Parte 21

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Desliguei o telefone, para me livrar do chiado. "Está tudo combinado" disse a voz, e que eu não poderia ir. Não me deixariam sair, nunca! Quanto tempo levaria até o homem pirâmide ou outra criatura me matar?

Delirando e resmungando, agarrei um caco de vidro do chão, da garrafa que havia quebrado e fiz um novo corte no tornozelo. A dor me trouxe de volta a realidade, sempre trazia: Ainda faltavam algumas salas para olhar. Se não encontrasse nada, voltaria meu desespero contra meus próprios pulsos e terminaria com tudo. Não queria morrer sofrendo!

Arrastando os pés e deixando agora uma trilha de gotas de sangue pelo chão, tentei a porta da sala 101 e do banheiro feminino, mas estavam ambas bloqueadas. A porta do depósito se movia um pouquinho e pela fresta entre a porta e a parede pude ver que estava trancada.

O depósito e a sala 105 ficavam na parte direita do prédio. Se eu tinha alguma chance de sair, era através delas e então rapidamente tentei a que faltava.

Também estava bloqueada. Que droga! Olhei desanimada para a parede oposta, e para as portas de números 102, 103 e 104. Não estavam em posição interessante para mim, voltadas para dentro do prédio, mas pelo visto minha única e remota chance agora era encontrar a chave do depósito.

As salas 103 e 104 estavam bloqueadas também, mas a 102 abriu facilmente. Lá dentro estava úmido e tive a sensação de estar sendo vigiada. Uma mesa solitária era o único móvel por lá e em cima dela se encontrava uma caixa preta, não muito pesada... Uma espécie de cofre, que tinha uma pequena bolinha de vidro logo acima da porta, por algum motivo.

Tentei abrir a caixa, mas a porta nem se mexia. Tomada por um acesso de raiva, agarrei o pequeno cofre e o joguei contra a parede! O resultado foi uma parede marcada e um cofre intacto. Que droga!

Será que nada podia ser simples e direto?!

Me abaixei disposta a apanhar o cofre novamente, mas fui tomada por um acesso de tosse e cobri a boca.. Quando finalmente parou, percebi que minhas mãos estavam ensanguentadas. Algo dentro de mim sangrava... Eu não tinha mais muito tempo!

Subconsciente: A origem do medoOnde histórias criam vida. Descubra agora