Dean pegou o primeiro avião da madrugada para Londres.
Os pais dele se recusaram a ceder dinheiro para o filho, ao menos, uma grande quantia para que ele não fosse ostentando de primeira classe. Essa foi uma das primeiras vezes que Dean pensou de forma concreta que não podia confiar no dinheiro dos pais para sobreviver por toda vida.
Não com nenhum deles estando do seu lado.
Mary não achava correto ele ir ver Sam. Nem John. Mesmo negando que ligavam para ele, Dean tinha uma noção de que se importavam de modo errôneo com o filho. Pais são assim... Não jogam um filho fora. Ao menos eles não fariam isso. Podiam ficar distantes, mas o deixar para ser comido pelos corvos? Não.
Dean foi de classe econômica para seu desespero. Sentou próximo da janela com as pernas bambas desde que tinha posto os pés dentro da superfície daquele meio de transporte aéreo.
Pediu fones da aeromoça e os colocou acoplado na cadeira para ouvir as músicas que aquele voo disponibilizava. Talvez assim conseguisse relaxar e não acabar mordendo a língua de tanto tremer o queixo.
Um casal risonho sentou ao seu lado nos bancos reservados. A garota sorriu para Dean pegando o lugar do meio e o homem pegou o do corredor.
— Oi. Desculpa te perturbar, mas... Será que pode abrir o visor da janela? Eu quero ver o céu.
Dean respirou fundo movendo as mãos até várias nuvens tomarem sua visão.
Oh, merda.
Ele fechou os olhos encostando a cabeça no banco. Um dos fones em seu ouvido transmitia uma música de rock e o outro jazia caído enquanto ele escutava a conversa do casal ao seu lado.
Tudo o lembrando que passaria grande tempo longe de Cas. Mal tinha ido e já estava com saudades.
— Amor, você acha que dá para ver o Big Ben quando estivermos sobrevoando a cidade? – A menina segurou o braço do namorado delicadamente e Dean desejou ter alguém para o acalmar naquele momento.
Ele estava suando e não estava nem a vinte minutos no ar dentro daquele troço de metal.
— Talvez sim, Ellie.
Seria tão bom... Ter as mãos gentis de Cas segurando as dele. O faria mais confiante.
Tirou um chiclete do bolso e mastigou para seus ouvidos aliviarem a pressão que o deixava surdo. Outro fator ruim de aviões.
Na verdade, Dean podia enumerar inúmeros fatores de por qual razão não gostava de aviões.
Começou a contar mentalmente de um a dez, várias vezes. Para passar o tempo e não desmaiar de pânico.
Só voltou a abrir os olhos quando as luzes dos corredores acenderam para que se servisse o lanche da manhã. Faltavam cerca de três horas para pousar.
— Sanduíche, senhor?
Ele assentiu pegando também um pouco do suco oferecido.
— Você está bem, garoto? – perguntou o homem ao lado da garota. Dean tentou aparentar calma, porém a tremedeira em sua mão era perceptível.
— Não... Na verdade não.
— Você vai vomitar? Ai meu Deus, ele vai vomitar. Eu te disse, Higor.
— Não. Eu só- Eu só tenho um pequeno problema com... Você sabe-
— Voar?
Ele meneou com a cabeça. Nunca tinha entrado na droga de um avião e as vezes ainda tinha turbulência, não poderia ser normal.
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You can be my cure (Destiel) || CORREÇÃO
Fiksi PenggemarAs vezes as coisas acontecem em nossas vidas por uma razão. Para o talentoso Castiel Shurley isso não funcionava com ele, com um pai ausente e irmãos idiotas não havia pretexto para acreditar que sua vida uma hora ia melhorar ou que destino lhe a...