Capítulo 6

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Natasha

Aquele culto na igreja do pai do Harry foi incrivel, alias, ele é incrivel. O dom que ele tem para tocar inspira qualquer pessoa a elevar seus pensamentos para Deus, a adoraçao naquele domingo foi tão linda que eu fiquei sentida em ter que ir embora.

Eu ainda nao entendi o porque Harry me olhou tão fixamente quando me viu, e eu tambem nao consegui tirar os olhos dele naquele instante, ele é lindo, sabe adorar (o que muitos rapazes que conheço nao sabem fazer) e seu olhar era tao intenso que eu queria me desviar dele mas nao conseguia, é como se ele fosse um misterio que eu estava tentada a decifrar.

- Você e o filho do Pr. Gregory pareciam se entender so de olhar um para o outro. - disse minha mãe.
- Sim e no momento do louvor, dava a impressão de que vocês ja tinham feito aquilo varias e varias vezes. - completou meu pai.
- Ele é uma pessoa bacana mesmo. Mas foi engraçado ver o pai tentando chamar atenção dele. - disse eu, sorrindo.
- Pode conversar com ele sempre que quizer - disse meu pai, enquanto comia - ele demonstra ser um rapaz de carater e a familia dele eu ja conheço.

Eu apenas sorri. Meu pai era ciumento e nao me deixava ter muito contato com outros rapazes e eu não o condeno por isso, ja que a maioria dos homens que se aproximam de mim so enxergam aquilo que suas pupilas conseguem captar. Então se ele estava permitindo eu ter contato direto com Harry, Deus fez um milagre!!

Passei a primeira semana de aula inteira na rotina da faculdade e a imagem daquele lindo olhar me encarando não saia da minha cabeça. Eu queria ve-lo outra vez!

Harry

Eu precisava falar com ela no dia seguinte, se ela estava na mesma universidade que eu, terei a chance de falar com ela todos os dias.

As aulas de Muay Thay estavam me fazendo muito bem, mas eu nao sentia necessidade de bater em ninguem, ao contrario de alguns colegas de treino.

No dia seguinte acordei disposto o bastante para levantar mais cedo, orei, li a biblia, tomei um banho, comi um pouco e sai. O campus não ficava longe da minha casa mas tambem nao era perto. Será que hoje vou conseguir ve-la? Pensei. A ideia de ver a Natasha me trazia um misto de alegria, medo e ansiedade.

Enquanto pedalava, viajava em meus pensamentos. Tanto que quando cheguei ao campus não me dei conta de que tinha um carro parado a minha frente com a porta do carona aberta. Tentei desviar, consegui, mas perdi o equilibrio e cai na grama, bate a cabeça, mas eu estava de capacete e o impacto nao foi tao grande.

- Meu Deus Harry! - gritou Natasha - você esta bem?

Não, mas poderia ficar pois (1 eu estava inteiro (2 minha bike tambem estava e (3 encontrei a Nat.

- Eu acho que sim - respondi meio tonto.
- Santo Deus meu filho você precisa ser mais atento!
- Eu sei senhor Young, me desculpe.

Young lembra sobrenomes japoneses, mas nem Nat nem seus pais se quer foram ao Japão. Me levantei do chão tentando não parecer o maluco que quase arrancou a porta do carro deles.

- Me perdoem pela falta de educação - disse eu - paz do Senhor.
- Paz Harry - respondeu ela
- Paz meu querido. - disse o pai - Filha se cuide eu preciso ir.
- Até mais tarde pai.

Nat deu um beijo nele e ele foi embora.

- Do que esta rindo? - perguntei.
- Foi uma queda feia - ela sorria como se fosse algo normal
- Não seja boba - retruquei - você tinha que me ajudar e nao rir de mim!

Apesar de ter dito aquilo, eu estava gargalhando junto com ela. Era uma otima sensação. Caminhamos pelo campus depois que me certifiquei de prender bem a bicicleta. Perguntei qual curso ela fazia e qual semestre estava. Ela me explicou que estava no terceiro semestre de psicologia e que vinha transferida de outra instituição por motivos que eu nao ouvi direito pois estava hipnotizado olhando no fundo de seus olhos.

- Harry você ta me deixando sem graça!!
- O que...? Ah... desculpa - sacudi a cabeça saindo do tranze
- Porque você olha tanto em meus olhos? - perguntou ela sorrindo
- Eu nao sei - respondi sem graça

Mentira. Eu sabia o motivo, mas de constragimentos ja bastava.

No termino do dia eu estava cansado como se tivesse corrido uma maratona e decidi nao ir ao treino (um dia so nao ia me matar). Fiquei esperando o pai da Nat ir busca-la, quando ele chegou perguntou se eu estava bem e eu disse que sim, ela me abraçou entrou no carro e foi embora. A pele dela era macia e tinha um cheiro tao bom que eu nao sabia decifrar, so me importava o quão bom era. Seu perfume de flores e jasmin ficou preso a minha camiseta e a imagem do seu lindo sorriso ficou gravada mais firmemente em minha memoria.

Eu so queria chegar em casa e descansar, mas tinha um problema me esperando, que por sinal estava sentada na minha porta.

- Será que podemos conversar? - Carly nao parecia nada feliz.
- Claro que sim vamos entrar.
- Não! Conversaremos aqui mesmo.

Eu assenti e sentei no chão de frente pra ela.

- Eu soube da sua nova amiga, a cantora dos olhos de estrelas!
- A Natasha? - ela assentiu - sim mas o que tem ela?
- Sua irmã me contou como você ficou com cara de bobo olhando pra ela.

Passei a mão nos cabelos, respirei fundo e entao falei:

- Sim eu fiquei com cara de bobo olhando pra ela. Um homem não pode achar uma mulher bonita?
- Pode sim - respondeu ela - mas o MEU HOMEM NÃO!!
- O que?
- É isso que você ouviu, eu não vou deixar ninguem roubar você de mim. - os olhos dela estavam vermelhos.
- Carly você ficou louca? - disse eu, ficando de pé.
- Sim sou louca por você!!

Ela pulou no meu pescoço tentando me beijar, eu a segurei mas virei o rosto e para minha surpresa ela me da um tapa. Senti minha pele queimar.

- QUAL É O SEU PROBLEMA - gritei - VOCÊ FICOU MALUCA? EU NÃO VOU BEIJAR VOCÊ. EU NÃO AMO VOCÊ PARA TE-LA COMO MINHA NAMORADA. VOCÊ É MINHA AMIGA SOMENTE E EU NAO SOU PROPRIEDADE SUA. ENTENDA DE UMA VEZ POR TODAS!

Por alguns segundos ela nao disse nada, ficou so ali me fitando com um olhar sinistro que refletia o odio que vinha do seu coração. Em seguida pegou sua bolsa e disse:

- Você me paga, isso nao vai ficar assim! - disse ela, enquanto exalava odio pelas narinas.
- Carly não diga isso! - disse eu, tentando acalmar as coisas - nós somos amigos desde a infancia e você precisa entender que nem tudo é do jeito que você quer. Se fosse da vontade de Deus nós estariamos juntos e...
- Nao fale de Deus pra mim. Se ele existisse realmente eu nao estaria sofrendo por sua causa.
- Então culpe a mim e não a Deus. - disse eu, quase implorando.
- Ja chega Harry!!

E ela saiu dali sem dizer mais nada. Me senti culpado por ter gritado com ela, porem a tristeza era maior por saber que ela estava se distanciando do caminho do Senhor. Eu tinha que fazer alguma coisa. Mas antes que eu pudesse gritar o nome dela, meu pai apareceu na porta e me chamou para entrar. Abracei minha mãe e não contive as lagrimas.

***

"Lembra-te do teu criador nos dias da tua mocidade antes que venha os maus dias e cheguem os anos nos quais dira: nao tenho neles prazer." (Eclesiastes 11)

***

Pessoal eu adicionei a palavras "antes" la no inicio do capitilo 1. Mais pra frente vcs vao entender o motivo.
Graça e paz!!

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