Parte 14

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Tentei a porta da cozinha e estava aberta também. Já estava ficando até desconfiada com a sorte...

Por dentro a cozinha era de azulejos imundos e estava vazia com exceção de uma mesa, uma pia e uma geladeira pequena. Não havia armários os quais vasculhei então abri a geladeira, descrente, a procura de algo comestível.

Para minha surpresa, lá dentro havia um sanduíche natural, do tipo que se vende na cantina da universidade, ainda no papel plástico. Havia também, por algum motivo estranho, uma espécie de arco com um tecido fino e esfarrapado preso.

Peguei as duas coisas, o sanduíche para a professora e o arco por motivo algum... bom, o tecido estava um pouco frio por ter estado na geladeira e o contato com minha pele era agradável.. talvez eu estivesse febril.

Andei a passos rápidos, retornando para a sala de apresentações onde a professora estava, abri a porta já avisando que era eu. Não merecia mais um grito daqueles, minha cabeça estava latejando.

- Você... você...! Oh!

A professora se jogou em mim e dessa vez eu quase caí mesmo. Ela agarrou o sanduíche e se pôs a comer vorazmente, tal qual animal faminto. Enquanto ela comia, circulei a sala, mas nada vi de interessante então me pus a examinar o arco.

- O que será isso...?

- Hum... – começou a dizer, com a boca cheia – É um véu, não é...?

- Véu?

Realmente, um véu... Quem esperaria por um véu na geladeira? Sentei cansada em uma cadeira. Meu corpo estava quente, minha cabeça pulsava... Coloquei o véu, ainda fresco, sobre os cabelos. Alívio...

Ouvi um guincho assustado, a professora se encolhia a um canto apontando pra mim com um olhar de horror no rosto.

Subconsciente: A origem do medoOnde histórias criam vida. Descubra agora