Darkness of Love | Livro I | Romance Gay

Capítulo 06 - If It Makes You Happy

O beijo é a coisa mais antiga do amor, atração, paixão.

Naquele dia fui dormir leve e pesado como uma pena, o beijo havia sido ótimo, mas ele ir embora com os olhos dourados tinha sido confuso, e minha família o fuzilar com os olhos também, o que Eric havia feito? Pelo visto nada, e tinha minha nova amiga Luna que era estranha, mas pura, minha vida é uma montanha russa, e estava apaixonado pelo garoto misterioso dos olhos dourados.

Acordei me arrumei, tomei café e fui para a escola, ao chegar, pegar minhas coisas e ir pra sala, vi que Eric não se encontrava, me sentei com Luna e passei o dia com ela, no dia seguinte ele foi, mas me ignorou, ele estava com um garoto, ele deveria ser o tal David, era um garoto atrapalhado, mais ou menos 1, 80, branco, olhos castanhos, cabelo curto, e castanho médio, corpo satisfatório; nem mesmo me cumprimentar Eric fazia, ele passava do meu lado e olhava nos meus olhos, mas não dizia nada, aquilo me doía, comecei a criar um laço muito forte com Luna, eu ela não nos desgrudávamos, ela se tornou minha nova e única melhor amiga. Estar na mesma sala que Eric e ignora-lo era difícil; eu não sabia o porquê de Eric não falar comigo, ele havia me beijado e não o contrário, porque ele em evitava?; Passaram-se três semanas, algumas coisas aconteceram, por exemplo, eu entrei para a aula de dança, Alan pediu minha tia em casamento, eu e Luna íamos quase sempre ao penhasco ver a vista, eu estava apaixonado pelo Eric (não recomendo se apaixonar), entre outras coisas. Certo dia estava sentado com Luna no refeitório e vi Eric e David olhar pra mim e comentar algo, eles não riram, mas Eric me olhava com um olhar que eu decifrei como "Não fique com raiva de mim", não sei bem porque, mas eu em sentia tão fraco de novo, tão vazio e sem alma.

Faltava algo, eu precisava de algo; eu via ele andando pelos corredores e nem ao menos falava com ele. Certo dia passei do lado dele e sorri bem de leve e ele apenas assentiu sério, acho que não existia mais amizade, talvez ele houvesse esquecido de mim pelo fato do amigo dele ter voltado, ás vezes eu sentada na arquibancada da quadra externa e observava ele treinar, e ficava imaginando porque nossa amizade acabou assim do nada, não fazia sentido, só por um beijo? Se fosse isso ele podia dizer "Olha sou hétero e não quero nada com você", mas tem duas coisas: Ele me beijou e eu só retribuí, e o beijo foi a pior coisa que me aconteceu porque eu realmente notei que estava apaixonado por ele.

Me arrastava pelos corredores com Luna sempre ao meu lado, minha fiel companheira; pra esquecer dos meus problemas tipo, olhos dourados, um porão com quarto de tortura e armas e o homem misterioso da floresta entre outros... Eu me dedicava a dança, aulas toda terça e quinta depois da escola, nos outros dias eu ficava vendo Eric treinar, e ele notava.

A aula tinha acabado, era de geometria, essa Luna não fazia comigo e ela nem tinha ido para a escola, nesse dia eu estava só. Fui seguindo pelos corredores, fui me aproximando do meu armário, comecei a guardar minhas coisas.

-Voce é Diego?. Perguntou um garoto, quando olhei era o tal do David.

-Sim, porque?. Perguntei sem entusiasmo.

-Sou amigo do Eric e ele quer falar com você.

-Eu não tenho nada pra falar com ele. Fechei o armário com violência e saí andando pelo corredor.

-Mas é importante. Ele estava me seguindo.

-Ele me ignorou o mês inteiro, ele ainda lembra que eu existo. Falei parando e falando com ele enquanto as pessoas passavam com pressa.

-Ele tem passado por muita coisa, eu entendo ele, e por favor dá só uma chance? Por favor?. Ele disse juntando as mãos.

-Ok, mas espero não me arrepender. Falei bufante.

-Valeu, agora vem.

Ele foi me puxando em direção contrária das pessoas, eu não ligava de deixar Jason e Brittany me esperando porque muitas vezes quando eles iam embora, eu ficava e voltava pra casa de ônibus. Ele estava me levando pra trás da escola, e lá estava ele de braços cruzados com uma perna pra trás encostada no muro, me aproximei dele e ele se virou pra mim.

-Agora é com vocês. David disse levantando as mãos.

-Valeu cara. Eric disse me encarando, e David se afastou.

-O que você quer?. Tentei parecer neutro.

-Conversar. Ele disse tenso.

-E você sabe que eu existo?

-Para de drama.

-Drama? Drama?! Você falava comigo todo dia e agora passa do meu lado e nem se quer me olha.

-È porque... Eu não sei.. Ele disse abaixando a cabeça.

-È você realmente não sabe, mas se isso te faz feliz, pode continuar fingindo.

-Me desculpa ta é que aconteceu tanta coisa.

-E você precisa me ignorar?

-Você não entende ta!

-È eu não entendo. Falei desistente.

-È que quando to perto de você é tudo tão diferente, como se eu não tivesse problemas, e o mundo fosse mais leve. Eu não entendi o que ele queria dizer, mas aquelas palavras fizeram com que eu me sentisse preparado pra qualquer coisa.

-Eu estou apaixonado por você Eric. Falei fechando os olhos e mergulhando no silencio que girava sobre minha mente e o mundo, abri os olhos e ele estava com uma expressão confusa e a boca dele estava aberta como um "O" de tipo "o que"? Ele ficou tanto tempo em silencio com aquela cara que eu fiquei com medo e vergonha, eu senti meu corpo dormente e corri pra dentro da floresta, minha mochila caiu e eu ouvi Eric gritar "Espera!", mas eu estava pura adrenalina, eu podia sentir meu sangue correndo em minhas veias, minha visão estava turva, corri rápido e sem noção de direção, corri, corri e corri pra qualquer lugar, os galhos batia em meu rosto e eu os afastava com a mão, eu sentia o cheiro de terra, cortava entre as árvores com o máximo de velocidade que eu pude, tropecei numa raiz e rolei no chão, caí virado pra cima e olhei para os galhos das árvores, pensando o que havia acabado de fazer, eu havia dito para Eric que estava apaixonado por ele, e ele não disse nada, só ficou com uma cara de quem não está entendendo nada, me levantei e encostei numa árvore, abaixei e agarrei minhas pernas e coloquei minha cabeça entre as pernas e comecei a soluçar, encolhido ouvi um barulho, mas ignorei, devia ser algum bicho entre as árvores.

-Ora, ora, ora se não é a chapeuzinho vermelho. Ouvi uma voz masculina dizer e levantei a cabeça, era um homem, saindo por entre as árvores, ele era um pouco alto, branco, cabelo curto, e com uma barba semi cerrada, ele trajava um sobre tudo preto aberto e eu via seu peitoral, ele estava com uma calça jeans surrada e descalço. Levantei e fiquei em posição de alerta.

-Quem é você?. Tentei parecer normal, mas minha voz me traiu.

-E se eu disser que sou o lobo mau?. Por ironia eu estava com um casaco vermelho.

-Eu não te conheço, então se aproxime.

-O que uma criança faz na floresta sozinha?

-Estou esperando meu pai, ele é caçador. Inventei qualquer coisa.

-MENTIRA! Eu consigo ouvir seu coração batendo mais rápido, não adianta mentir, porque vou saber. Nós começamos a girar envolta das árvores.

-Eu só estou passeando. Como ele podia ouvir meu coração? Nem eu podia.

-Que mentira. Ele sumiu, eu olhei em volta e não o vi, mas logo em seguida vi vultos em todos os lugares, senti uma pancada forte contra mim que me arremessou pra longe.

Eu desmaiei ao me chocar contra uma árvore.