que conseguiria me manter distraída. Minha matéria preferida. A odiada de muitos. João Pedro entrou atrasado na sala.

-Licença, professora. Me atrasei. - disse ele.

-Tudo bem, da próxima vez já sabe. Fica fora. - ela disse e ele entrou na sala. Nossos olhares se encontraram. Eu olhei pra baixo e ignorei o fato de que ele estava sentado na minha frente. E reparei que Victor não veio hoje. Eu não falo com ele desde o dia da briga. A briga por minha causa

-Oi, Lice. Você se importaria de me ajudar a fazer esse exercício aqui? Ta dificil. - João disse, rindo.

-Sim.Me importaria.

-Nossa, Lice. O que foi? Eu fiz alguma coisa de errado? 

-Depois a gente conversa, ta? Eu to ocupada fazendo meus exercícios agora.

 Eu odiava o fato de ter essa personalidade fria. Eu não sou assim. Mas eu estava com tanta raiva do João que não pude controlar a frieza em minhas palavras.

João narrando

Poxa, eu não sei o que eu fiz pra Lice. Eu só pedi ajuda pra uns exercícios de matemática e ela me tratou com grosseria e frieza. Será que ela descobriu sobre o Victor? Não. É claro que não. É impossível ela descobrir que eu sou irmão do Victor. Vou tirar essa idéia louca da minha cabeça e fazer meu exercício.

Alice narrando

Após um tempo, terminei meus exercícios. Acabei decidindo que eu precisa falar com o João Pedro ainda hoje. Eu preciso esclarecer as coisas. O sinal bateu, eu peguei minhas coisas e saí. Fui em direção a porta, mas senti uma mão me puxando pra trás. 

-Ei, Lice, o que aconteceu? - João disse, segurando minha mão. 

-Você ainda me pergunta, João? VOCÊ NÃO DISSE QUE CONFIAVA EM MIM? - eu disse, puxando minha mão pra trás, com raiva.

-Mas eu confio, Lice. Eu juro que confio. 

-Então por que você não me contou que você era irmão do Victor? Você só quer me usar né? Fala a verdade pra mim, João Pedro. - eu disse, e as lágrimas começaram a cair. 

-Me perdoa. Eu juro que na hora que eu achasse certa eu iria te contar. Eu juro. - ele disse, e a voz dele foi ficando fraca, como se ele fosse chorar também.

-Aé? Você ia me contar? HÁ. Sei. Você sabia também que eu fui namorada do Victor né? Aí você quis se vingar e veio dar de cavalheiro pra cima de mim? TCHARAM. Funcionou. Eu cai que nem uma patinha. 

-Não. É claro que NÃO. Eu descobri que você foi namorada dele no dia que eu briguei com ele. E não Alice, eu não quis te usar. Eu não dei uma de cavalheiro pra cima de você. Eu gosto de você de verdade. Eu não quis te magoar, me desculpa...

-Agora já é meio tarde pra pedir desculpas, não acha?

-Olha, se você não quiser me desculpar eu até entendo. Eu não quis te usar, posso te afirmar com certeza. Mas você acha que essas foram minhas intenções. Mas fica esperta, viu? Você é bem bobinha e se enganou com meu irmão, se apaixonando sem nem saber da metade da vida dele. 

-CALA A BOCA SEU BABACA. VOCÊ NÃO SABE NEM DA METADE DA HISTÓRIA. - eu disse e sem pensar duas vezes, dei um tapa no rosto dele, me arrependendo logo em seguida. Eu não sou assim, não sou.

-Me desculpa, eu não quis te machucar.. - eu disse, me aproximando dele, pra ver se tinha machucado.

-Agora é meio tarde pra pedir desculpas, não acha? - ele disse, recuando e saindo da sala com a mão no rosto, fazendo cara de dor.

O arrependimento bateu. Sai da sala imediatamente e fui em direção ao banheiro. Entrei em um e me sentei sobre o vaso sanitário tampado, abraçando meus joelhos e me afogando em lagrimas. Decidi passar o dia ali, trancafiada no banheiro. Afinal, ninguém ia sentir minha falta mesmo.

Obrigada por lerem. Não esqueçam de darem estrelinha e comentarem. A opinião de vocês vale muito. Até o próximo capítulo 🌈💜.

O Amor e a EscolhaOnde histórias criam vida. Descubra agora