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Já era manhã. Levantei da cama, tomei meu banho, me arrumei e desci, o mesmo ritual de todas as manhãs. Ao chegar no corredor que dá pra sala percebo o silencio que pairava sobre o lugar, aparentemente Laura não havia acordado ainda. Provavelmente estava de ressaca, apagada em sua cama. Me aproximo de seu quarto e abro a porta devagarinho e lá está ela, do jeitinho que eu havia deixado, pensei em acorda-la mas meio que era culpa minha ela estar daquele jeito, eu que insisti nas taças de vinho. 

Me dirijo até a cozinha e resolvo preparar um café forte e reforçado, isso ajudaria Laura com a ressaca. Fiz os meus famosos waffles de banana com canela e não é pra me gabar mas haviam ficado ótimos. Ponho em uma bandeja os waffles, o café, um pouco de leite, um suquinho de laranja e, é claro, alguns Engoves. Ela iria precisar com certeza. 

Laura despertava em mim um sentimento de cuidado, sabe?! Coisa que eu nunca havia sentido antes e isso me deixava meio confusa. Talvez fosse por ela ser do interior e ter aquele jeitinho, talvez fosse por eu estar me sentindo "culpada" pelas taças de vinho, enfim, eu não sabia ao certo. De qualquer forma Laura era diferente e isso me causava estima.

Peguei a bandeja e fui até o quarto de Laura, empurrei a porta com os ombros, entrei e coloquei a bandeja em cima da mesinha de cabeceira. Com muito cuidado me sentei ao lado de Laura na cama, afastei o lençol que cobria parcialmente seu rosto e me deparei com a visão mais linda, eu não sabia que anjos dormiam. De repente Laura começa a se mexer e resmungar como quem está despertando de um sono profundo e sereno. Ao abrir seus olhos e me ver ali ao seu lado ela dá um pulo da cama numa velocidade...

- Dona Marina?! Meu Deus! Que horas são? Ain me desculpa Dona Marina, que vergonha...

Laura cobre o rosto e se dirige as presas até a porta pra sair.

- Eii! Espere Laura...

Me levanto rapidamente e a seguro pelo braço. Nesse momento fico tão perto de seu rosto que posso sentir sua respiração, o tempo parece congelar. Laura me olhava com um certo temor, acho que ela estava pensando que eu fosse demiti-la. Mal sabia ela que eu só queria que ela se sentasse e tomasse o café da manhã que eu havia preparado.

- Calma Laura, não precisa sair correndo assim. Está tudo bem! Apenas sente-se, eu trouxe café.

Laura meio desconfiada se senta na cama ao meu lado.

- Ain! Minha cabeça dói e eu estou tão enjoada Dona Marina...

Sorrio ouvindo Laura se lamentar por estar de ressaca. Coitada, nunca tinha bebido antes.

- É assim mesmo Laura, você está de ressaca. Olha, tome esse remédio vai ajudar. Além disso tome o café todo, isso melhora também.

- Ah Dona Marina, não precisava. Deveria ser eu a responsável por preparar o café e cuidar das suas coisas. Me desculpe, isso não vai se repetir.

- Olha, não precisa disso. O café da manhã é pra me desculpar por ter feito você beber ontem, deveria ter imaginado que não estava acostumada.

Enquanto Laura tomava o café em seu quarto me levantei e fui até a cozinha pegar um iogurte e uma maçã para mim. Voltando para o quarto de Laura ouço um celular tocando, era o dela. Parei ao lado da porta quando ouvi ela atender o telefone dizendo...

- Alô?! Oi meu amor, estou bem e você? (...)        

Aparentemente Laura era comprometida, pelo que pude entender estava noiva. E lá se foram as minhas esperanças de ter algo com ela.

 -" Mas afinal o que eu estou fazendo? Isso é loucura! " - pensei comigo mesmo

 Subitamente afastei aquele pensamento da minha cabeça, afinal, Laura era apenas minha secretária do lar, seria descabido olha-la com outros olhos e pelo visto, depois de ter ouvido aquela ligação, Laura também não estava disponível no momento.

LaurinaOnde histórias criam vida. Descubra agora