Depois de dirigir feito louca chego em casa, estaciono o carro e então desço, vou até a porta que, pra minha surpresa, estava trancada.
- "Estranho! Laura nunca tranca a casa até eu chegar..." Penso comigo mesma.
Procuro minhas chaves e ao abrir a porta me deparei com a casa toda escura. Acendo as luzes e vou até a cozinha, nada de Laura. Decido ir até o seu quarto. Batendo na porta e chamando por ela percebi que não respondia. Decido abri a porta e vejo em cima da sua cômoda um bilhete...
- "Dona Marina, decidi passar uns dias na casa dos meu pais no interior. Preciso arejar a minha cabeça. Aproveitei as férias da faculdade para fazer isso. Espero que entenda. Volto em duas semanas. P.S. O telefone na casa dos meus pais não funciona. Laura"
Terminando de ler aquele bilhete caio sentada, dura como uma pedra em cima da cama. Eu não podia acreditar que ela tinha feito aquilo, me deixou sozinha. Como eu ia fazer agora?! Laura sabia todos os meus horários e fazia tudo pra mim, ela cuidava de mim como ninguém. Na hora pensei em me culpar por ter feito todas aquelas investidas mas em um súbito momento de lucidez e não me deixando abater penso:
- "O que é isso?! Não! Não pode ser! Você não está se apaixonando por ela. Não! Você não pode fazer isso!"
Porém, dentro de mim pairava um sentimento estranho que eu não sabia explicar, muito menos entender o porquê daquilo naquele momento.
- "Você não pode sentir isso!"
Digo a minha mesma em voz alta.
-"Ela é apenas a sua secretária do lar e nada mais. Conforme-se!"
Saio do quarto de Laura e vou até a cozinha. Abro uma garrafa do meu melhor vinho e subo até o meu quarto para tomar um banho. Ligo a banheira e em seguida o som para criar um ambiente relaxante. Eu precisava relaxar, tinha recebido uma pancada. Tinha me apegado a alguém que, infelizmente, tinha me abandonado.
Tiro a minha roupa e entro na banheira com uma boa taça de vinho. A água morninha me fazia relaxar bastante. Começo a passar a mão pelo meu corpo e uma sensação de prazer me consome quando, fechando os olhos, lembro-me de como havia sido ser tocada por Laura. Relembrando cada cena daquela nossa transa casual, começo a me sentir cada vez mais excitada. Vou intensificando os toques a medida que minha mente me lembra de como ouvir o gemido de prazer de Laura era totalmente excitante. Vou rápido e mais forte até que sinto minhas pernas amolecerem, gozando maravilhosamente para uma Laura que não estava presente.
Fiquei ali por mais um tempo até que o vinho acabou. Minha cabeça já estava girando e eu não conseguia pensar em mais nada. Só deu tempo de me jogar na cama, então, apaguei.No meio da noite sinto um toque por entre as minhas pernas e uma respiração levemente ofegante no meu pescoço. Me viro e vejo o lindo rosto de Laura que sem esperar muito começou a me beijar, eu retribuía seus beijos. O tesão entre nós crescia a cada beijo que dávamos e suas mãos entre as minhas pernas me tocaram de um jeito que me levava a loucura... Então, um barulho na janela... Abro os meus olhos e...
- "Cadê Laura?!" Questiono-me.
Vendo o meu quarto completamente vazio me dou conta de que aquilo não tinha passado de uma mera fantasia da minha cabeça, um sonho apenas, ou devo dizer, um terrível pesadelo...
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Laurina
Short StoryQue a gente não manda no coração isso é fato, mas como lidar com isso quando o seu passado resurge e o presente da pessoa não pode ser você? O que fazer quando o seu coração foi partido? Ou quando é tarde demais para se arrepender? Venha se se apaix...