Capítulo 14

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- Mãos para o alto, afastem-se da janela! - Grita o policial que nos aponta sua arma.

Automaticamente obedecemos, enquanto o outro policial se aproxima e leva meus braços para trás, prendendo-os com algemas e faz o mesmo com Tonny. Minha cabeça parece um amontoado de fios desconectados. 

- O que vocês pensam que estão fazendo? - Reluto.

- Vamos levá-los à delegacia. Talvez essa investigação termine antes que o previsto. - Ri para o seu parceiro.

- Quero falar com Trevor. - Exijo, tentando manter meu tom de voz calmo.

- Terá todo o tempo do mundo para falar com ele, na delegacia. - Os dois nos conduzem até a viatura que estava parada na rua. 

Não entrar em pânico, repetia meu subconsciente. Tonny permaneceu calado em todo o trajeto. Rapidamente chegamos, fomos direto para a sala de interrogação. Nunca pensei que voltaria aqui, mas confesso ter sentido um pouco de alívio ao ver Trevor sentado ali. 

- Qual dos dois quer me contar o que aconteceu? - Diz assim que sentamos.

- Eu não sei. - Dou de ombros.

- E você, não vai dizer nada? - Tonny responde balançando a cabeça negativamente a pergunta de Trevor, o que o faz prosseguir - Laura, eu quero realmente lhe ajudar, mas você não está facilitando as coisas. Os policiais que estavam concluindo as investigações na casa encontraram os dois em um lugar interditado com o objeto que pode ter sido usado para cometer o crime.

- Eu sei o que isso parece, mas não fomos nós. Acha mesmo que eu seria capaz de fazer isso tudo?

Antes que ele pudesse responder, um policial entra na sala e o chama. Aproveito que estamos a sós e quebro o silêncio entre mim e Tonny.

- Me desculpe, você não deveria passar por isso. Não sei em que nos meti. - Sinto meus olhos formarem pequenas gotas que parecem queimar meu rosto ao descer por ele. 

- Tudo bem. - Ele sorri e as seca com seu polegar.

- A delegada Valéria Oliveira  quer falar com você. - Diz Trevor ao retornar - Você espera ai - Aponta para Tonny.

Saí da sala temendo deixar Tonny sozinho, mas a situação não pode ficar pior. O que seria pior que isso?

- Olá Laura. Não esperava vê-la nessas circunstâncias. - Diz a delegada, assim que entro.

- Nem eu, acredite. 

- O que faço com você? - Me lança um olhar de preocupação - Lhe pedi para ficar longe disso.

- Me desculpe, mas não é o que parece. - Tento me justificar - O que acontece com a gente agora?

- Eu deveria manter os dois em custódia, deveria mesmo. Mas não farei isso, espero que não precise. As digitais da faca e a amostra de sangue ainda serão recolhidas e os dois serão monitorados.

- Obrigada. - Senti meu coração aliviar - Mas também tinha me prometido que iria me informar de qualquer coisa que surgisse e isso não aconteceu.

- E assim como você, eu poderia muito bem não cumprir isso, certo? Mas não voltarei com minha palavra. Encontramos um suspeito, os procedimentos necessários serão realizados em breve. 

- Como assim, suspeito? 

- Sabe que não tenho a obrigação de lhe contar, principalmente depois do que fez hoje. Você me prometeu que...

- Por favor, me conte o que descobriram. - A interrompi em meio as minhas suplicas.

- Você sabe quem é Rosa Castilho?

O que me resta?Onde histórias criam vida. Descubra agora