QUARENTA NOVE

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Cas quase ficou sem ar ao subir os diversos degraus até chegar ao apartamento. Estava nervoso demais para usar o elevador. Não iria aguentar nem mais um segundo antes de contar a Sam o que tinha acontecido.

Seu estômago todo se revirava. Alfie apenas o acompanhava ainda meio confuso... Castiel tinha o contado quase tudo. Sobre como Dean e ele se apaixonaram, sobre como eram perfeitos juntos, sobre Dick - o garoto que resolveu enlouquecer e se vingar anos depois - e sobre as fatalidades que ocorreram uma após a outra começando tudo com a morte de Gabriel e seguido da queda do avião de Dean.

Ele tirou a cópia da chave do bolso e assim que abriu a porta viu Adam conversando com Sam.

Ok. Eles não estavam só conversando.

Era uma discussão. Mais uma para a lista. Eles vinham tendo muitas, fossem elas pequenas ou médias. No fim geralmente resultavam em um silêncio pela casa durante semanas até eles fingirem que nada aconteceu e voltarem a se falar.

Pelo que Cas estava vendo. Dessa vez era algo pior... E Sam não parecia que ia esquecer.

- Eu não acredito! - ele gritou jogando uma caixa de sapatos que segurava no chão, próximo do pé de Adam. - Você é tão idiota assim desde que nasceu ou fez curso, Adam?

Castiel fez menção para que Alfie esperasse na porta e entrou lentamente observando a cena.

- Eu precisava.

Samuel grunhiu revirando os olhos quando chutava uma cadeira ali perto. Ela caiu e deslizou pelo piso de forma brusca. Misericórdia. Sam grunhiu soltando quase todo o ar dos pulmões pela boca.

- Claro. Claro que precisava, seu drogado filho de uma-

- Olhe - Adam o cortou mordendo os lábios - Eu vou dar um jeito de te pagar! Eu juro!

- Você pegou o dinheiro que eu estava juntando sem avisar. Isso é roubo!

Castiel tentou caminhar para ficar mais visível para eles. Quem sabe assim parassem de brigar.

Contudo não passava de um fantasma aos olhos deles.

- Sam. Eles estavam pedindo e eu tinha que dar um jeito. Iam vir atrás de mim, iam me matar ou fazer coisas piores comigo. Eu só precisava dar o dinheiro.

Sam jogou Adam contra a parede pressionando-o forte contra a superfície. Cas arregalou os olhos quando com apenas um braço Sam o ergueu a centímetros do chão o enforcando.

- Você queria pagar um traficantes de drogas. Você acha isso normal? Há quanto tempo voltou a usar, hã?

Adam ficou sem ar. Ele moveu a mão segurando a de Sam em busca de um alivio à pressão em seu pescoço. Ficar suspenso no ar devia doer. Castiel se aproximou mais.

- Uma semana. - disse baixo o bastante para que Sam quase não ouvisse.

- Não ouvi. - rugiu empurrando ele de novo e apertando mais sua mão - Eu não ouvi a porra da sua voz.

- Uma semana - repetiu.

Silêncio. Cas tocou no ombro de Sam meio trêmulo. Não queria que uma briga se iniciasse ali. Ainda mais pela notícia que ele queria contar.

Não era hora para isso.

Só a respiração abafada dele era ouvida, Sam expulsava ar pelo nariz de modo feroz até que finalmente o soltou. Adam caiu no chão em um baque surdo pondo a mão no pescoço enquanto cuspia e sugava o ar de forma dolorosa para seus pulmões. Ele tossiu trez vezes e Castiel pode ver que ele se controlava para não chorar.

You can be my cure (Destiel) || CORREÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora