VINTE QUATRO

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Cas podia dizer que estava tudo bem depois que venceu a corrida.

Como era o novo protegido do mês sentiu um peso enorme sendo tirado das costas. Lúcifer não iria se vingar dele tão cedo devido ao beijo que dera em Sam e ele estava livre para andar nos corredores sem ouvir sussurros e fofocas sobre o fato dele estar com Dean.

Apesar de que o quê ele queria mesmo era virar na direção de todos e gritar:

"Sim, sou gay sim. Eu fodo com Dean Winchester, meu namorado, licença."

Mas algo dentro dele dizia que isso era pedir pra ser o centro das atenções. Fazer uma cerimônia para algo que só condizia com ele e Dean não valia a pena. Então Cas resolveu que filtraria essas fofocas da vida dele.

Não estava mais nem aí. Querem fofocar, fofoquem. Gritem, façam placas... Fiquem à vontade. Logo logo ele estaria longe dessa escola mesmo.

Se bem que o quê se ouvia mais agora não era só sobre ele e sim em como a família Shurley era amaldiçoada, todos estavam saindo do armário.

Todos achavam que Lúcifer era gay, então ele tinha virado a mais nova celebridade.

Tiraram até fotos do momento épico.

E o irmão apenas enterrou a cara em algum livro, o quê era um milagre, visto que livros e Lúcifer eram coisas raras de se verem juntas, tirando as obrigações das aulas, lógico.

— Nossa, eu vou sair do ensino médio da pior maneira possível. – exclamou seu irmão enquanto folheava um livro avulso de história.

Lúcifer colocou o livro em cima da mesa da biblioteca e abaixou a testa até a folha grunhindo baixo.

— Por quê eu beijei ele? Eu tenho sérios problemas. O quê deu em mim? usei meu truque infalível com aquele drogado...  – seu irmão levantou o olhar para Castiel em profundo ódio – Você! Como pode sentar do meu lado depois do que fez?

Cas abriu um sorriso meio irônico para ele.

— Como foi com Gadreel?

A expressão de Lúcifer mudou totalmente. Ele fechou a cara surpreso.

— Como sabe sobre ele?

— Eu o pedi para manter o olho em você. Vejo que deu tudo certo.

Ambos estavam abarrotados de livros em cima de uma das mesas da biblioteca, mas o único que parecia realmente focado em ler era Castiel. Lúcifer construiu uma barreira com cerca de vinte livros impedindo que quem entrasse o visse logo de cara.

Era a primeira vez que estava realmente com vergonha. A escola pode ser um local perigoso e Castiel sabia muito bem disso. E agora seu irmão não tinha mais amigos, assim como Castiel. Todos que ele tinha só o levavam a sério por causa do seu jeito de macho-alfa, de suas brincadeiras com Castiel e de seu lado sedutor com as garotas.

Depois da cena de mais cedo ele percebeu que eles nao eram lá tão verdadeiros assim, eram seguidores. Foi só perder o posto que todo mundo resolveu seguir outro menino melhor do que ele.

Mas como é que dizem? A gente colhe o que planta? A vida adulta era mil vezes pior, acredite.

Ele tentava não pensar muito na cena. Tinha escovado o dente inúmeras vezes, Castiel o ouviu resmungar tanto no banheiro da escola que quase ousou o abandonar ali.

O seu senso de bondade não permitiu, no entanto. Tinha metido o irmão nessa, apesar de que ele que foi com os próprios pés, boca e língua.

Entretanto, mesmo ele fazendo de tudo para que a cena fosse esquecida, não era como se o "isso nunca aconteceu" fosse mesmo valer de algo quando se beija alguém na frente de cerca de cem pessoas.

You can be my cure (Destiel) || CORREÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora