Outra?!

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Laura

Lá estava eu, prestes a voltar para a casa de Marina. Eu não sabia o que iria acontecer quando eu a visse, mas estava decidida a seguir minha vida com Carlos.

Preparo minhas malas, me despeço dos meus pais e Carlos me leva até o terminal rodoviário para que eu pudesse pegar o ônibus de volta para a cidade.

- Não queria que você fosse...

Diz Carlos me abraçando forte.

- Eu volto logo, meu amor. É o último período da faculdade e nós poderemos finalmente ficar juntos.

Digo isso sussurrando próximo ao seu ouvido em meio ao seu abraço.

É uma viagem um tanto quanto longa. Com os fones no ouvido coloco uma playlist no Spotify para tocar. Maldita hora que fiz isso! Cada música que tocava me fazia lembrar mais e mais de Marina. Eu bem que tentava pensar nos momentos bons que tive com Carlos mas a memória dela era vívida e muito presente.

- Droga, Marina! Porque você tem que fazer isso comigo?!

Penso enfurecida já arrancando os fones de ouvido e desligando a música.

Recosto minha cabeça na poltrona e fechando meus olhos tento dormir, afinal, eu tinha acordado bem cedo para pegar o ônibus.

***
Era um lugar lindo, a noite, com luzes brilhantes, uma mesa bem posta no centro e uma música suave ao fundo. Eu caminhei em direção a mesa e Marina veio ao meu encontro, ela estava muito bem vestida, com um terno preto, uma camisa branca com uma gravata borboleta, uma calça justa e um sapato social. Aquele olhar malicioso que ela dá sempre que quer alguma coisa trazia ainda mais charme para aquela ocasião. Me tomando pela mão ela me convidou pra dançar. O vestido branco com transparências e rendas que eu usava rodava a medida que ela me conduzia na dança e a leveza dos passos e como ela me segurava me fazia sentir que eu estava nas nuvens. Por um instante ela me olhou intensamente e eu mal pude respirar, nessa hora ela lançou seus lábios aos meus e me beijou com suave delicadeza, um beijo que me tocou a alma...

***

Uma freada brusca, falatório e passos pelo corredor do ônibus. Acordo no susto. Tínhamos chegado na  rodoviária. Enfim, de volta aquele lugar. Eu não sabia descrever as sensações que estava sentindo naquele momento mas queria muito ver Marina. Aquele sonho tinha acabado comigo e com as minhas expectativas de esquece-la.

Pego um táxi e vou direto para a casa de Marina, ainda era cedo quando cheguei lá. Abro a porta e uma sensação estranha me toma e eu não sei explicar. Vou direto para o meu quarto e deixo minhas malas, vou para a cozinha e decido preparar o café da manhã.

Eu gostava de trabalhar lá, de cuidar das coisas da Marina, antes de qualquer coisa éramos amigas, uma sabia da rotina da outra e dos gostos. Marina tinha me ajudado muito quando cheguei na cidade, eu devia muita coisa a ela, era uma sensação de gratidão que me tomava naquele momento.

Em meio a farinha, ovos e outros ingredientes para as panquecas ouço passos descendo as escadas, meu coração deu uma leve disparada mas eu não podia deixar transparecer.

- Eu adorei a noite que passamos juntas foi muito bo... LAURA??

Marina arregala os olhos ao me ver na cozinha.

Ao ouvir sua voz me viro segurando o prato cheio de panquecas que cai das minhas mãos quando vejo outra mulher ao lado dela...

O que estaria acontecendo?
É isso que eu vou descobrir...

LaurinaOnde histórias criam vida. Descubra agora