Capítulo 22 - Sad Dream

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ERIC

Todos no mundo já perdeu alguém, todos sabem como dói. A dor é duradoura até virar saudade. Eu havia perdido Diego á cinco minutos e eu sentia dor e saudade, sentia saudade de ouvir seu coração bater, de sua voz leve e calma, de sua respiração, de como seu coração acelerava quando eu me aproximava, saudades de um todo ele, e uma dor por ter perdido meu amor. Quando perdemos alguém que amamos é como se algo fosse arrancado de nós, como se caíssemos e ficássemos sem vontade de levantar. Lembro quando meu pai morreu, minha mãe chorava a todo momento, em todos os cantos, e eu era pequeno não entendia, só a abraçava para que ela parasse de chorar.

Se pudéssemos daríamos nossa vida pra ter a pessoa de volta, ou mesmo que fosse só uns poucos minutos. Cresci sem um pai, tive uma mãe que era os dois por mim. Se eu pudesse ter filhos com Diego, eu estaria do lado deles o tempo todo, eu iria ensinar meu filho a jogar beisebol, a jogar vídeo-game, a ser um homem como minha mãe me ensinou, e se eu tivesse uma menina iria mimar ela, e trata-la como uma princesa, ela iria ser a menininha do papai. Infelizmente eu e Diego não poderíamos ter filhos biológicos, isso era impossível, mas também não poderíamos adotar, porque meu lobo não aceitaria um filho que não fosse do meu sangue, de qualquer forma eu ainda teria Diego, mas agora nem isso eu tinha. Eu queria matar o filho da puta que fez isso.

Eu estava de joelhos com o corpo de Diego em meu colo, eu chorava tudo o que podia, eu não queria larga-lo, ele era meu. Albert deu uma risada cínica.

-Agora você sabe o que é perder alguém. Ele falou se contorcendo pra se soltar de Sam e Caius. As palavras dele fizeram meu sangue borbulhar de ódio, rosnei, meu lobo se enfureceu, Sam e Caius seguravam Albert o encarando com desprezo. Deixei o corpo de Diego deitado no chão,e dei um beijo em sua testa e sussurrei em seu ouvido. –Essa é por você amor. Me ergui do chão com os punhos cerrados e me virei para Albert, fui andando lentamente até ele, ele estava com seus olhos vermelhos, expus minhas garras na mão direita e fui com toda a força e vontade em direção a ele cravando minhas garras em seu peito, ele arregalou os olhos, e eu apertei seu coração por dentro da carne úmida, seu sangue escorria pelo meu braço, apertei seu coração entre meus dedos e o arranquei de seu peito, deixando um buraco como se nunca houvesse nada ali.

Joguei seu coração no chão, e o vi ele desfalecer, Caius e Sam soltaram seu corpo, deixando ele cair no chão, Caius pegou um isqueiro e ascendeu colocando-o perto das roupas de Albert, o fogo lentamente tomou conta de seu corpo fazendo ele arder em chamas, colocamos os corpos dos três betas mortos junto para queimar. Fiquei observando aquilo um pouco anestesiado, até que Caius disse calmo e condolente:

-Precisamos tirar Diego daqui, se quiser eu carrego o corpo. Caius colocou a mão em meu ombro.

-Não, eu levo. Eu disse seco, sem nem uma emoção na voz. Caius sabia o que eu estava passando, ele também perdera sua companheira. Caminhei até o corpo de Diego, e o peguei em meus braços, ele era tão leve, seu olhos estavam fechados como se ele estivesse dormindo, sua pele leitosa fria como mármore. Caminhei lentamente por entre as árvores, Sam e Caius me acompanhavam sem dizer uma palavra, Sam começou a chorar baixinho, mas ignorei, a dor dele não era maior que a minha, apesar de eu imaginar que ele sentiria falta dele, Diego sempre se importava com ele, quando Sam estava deprimido Diego sempre dava um jeito de alegrar ele, sempre o abraçava, ele se importava com as pessoas mais fracas, porque talvez ele achasse que ele também já fora uma.

Chegamos a uma clareira onde estava Luna, Sarah, Alan e Lena, juntos também queimando os corpos dos betas que acharam mortos. Luna correu até mim.

-Diego, o que aconteceu Eric? Eu não sinto a energia dele. Ela disse começando a chorar.

-Ele está morto. Falei e todos ficaram surpresos, as palavras saíram rasgando em minha garganta.

-Não. Disse Luna com a voz embriagada pelo choro. Me ajoelhei no chão e apertei Diego contra meu corpo, fechei os olhos tentando captar qualquer calor que ele emanasse. Luna se apertou contra mim, deixando Diego entre nós, ela me abraçou, voltei a chorar. Era como se nossos laços de lobisomem e companheiro estivessem ficando cada vez mais finos, finos como um cabelo, podia arrebentar a qualquer momento. O que eu tinha com ele era inexplicável, eu sentia suas emoções, se ele estava com medo, eu sentia, se ele estava feliz eu sentia, podia sentir quando ele estava em perigo. Segundo Caius o lobisomem sente tudo o que o companheiro sente, a vida inteira ele estando perto do companheiro ou não, o companheiro também sente o que o lobisomem sente, mas não com tanta intensidade, Diego dizia que ele podia sentir quando eu estava me aproximando.

Darkness of Love | Livro I | Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora