"Senhores passageiros, dentro de cinco minutos pousaremos no Aeroporto de La Guardia. Esperamos que tenham feito boa viagem e agradecemos a preferência."
A voz mecânica da aeromoça informava que já estávamos próximos de Nova York. Meu coração dava saltos dentro do meu peito e minha perna balançava constantemente, minha ansiedade não me deixou dormir por todo o voo. Olhei para o lado e vi Quinn dormindo. Parecia tão exausta, talvez pelo choque emocional de saber que Britt, seu amor do passado, estava em perigo de vida. Por incrível que pareça, não senti ciúmes daquilo. Britt sempre foi uma mulher atenciosa comigo e me ajudou a passar por situações de aperto quando o assunto era Quinn, tinha uma enorme dívida com ela e não a via como ameaça.
- Quinn.. – fiz um carinho na bochecha dela e a mesma se mexeu um pouco na poltrona. – Ei, acorda. Já vamos pousar.
- Hum.. já? – ela se ajeitou e abriu um sorriso fraco para mim. Estava com os olhos inchados e com enormes bolsas roxas embaixo deles. – Quanto tempo eu dormi?
- Todo o voo. Sei que quer ir comigo até o hospital, mas.. tem certeza que não prefere ir para casa descansar? Eu te mando notícias.
- Não, Rae. Eu quero vê-la.
- Talvez ela já tenha ido para a sala de cirurgia, a possibilidade de você conseguir falar com ela é muito baixa.
- Não custa nada tentar.
- Tudo bem. – suspirei derrotada e Quinn segurou meu rosto, depositando um beijo calmo em meus lábios. – Só quero que você seja forte, sabe.. se acontecer algo e eu falhar.
- Ei.. você não vai falhar. Não existe uma cardiologista melhor do que você em toda Manhattan. Se acalma, tudo vai dar certo.
- Obrigada.
"Senhores passageiros, coloquem suas poltronas na posição vertical e ajeitem seus cintos. Estamos nos preparando para pousar. Boa noite."
No momento em que a aeronave pousou, Quinn saiu em disparada pelo estreito corredor, me puxando pelo braço. Não tínhamos muito tempo e, se ela quisesse falar com Britt, teríamos que chegar ao hospital mais rápido do que o trânsito nos permitisse. Quinn pegou nossas malas com tanta pressa, que quase passou por cima do pé de alguns passageiros que esperavam sua bagagem perto da esteira. Não cheguei perto do volante do carro, deixei que ela dirigisse, afinal, eu não era páreo para ela quando o assunto era correr e desviar do trânsito.
Admito que, pela primeira vez, tive medo de Quinn no volante. Chegamos no hospital em um piscar de olhos e, mesmo depois de estacionar, ela permaneceu com os dedos em volta do volante e olhava para frente como se estivesse hipnotizada. Respirei fundo e me aproximei dela, retirando a chave da ignição e puxando o rosto dela para que me olhasse.
- Acalme-se. Por favor. Tudo que a Britt menos precisa no momento, é mais uma pessoa nervosa perto dela.
- E quem é a outra?
- Você duvida que Sant não está ai?! Pelo que nós conhecemos, ela já deve estar careca. – Quinn abaixou a cabeça e soltou uma risada fraquinha. Bem ou mal, apesar de tudo que já aconteceu entre nós três, eu sabia que ela sentia falta da sua velha amiga de guerra.
- Vamos logo, quero tentar ver a Britt antes dela ir para a sala de cirurgia.
O hospital estava estranhamente agitado naquela noite. Estagiários e médicos correndo para todos os lados, pelo visto, um acidente grande aconteceu e mandaram noventa por cento das vítimas para cá. Puxei Quinn pela mão e corri até minha sala. Enquanto ela acendia as luzes e sentava no pequeno sofá, vesti meu jaleco e bipei Sean, um dos meus estagiários. Não demorou muito para o jovem afobado aparecer na porta da minha sala, completamente suado. Coloquei meu óculos de grau, enrolei o estetoscópio no pescoço e dei uma olhada em algumas fichas que estavam em cima da minha mesa.
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My Biology 2ºTemporada - Faberry
Genç KurguDepois das perturbações de seu último ano na escola, Rachel finalmente estava livre de toda a confusão do ensino médio. Dessa vez, sua chegada a faculdade pode lhe render surpresas esperadas e inesperadas. Afinal, como esquecer de duas professoras d...