O Amor e a Escolha

Pré Luau

Falta um dia pro meu aniversário e nós resolvemos ir pra casa de praia hoje. Os meus pais vão levar a gente. Em carros separados, claro, porque são sete pessoas.  Eu, João Pedro, Rafael e Madison vamos com o meu pai, e Manoela, Gabi e Victor vão com a minha mãe.

- EU AMO ESSA MÚSICA. - Rafael disse, no carro, quando tocou Now or Never, da Halsey. Ele estava com um visual bem exótico, eu diria. Chinelo, chapéu, uma regata cheia de florzinhas e um short azul. 

Meu pai riu. Faltava mais ou menos meia hora pra chegar na casa de praia, e a cada música que tocava, Rafael fazia escândalo. Lógico que meu pai ria de todos. Ele adora o Rafael.

Eu estava encostada no ombro de João Pedro, apesar do calor. 

- E aí, quando vai ser o casório? - meu pai perguntou pra João Pedro, do nada. João Pedro se assustou com a pergunta do nada e meu pai riu.

- Quando ela quiser. - ele respondeu. Sorri.

- E você, vai casar quando, Rafael? - meu pai falou.

- Ai tio, se namorar já ta difícil pra mim, imagina casar! Ninguém me quer! - ele choramingou.

- Ele ta mentindo, Sr. Whitman! Um monte de menino quer ele mas ele corre de compromisso.

- Pode me chamar de tio, Mad. Eu gosto de quando os amigos da Lice me chamam assim. - Madison assentiu, sorrindo. Sorri também. Meu pai é um amor. - Então quer dizer que você corre de compromisso, senhor Rafael?

- É mentira, tio! Ela fala isso mas quando eu vou ver quem me quer, imaginando ser sei lá, um Brad Pitt, é um franguinho! De canela fina e tudo! Daqueles meninos que faz academia, só malha os braços e fica com as canelas de franguinho!

Meu pai riu. Mad, João Pedro e eu também.

- O amor surge quando você menos espera, Rafa. - meu pai disse.

- Deus te ouça, tio. - Rafael respondeu.

Chegamos na casa de praia. Rafael começou a fazer escândalo por causa do calor e passou muito protetor solar.

- Pega, benzinho. Pra não queimar o narizinho! - ele disse e passou protetor no nariz de João Pedro.

- Que isso, Rafa? - ele perguntou.

- Protetor, ué. 

- Ta, mas eu não pedi.

- Ai, seu grosso. Eu to tentando te proteger de câncer de pele e você ainda é mal agradecido! - Rafael disse.

- Tentando proteger ele com protetor só no nariz, Rafa? - Manu perguntou.

- Gente, me deixa. - ele disse e nós rimos.

Tiramos as malas do carro, e colocamos na sala de estar da casa. Faz um tempo que eu não vinha aqui que eu nem lembrava como era bonito.

Após tirarmos todas as malas, o pessoal se despediu dos meus pais, me deixando a sós com eles.

- Obrigada por deixarem eu vir. Prometo que vou me cuidar. - eu disse e abracei eles.

- De nada, filha. A gente só quer te ver feliz. - meu pai falou.

- E eu estou. - respondi

Eles me desejaram feliz aniversário adiantado, já que não vão me ver amanhã. Cada um entrou no seu carro e eles foram embora. 

Eu amo meus pais. Sou absurdamente sortuda por ter eles na minha vida.

Entrei na casa e Rafael já tinha conectado seu Spotify com a caixinha de som da casa. Ele dançava tentando parecer sensual, mas como sempre, só se parecia com uma lagartixa.

- Gente, amanhã a noite, vai ter um luau na praia. E de dia nós vamos comemorar o aniversário da Alice.

- Luau?! Vai ter um monte de gatinho surfista, será? - Rafael perguntou, com os olhos brilhando.

- Para de ser piranho, Rafael! - Madison disse.

- Eu não! - ele respondeu e nós rimos.

Pegamos as malas e subimos. A casa tem vários e vários quartos, mas como a gente veio praticamente só em casal ( e Rafael), os casais ficaram juntos nas suítes.

- Feliz que vou dormir agarradinho com você por três dias. - João Pedro disse, chegando perto de mim, agarrando minha cintura e me dando um beijo.

- Para de me olhar com essa carinha de bebe se não eu não consigo parar de te beijar.

- Essa é a intenção. - João Pedro disse e eu beijei ele.

- EPA! - Victor disse, entrando no quarto sem bater e dando de cara com João Pedro e eu nos beijando. 

- Pode entrar. - eu disse pra ele, rindo.

- Ah, eu só vim avisar que a Cida, que cuida da casa, já preparou nosso almoço. - Victor disse.

- Ok, eu e a Lice vamos arrumar as coisas aqui e descemos pra comer. - João disse. Victor concordou e saiu do quarto. 

Rafael entrou no quarto logo depois, saltitando. 

- Gente, as camas daqui são ótimas! É como estar pulando nas nuvens! - Rafael disse, subindo em cima da cama e pulando. Eu e João Pedro rimos.

Subi em cima da cama e me juntei a Rafael, pulando.

- Cansei de pular - ele disse, três minutos depois - Vou deixar os pombinhos a sós.

Ele desceu da cama e saiu do quarto. 

- Vou trocar de roupa, to morrendo de calor. - eu disse, descendo da cama. Eu tinha ido de calça jeans, necessitava colocar um short. E também eu estava de camiseta de manga longa, necessitava de uma regata.

- Ok, eu saio. - João Pedro disse.

- A gente namora, não precisa sair.

- Ah e você tem coragem de trocar de roupa na minha frente? - perguntou.

- Tenho. - respondi, tirando a blusa. Fui até a mala e peguei uma regata e um short. Olhei pra João Pedro e ele me olhava com um sorriso malicioso. Depois, tirei a calça jeans e fui até a frente do espelho, só de calcinha, pra observar minhas estrias. João Pedro veio e me deu um tapa na bunda. 

- Que isso? - eu disse, rindo.

- Minha demonstração de carinho. - ele respondeu.

- Odeio minhas estrias. São feias.

- Não são. - João respondeu.

- Mas não são só as estrias. Eu tenho essa cicatriz aqui - eu disse e apontei pra uma cicatriz que eu tinha na perna, de quando eu cai de bicicleta.

- Cicatrizes são tatuagens de boas histórias. 

- Eu te amo. - fui até João Pedro e lhe dei um beijo.

- Ah, eu também te amo. - ele respondeu, sorrindo. Logo depois deu outro tapa na minha bunda.

 - EI! - comecei a rir.

- Desculpa. Prometo me controlar. - nós rimos juntos.

Coloquei o short e nós descemos. Como de costume, Rafael estava dançando ao som de suas músicas internacionais. 

Pra minha surpresa, Cida, a governanta, estava dançando com ele. 

Eles estavam dançando ao som da música Worth It, do Fifth Harmony.

- Gime tumi a worth it, baby i worth it! - Rafael cantou. Melhor dizendo, tentou.

- Ahã, a worth it! - Cida cantou junto. Todos nós rimos, até os dois.

Victor se juntou aos dois, dançando. Tentando também.

- Gente, eu não conheço aquele menino, ok? - Manu disse. Nós rimos.

Eu amo meus amigos.