Estou tentando te esquecer

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Laura:

Desesperada. Eu estava ficando DESESPERADA. Fazem cinco dias que eu estou na casa dos meus pais, eles até estão me tratando como uma turista de tanto que me arrastam para a rua todo santo dia me levando nos vários pontos turísticos da cidade, nem parece que eu morei e cresci nessa cidade, eu só estou a 3 anos morando na cidade, não é o fim do mundo isso, não é?
Mas voltando para o meu desespero, fazem cinco dias que eu estou longe da Marina.. E sabe aquela missão de esquece-la? Está sendo um TOTAL fracasso, parece que estar longe dela só me fez pensar ainda mais nela.
Eu tinha acabado de sair do banho, ja havia passado hidratante no corpo e colocado minha roupa de dormir.. Já fazia uns 20 minutos que eu estava tentando dormir e não conseguia, Marina não saia da minha cabeça, eu fechava os olhos e conseguia sentir seu cheiro, seu beijo, seus toques, sua boca pelo meu corpo.. eu só precisava fechar os olhos pra ir no inferno e voltar.

6hs da manhã do dia seguinte e lá estava eu, jogada de qualquer jeito na minha cama e olhando fixamente pro teto. Sim, eu não havia conseguido dormir. Me levantei e sai do quarto, se eu não conseguia dormir, pelo menos eu seria útil e faria um café da manhã para meus pais e Carlos Henrique, que provavelmente apareceria daqui a pouco, exatamente como tem feito todos os dias desde que eu cheguei. Adentrei a cozinha e fui direto pra geladeira onde peguei tudo que iria precisar, completando com as coisas que logo após eu tirei do armário, quem sabe eu não poderia fazer panquecas, não é?

Como eu falei, 8hs meus pais acordaram, 8:30 Carlos Henrique chegou, no momento estávamos todos sentados a mesa e comendo o café da manhã que eu fiz.

- "Então Laura, quando vocês vão marcar o casamento?" - minha mãe perguntou.

Eu arregalei meus olhos e comecei a tossir logo após engasgar com o pedaço de panqueca que eu havia acabado de colocar na boca, Carlos rapidamente se prontificou a me dar tapas nas costas, olhou em direção a minha mãe e começou a responder:

- "O mais rápido possível, dona Irene, pretendo ter filhos logo com a Laura!"

Pronto, agora eu engasguei de vez, e esse definitivamente não é um jeito bom de morrer, imaginei até a matéria do jornal da cidade:

"Jovem mulher morre engasgada por panqueca que ela mesma fez".

Após me recuperar rapidamente olhei de minha mãe para Carlos e de volta para a minha mãe.

- "Nós vamos casar somente quando eu acabar minha faculdade e arrumar um trabalho na minha área, ai sim iremos nos casar.."

Me virei em direção a Carlos Henrique...
"E filhos? Só depois de uns 4 anos de casados, no mínimo.. Não precisamos ter pressa!"

Olhei de rabo de olho em direção ao meu pai, Seu Agnaldo , que permaneceu todo o tempo em silêncio, estava de cabeça baixa e ria baixo como se tivesse achado minha resposta engraçada.
Todoa os dias desde que pisei o pé dentro desta casa era exatamente o mesmo assunto...
'Quando vão casar?', 'Quando vão me dar netos?', 'Blábláblá', meu Deus, será que vou aguentar mais 10 dias com esses mesmos assuntos todas as manhãs? Não sei, quem sabe eu não deveria voltar antes do tempo?

Horas mais tarde, após passar o dia inteiro andando de um lado pro outro com minha mãe e Carlos Henrique por toda a cidade, visitando lojas e mais lojas, comprei algumas peças novas de roupa, comprei alguns doces, comprei até mesmo algumas lembrancinhas pra que eu possa sempre me recordar daqui quando eu for embora. Cá estava eu sentada no fofinho sofá que eu tenho acoplado a minha janela, olhando o luar através do vidro e pensando, eu não sabia o que eu fiz ao ter a decisão de vir pros meus pais do nada, talvez tenha sido uma boa ideia, talvez não, eu estava sentindo falta da Marina, mas eu iria mudar isso, eu iria esquece-la e iria me focar na vida que eu pretendo criar com o Carlos, aquele homem maravilhoso que está a anos na minha vida. Ele é a pessoa certa pra mim. É com ele que tenho que ficar e dividir minha vida até o fim dela.

LaurinaOnde histórias criam vida. Descubra agora