A água não estava tão fria quanto Castiel achava, no começo chegou a doer um pouco suas pernas submersas enquanto ele arrastava-as, mas depois elas foram se acostumando.
Demorava cerca de dez segundos para cruzar de um lado para o outro o lago. E quando subiu para a parte seca, Dean não estava mais lá. Ainda de joelhos e mãos afundando na terra levantou o rosto observando a vegetação espessa. Ele nunca tinha visto esse lugar mesmo morando na cidade por toda sua vida. Dean tinha mal chegado, era praticamente um iniciante em exploração e já tinha adentrado no local com uma confiança e até uma falta de medo de morrer... Pode-se assim dizer porque querendo ou não, mesmo sendo no meio da tarde ainda era loucura fazer trilha.
— Dean? – Cas levantou as pernas deixando o máximo de água sair de sua calça, elas caiam como uma cachoeira e era até um tanto desconfortável. Será que o garoto tinha lhe pregado uma peça? Cas confiava muito rápido nesses garotos bonitos.
—Dean? – repetiu.
A cada passo dele a ansiedade aumentava, já devia ter passado quase vinte minutos e nada. Agora ele estava quase cotando dar meia volta e entrar no lago de novo quando algo tocou em seu ombro.
— Ei... – Dean riu para seu rosto que estava em pânico. Cas pôs a mão no peito e respirou fundo.
— Você quer me matar? – Grunhiu tentando fazer sua respiração voltar ao normal mesmo sendo difícil na presença dele.
Cas sentiu a pressão em seu ombro diminuir e por alguns segundos ele quis que elas voltassem aonde estavam. Ele ansiava por contato físico, tinham sido poucas as vezes que alguém que ele realmente queria lhe tocara ou lhe correspondeu, no restante eram garotas que se enganavam pelo jeito carinhoso dele.
Cas era gentil com as meninas. Ponto. Ele não conseguia sentir desejo, era algo puro, mas essa pureza conquistou várias delas e Cas com certeza tem histórias engraçadas sobre as tentativas frustradas de várias tentarem sair com ele.
— Eu encontrei uma coisa... – Dean sussurrou próximo o bastante para que um tremor passasse por suas costas. Ele falava como se alguém os pudesse ouvir. – Venha, vou te mostrar.
— Por que está sussurrando? – Cas perguntou baixo andando meio receoso. As vezes roçando os braços sem querer sobre os de Dean que não parecia ligar para isso.
— Eles podem ouvir – Respondeu sério. Esse menino endoidou? Eles estão sozinhos numa porra de floresta.
— Quem pode nos ouvir?
— Onde você acha que estamos? – Dean arqueou uma sobrancelha e Cas o imitou, mesmo não sendo pelo mesmo motivo.
— Numa mata?
— Você nunca leu os livros dos meus pais? – Indagou cruzando os braços na frente do corpo e Cas teve que negar para que Dean o mandasse o olhar mais surpreso que ele já tinha visto em toda a sua vida.
— Isso aqui é o purgatório. É fácil de entrar... – O garoto pegou um galho caído no chão e apontou para Cas que parou na mesma hora com o objeto apontado para seu peito – Difícil é sair.
— Mas o quê? – Ok. Dean gostava de aventuras. Era o que dava ter nascido filho de escritores. – Eu não estou entendendo.
— É só deixar a mente aberta, Castiel Shurley. – ele girou o galho na mão e encaixou no cinto de sua calça como se fosse uma espada. – Venha!
Puxando um galho com folhas para tirar do caminho Cas enxergou um tipo de clareira abandonada. Havia uma cabana do lado esquerdo e bem no meio de tudo aquilo com tinta desgastada, sem rodas, com luzes e janelas quebradas e praticamente caindo aos pedaços estava um carro.
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You can be my cure (Destiel) || CORREÇÃO
FanficAs vezes as coisas acontecem em nossas vidas por uma razão. Para o talentoso Castiel Shurley isso não funcionava com ele, com um pai ausente e irmãos idiotas não havia pretexto para acreditar que sua vida uma hora ia melhorar ou que destino lhe a...