Gritei seu nome. Ele se fora! Não acreditava no que havia visto, ajoelhei-me sobre a passarela e coloquei o braço para fora dela, tentando tocar algo sólido, mas apenas senti o ar.
Desiludida e sozinha novamente, voltei para onde estava. Nunca ia conseguir sair dali! Senti lágrimas escorrerem de novo e quis deitar no chão e ali ficar. Estava a meio caminho de fazer isso quando ouvi um telefone que tocava.
Vinha de alguma sala próxima e agucei os ouvidos, procurando alucinadamente. Poderia falar com alguém se atendesse! A porta da secretaria mais próxima estava bloqueada, mas, mais distante, se abriu e o som ficou mais alto.
Um telefone antigo tocava em cima de uma mesa bagunçada. Agarrei o fone, derrubando metade do conteúdo da mesa e quebrando uma garrafa.
- Alô?
- Tam...tam taraaam... Tam tam taraaam....
Era uma voz humana, mas bastante assexuada. Cantava aquela música comum dos casamentos do outro lado da linha, como se chamava? Marcha nupcial...
- Alô? ALÔ? Responda, por favor! Eu estou presa...!
- Presa? – respondeu a voz, em tom risonho
- É... por favor, estou na universidade, me ajude a sair...!
- Mas já está tudo combinado, você já está com seu vestido, não pode simplesmente ir!
- ... ...Como você sabe com o que estou vestida?! Você está envolvido nisso!? Quem é você?! Alô? Alô?
A ligação estava muito ruim, um chiado estranho não me deixava ouvir mais nada, a última coisa que consegui entender em meio ao ruído foi "Esse é o seu lugar".
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Subconsciente: A origem do medo
HorrorA narradora possui uma rotina estressante fazendo-a desejar sumir, até que um acontecimento muda sua vida e faz com que a moça tenha o desejo profundo de voltar ao mundo real.