- Tem alguém em casa? Recebemos um chamado de emergência para este endereço. Srta. James? - Gritou uma voz masculina vindo de fora.
Deixei a faca em cima do sofá, perto do telefone. E corri em direção a porta, tentando manter as chaves que saltitavam em minhas mãos pelo tremor ainda presente. Mesmo assim caíram no chão do jardim. Meu desespero se tornou mais intenso quando ele voltou com as batidas fortes no portão.
Apanhei as chaves apressadamente e destranquei as fechaduras, ainda sem pronunciar uma única palavra. Os olhos do policial percorreram minhas roupas manchadas de sangue, mas logo parou para mirar meu rosto.
- Meu nome é Trevor Johnson. Sei que está assustada, mas pode me contar o que aconteceu? - Sua voz era tranquila e suave. Até tentei abrir a boca, mas nenhuma palavra saiu dela. - Oh, me desculpe, mas você está bem? Está ferida? A ambulância junto com os paramédicos deve estar a caminho.
- Estou bem, pelo menos não estou ferida, na verdade. - Ele assentiu com a cabeça - Esse sangue não é meu.
- Certo, e de quem é? - Perguntou com delicadeza.
- Meus pais - só em dizer isso, as lágrimas ameaçaram cair, funguei um pouco tentando segurá-las - Acordei esta manhã e quando fui procurá-los no quarto deles, estavam cobertos de sangue e sem reagir ao meu chamado. - Falei apressadamente - Eu não entendo o que aconteceu...
- Você não precisa falar agora. Espere aqui fora, vou entrar com minha equipe e ver o que encontramos.
Isso não foi difícil de fazer, a última coisa que queria era entrar em casa novamente. A rua começou a ficar movimentada, pessoas saíam de suas casas curiosas. Nos mudamos para aquela cidade há poucos anos, quase não tínhamos contato com os vizinhos, éramos reservados.
Estava encostada no muro de nossa casa quando vi Tonny se aproximando em passos acelerados. Me encontrando em um abraço intenso, sem contestar nada. Era disso que necessitava naquele momento, sentir que não estava mais sozinha. Desde que o conheci, criamos uma conexão tão grande que ele se tornou um porto seguro para mim.
Mais e mais pessoas se amontoavam ao redor de nós. Por mais que quisesse disfarçar, havia choque na expressão do rosto de Tonny, mas não o culpei por isso. Estava apenas querendo se manter forte, mesmo deixando algumas lágrimas escaparem de seus olhos fixos à casa.
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O que me resta?
Misterio / SuspensoApesar dos avisos, resolvi ir atrás. Estou tão perdida quanto da última vez. Ainda não sei o quê, como ou por quê aconteceu... Quem poderia fazer uma coisa dessas? Simplesmente não posso ficar parada. Afinal, o que me resta?