VINTE

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Cas passou os braços pelo tronco de Dean sustentando seu peso e o encostando em uma árvore para logo depois pegar a mochila e retirar uma caixa de primeiros socorros.

Ele nunca se agradeceu tanto mentalmente por ter lembrado dela no último instante.

Dean estava horrível.

— Parece que me salvou, Cas. – tentou esticar as costas, mas grunhiu de dor mordendo um dos lábios enquanto revirava os olhos. Castiel estava abrindo a caixa nesse instante quando parou de repente.

— O quê houve? Está doendo onde? – o garoto perguntou tentando tocar o menos possível em seu corpo, observando-o minuciosamente, que depois de um tempo pressionando os olhos em angústia, expulsou o ar pela boca levantando a blusa e revelando um corte no abdômen.

— Meu Deus do céu... – os olhos de Cas se arregalaram - Lili e Az fizeram isso com você?

Ele abaixou os olhos até o machucado parecendo só agora notar seu verdadeiro estado. O corte ia desde perto do umbigo até quase a dobra da cintura.

— Eu chamei ela de vadia. Az não gostou nadinha.

— Eles vão ser presos. Vão para o reformatório.

— Seu irmão vai também se nós denunciarmos. Eles falaram que se eu abrisse o bico iam levar Lúcifer pro inferno pessoal deles.

— Mas Lúcifer não bateu em você. Eles são doidos? – as mãos de Cas vibraram. Isso era injusto. Lili e Az tinham que pagar. Tinha de ter outras formas de provar que foram só eles e não Lúcifer. – Foram eles que fizeram aquilo na estufa?

— Pelo visto não.

Castiel suspirou. Não havia motivo para ficar com raiva, não agora. Dean estava machucado e era preciso tratar dele antes desses assuntos serem postos a mesa. Voltou a olhar para o corte extenso no corpo do garoto.

— Ok. Preciso que tire a blusa.

Dean deu um leve sorriso e se ele não estivesse tão sensível a dor, Cas teria o empurrado. Até nesses momentos tinha a cara de pau de pensar besteira.

— Tire logo! Preciso desinfectar sua ferida. – Ele moveu os braços lentamente passando a roupa por sua cabeça com ajuda de Cas. Ao menos o resto do corpo dele não estava tão ruim assim, só alguns baques. E a testa também um pouco machucada.

Castiel jogou um pouco de álcool de um frasco branco em um algodão o encharcando e aproximando do garoto.

— Não tem algo que vá arder menos? - murmurou Dean bloqueando a mão dele de alcançar o ferimento.

Cas negou e ele suspirou derrotado. Não havia. Tentou ir o mais lento que pode, contudo assim que encostou sobre a pele de Dean, o garoto gritou alto. Castiel se viu acariciando seus cabelos e tirando alguns fios de sua testa, odiava o ver desse jeito...

Malditos.

— Acabou?

— Se eu pudesse dizer que acabou eu diria, Dean... – Ele engoliu em seco passando o antebraço sobre a testa para tirar os pingos de água da chuva. – Mas acho que precisa de pontos. Eu não ia querer fazer isso com você. Não sou médico e nem quero ser... Mas estamos há horas de chegar em casa.

— Já saquei. Agulha, linhas e essas coisas, né?

Cas meneou positivamente. Que merda!

Ele estava se sentindo um inútil por não poder fazer nada para que Dean se sentissse melhor. Cas viu o pote com a agulha e a linha, sabia que tinha aquilo lá porque Miguel treinava para ser médico e Pamela adorava incentivar os filhos em tudo, claro que Miguel não treinava em humanos, só bichinhos de pelúcia. Já Cas era outra história, nunca tocou na merda de uma linha e lá estava ele tendo que suturar seu namorado.

You can be my cure (Destiel) || CORREÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora