A dor diminuiu um pouco, embora eu ainda me sentisse gelada e não sentisse bem as pernas. Procurei me lembrar de tudo que eu sabia sobre cobras e envenenamentos, tinha certeza de já ter visto um documentário... Acho que disseram que o veneno agiria mais rápido se a pessoa corresse, ou ficasse muito nervosa...Que consolo, afinal aquele era um lugar pra realmente se ficar "tranquila"!!!
Devagar, procurei me levantar me escorando na parede. Minha respiração estava melhor e olhei apreensiva para a porta. Não seria o ideal entrar na sala enquanto estivesse envenenada, mas que chance eu teria de sobreviver ao veneno se permanecesse no prédio?
Respirando fundo, abri a porta, só uma frestinha e iluminei a sala pela abertura, com a lanterna. Com um grito de alegria entrei na sala mais rápido do que seria prudente. Não havia mais insetos lá e, tentando não pensar pra onde eles poderiam ter ido, examinei as paredes.
101 111 110 100 1001 11
Não tinha nada com que anotar a sequência e então procurei mentalmente fazer a transformação para decimal: 5... 7... 6... 4... 9... 3.
Repetindo febrilmente os números, saí da sala o mais rápido que pude, temendo a volta dos insetos.Fui parar na porta de saída do prédio e me sentia mal de novo, enjoada. Vi o vômito se espalhar pelo chão antes de perceber que era meu. Encostei a testa na porta fria e me senti um pouco melhor, suspirei.
Lembrei do professor no laboratório, agora que eu tinha o código para sair talvez devesse ir buscá-lo. Mas no estado em que ele estava como convencê-lo a sair? Concluí então que seria melhor sair e buscar ajuda, tanto para ele quanto pra mim, que pelo visto ia de mal a pior.
Digitei os números na tranca, minhas mãos tremiam, não sei se pelo nervosismo ou se pelos efeitos do veneno. Com um ruído muito mais alto do que eu esperava a porta se destravou e não pude deixar de sorrir. Finalmente...!
Escancarei a porta e respirei o ar frio de fora, me sentindo aliviada. No entanto, o alívio durou apenas o segundo necessário para perceber que também tinha algo MUITO errado por ali. Agarrei meus cabelos e choraminguei. Não podia ser que ali fora também... Também estava daquele jeito!
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Subconsciente: A origem do medo
HorrorA narradora possui uma rotina estressante fazendo-a desejar sumir, até que um acontecimento muda sua vida e faz com que a moça tenha o desejo profundo de voltar ao mundo real.