O primeiro encontro

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Eu mal tive reação para expressar o impacto que foi ouvir de Laura o que eu ouvi. Embora eu estivesse "relembrando os velhos tempos" com Letícia e gostado muito disso, Laura tinha algo que mexia comigo. Alguns podem até pensar: "Mas foi só UMA, uma transa casual..." Outros podem dizer que não passou de "um lance", ou até mesmo, "uma coisa de momento", mas pra mim... Para mim foi algo único, raro, que em palavras eu não conseguiria descrever.

Sabe, eu não acredito em "Amor a primeira vista", "Felizes para sempre" ou em "Era uma vez..." mas tem coisas que parecem até obra de Walt Disney, só sendo uma história dele para justificar você se apaixonar por alguém de uma hora pra outra só tendo ficado com ela apenas uma vez. Me sinto tão ingênua me deixando levar por essas emoções. Ao lado de Letícia me sinto vigorosa, forte, sinto que concluí uma etapa em aberto do meu passado e me sinto realizada em relação a isso. Reencontrar Letícia foi maravilhoso, nossa conexão, me sentir como adolescente outra vez. Mas, quando estou ao lado de Laura me sinto vulnerável, fraca, sinto que não tenho domínio de mim, dos meus sentimentos, do que devo ou não fazer e o fato de não conseguir resolver essa questão me deixa extremamente frustrada e confusa.

Eu sempre fui uma mulher que teve tudo sob controle, minha vida, meus negócios, minha carreira, tudo muito bem organizado nos seus devidos lugares. Sempre gostei de dominar, inclusive as mulheres que já tive em minha cama e todas elas sempre quiseram mais e até rolava um replay mas nada que fizesse com que eu me apegasse a elas. Essas sim eram apenas "transas casuais". Eu estava acostumada a uma vida de solidão, o sucesso do meu trabalho bastava pra mim, mas, confesso que parando agora pra pensar, quando Laura apareceu a primeira vez na minha casa atendendo a um anúncio que eu havia colocado no jornal a respeito da vaga de secretária do lar, no exato momento que eu bati meus olhos nela sabia que havia algo diferente naquela mulher...

Alguns anos atrás...

Eu precisava de alguém pra cuidar da minha casa e das minhas coisas. Com o trabalho da revista, as viagem para fotografar ao redor do mundo, mal sobrava tempo pra mim e quem dirá para arrumar a casa. Eu tinha que encontrar alguém de confiança que pudesse, além de arrumar a casa e cuidar das minhas coisa, morar comigo para, assim, poder tomar conta da casa enquanto estivesse fora. Pois bem, tive a ideia de pôr um anúncio no jornal e hoje é o dia das entrevistas, espero que eu encontre a pessoa ideal para isso...

- Obrigada por terem vindo! Eu não esperava que o meu anúncio tivesse tanta repercussão mas fico feliz que estejam aqui. Sintam-se a vontade. Eu irei recolher o currículo de vocês e as chamarei uma a uma para a entrevista. Tudo bem?!

Eram mais ou menos umas oito candidatas que apareceram naquele dia, algumas não tinham o perfil que eu estava procurando, outras não estavam disponíveis para as condições as quais eram exigidas na vaga. Então, após fazer as entrevistas dispensei as candidatas lhes dando a garantia de retorno caso alguma delas fosse aceita para a vaga. Eu sabia que estava longe de encontrar a pessoa certa para o que eu estava procurando, então resolvi aproveitar que estava em casa e arrumar eu mesma a minha bagunça, bom, já era um começo. Mas antes liguei para uma pizzaria, eu estava faminta e desse jeito eu não ia conseguir fazer nada, não é mesmo?!

Eu mal havia começado a recolher a roupa espalhada pelo meu quarto quando ouvi a campainha tocar, desci e fui atender...

- Nossa, esse delivery é rápido mesmo... Já vai!

Quando eu abri a porta não foi bem o entregador de pizza que eu encontrei. Ao abri-la me deparei com uma linda moça que parecia ser do interior pois vestia um simples porém belo vestido típico de quem mora por lá. Seu olhar era meio assustado no entanto curioso, ela parecia estar vendo tudo aquilo pela primeira vez. Em uma de suas mãos trazia consigo uma pequena mala de viagem, na outra o jornal com o anúncio que eu fiz sublinhado a lápis, então ela disse:

- Boa tarde, senhora! Vim para a vaga de secretária do lar. Perdoe-me por me apresentar assim mas é que acabo de chegar na cidade e achei que poderia tentar conquistar essa vaga.

Eu estava encantada com a simples beleza daquela mulher. Sua ternura, simplicidade e espontaneidade me cativaram logo assim que a ouvi falar, mas, eu precisava saber mais sobre ela para, enfim, dizer se a vaga poderia ser dela ou não, então a convidei para entrar. 

- Por favor, entre!

- Obrigada! Com licença...

-Fique a vontade! A propósito, meu nome é Marina e o seu?

- Laura...












LaurinaOnde histórias criam vida. Descubra agora