Animada por esse pensamento adiantei-me pelo corredor que termina no laboratório, não sem antes perceber que a escada de acesso ao segundo andar estava inteiramente bloqueada por, pelo que parecia, computadores destroçados.
- Ah que droga, o governo NUNCA vai repor isso tudo...!
Com a raiva aumentando e agora também o medo, já que, afinal, alguém tinha que ter feito aquele estrago todo, avancei pelo corredor escuro até estar de frente para a porta do laboratório. A grade estava aberta o que era um bom sinal, a porta também deveria estar.
Antes que tal sorte pudesse ser verificada ouvi um ruído vindo de algum lugar as minhas costas e parei para escutar. Parecia um choro de mulher, baixinho, e pelo jeito vinha dos banheiros próximos. Colei o ouvido na porta e constatei que o som vinha do banheiro feminino no qual entrei silenciosamente.
Por dentro o banheiro não estava em melhor condição que o resto do prédio. Embora as paredes e o chão ainda fossem de azulejo, este estava horrivelmente sujo e lascado e a água pingava constantemente de algum lugar no teto corrompido de ferrugem. Todas as portas dos boxes estavam abertas, uma delas inclusive quebrada, com exceção da última e maior de todas, que se tratava de um box para pessoas com dificuldade de locomoção e que estava fechada, com o sinal de ocupado na tranca.
O choro continuava, ecoando nas paredes do banheiro. Ponderei se deveria bater na porta e tão logo o pensamento me ocorreu lembrei de quem poderia estar ali. Bati na porta.
- Camila? É você?
Camila era uma caloura do meu curso. Uma moça boazinha de cabelos escorridos que um dia encontrei chorando trancada no banheiro. Estava desesperada por não conseguir acompanhar o nível do curso, mesmo anulando totalmente outros aspectos da vida... E morava sozinha pra completar, pois a família era de bem longe. Compreensível, muita gente ali era extremamente nervosa pelo mesmo motivo.
No momento em que bati na porta o choro se tornou mais alto e mais desesperado até que subitamente parou. Quase ao mesmo tempo senti que estava pisando em algo viscoso e direcionei a luz do celular para o chão.
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Subconsciente: A origem do medo
HorrorA narradora possui uma rotina estressante fazendo-a desejar sumir, até que um acontecimento muda sua vida e faz com que a moça tenha o desejo profundo de voltar ao mundo real.