Parte 5

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Senti o toque gelado da criatura, seus dedos escorregadios envolvendo meu rosto de ambos os lados e senti tamanho pavor e nojo que gritei! Gritei e gritei me afastando pra trás do box e batendo na cadeira de rodas,na qual me agarrei e empurrei em direção da criatura que foi atingida e caiu completamente estatelada no chão molhado do banheiro!

Sai correndo e deslizando, afinal: de onde veio toda essa água?, para fora do banheiro e fechei a porta. Me agarrei na maçaneta e por um momento tive o pensamento pavoroso de que a criatura de fato tinha braços e poderia abrir a porta se tentasse, não poderia?

Coloquei meu peso contra a porta esperando ter que lutar para manter a criatura presa, mas nada aconteceu. O choro continuava, soluçante, mas pelo jeito a criatura se contentava em lamentar-se no banheiro. Cambaleei até a porta do laboratório, já sem esperanças de encontrar alguém... eu certamente estava presa num dos meus sonhos mais loucos, um pesadelo!

O lugar parecia vazio. Tentei em vão acender as luzes mas os interruptores não funcionavam. Portando a lanterna notei que uma grossa camada de poeira cobria mais cadeiras e computadores destruídos, como se estivessem ali a muito tempo.

Suspirei. Não tinha ninguém lá afinal, teria que dormir no prédio e esperar que alguém abrisse a porta para mim de manhã. Lembrei da criatura chorando no banheiro e estremeci, talvez fosse melhor ficar dentro do laboratório mesmo.

Procurei um lugar no chão onde não houvesse destroços, o que não era trabalho fácil. Tirei alguns cabos soltos do caminho e, quando me preparava para sentar, senti algo agarrar bruscamente meu tornozelo!

Subconsciente: A origem do medoOnde histórias criam vida. Descubra agora