Apanhei o cofre e o depositei sobre a mesa, percebi que em sua parte lateral algo estava escrito e, respirando fundo, li:
" Conta-se que uma vez, jovem moça foi dar as portas do inferno ao que Minos, que julga as almas e decide as penas, bradou:
- Responde agora o que vou perguntar, e ai de sua alma se não o fizer, que julgamento antecipado terá! Responda, você que ainda vive, e o faça sem hesitar: quantas vezes minha cauda torci para cada um aqui julgar? "
Logo abaixo desse texto, pequenas figuras se encontravam enfileiradas verticalmente. Algumas em fila na direita, outras em fila na esquerda, cada uma em uma linha diferente, intercaladas.
Na primeira à esquerda, uma figura de um homem e uma mulher nus, cujos corpos se entrelaçavam. Abaixo desta, um homem que estrangulava uma mulher. No fim da fila esquerda, um bebê e um símbolo pagão.
A fila a direita continha desenhos diferentes .A primeira era de um homem que pisava em uma cruz com olhar de repulsa. A segunda era de uma mulher cuja boca transbordava comida, e ainda tentava comer mais. A última era somente uma cruz invertida.
Fiquei de queixo caído. O que era aquilo? Um enigma? Minos... Minos... Onde eu tinha ouvido aquele nome? Forcei a memória e subitamente me ocorreu... claro! "A Divina Comédia" de Dante Alighieri! Finalmente meu vício por livros teria alguma utilidade. Minos era o guardião que ficava na porta do segundo círculo do inferno, e se não me falhava a memória torcia o rabo o número de vezes que indicava em que círculo a alma condenada cairia...
Então... se eu decifrasse o enigma conseguiria o número para abrir o cofre?
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Subconsciente: A origem do medo
HorrorA narradora possui uma rotina estressante fazendo-a desejar sumir, até que um acontecimento muda sua vida e faz com que a moça tenha o desejo profundo de voltar ao mundo real.