– Matthew?!
– Viu Sr... – ele se aproximou do paletó do homem para ler seu nome – Souza, ela me conhece! – Mesmo em português, a voz dele era única.
Ele conseguiu passar pela porta e veio correndo até mim. Se tacou no chão e me abraçou. Eu comecei a chorar. Não sabia bem o motivo, mas misturou muita coisa. Eu havia me mudado para um país completamente diferente, com culturas completamente diferentes; eu não via o Matthew a muito muito tempo e ali estava ele, me abraçando; e eu caí de no mínimo 5 metros de altura, e aquilo estava doendo.
– Nossa eu nem sei descrever como eu senti sua falta!
– Nem eu Matt, foram três anos sem você e eu não sei como aguentei!
Ele me pegou no colo para que pudessem abaixar a bendita rampa, e saímos daquele lugar. Ele carregava minha mala em sua mão direita e eu estava agarrada nele, ao que ele segurava minha coxa para que eu não caísse.
– Meu anjo, o que aconteceu?
– Eu estava louca pra desembarcar, só me esqueci que se a porta estava fechada, tinha um motivo..
– A enfermaria é logo ali.
Ele entrou em uma porta com uma cruz vermelha na ponta. Tudo era branco. Ele me deixou em uma maçã e explicou para a enfermeira o que tinha acontecido. Ela riu baixinho mas logo foi me ajudar. Meu joelho esquerdo estava ralado, e eu tinha quase certeza que havia torcido o pé direito na queda. Ah, e minha mão estava toda arranhada.. Em menos de dez minutos, todos os curativos estavam feitos e de fato, meu pé estava torcido.
– Vamos achar sua mãe e eu levo vocês para um hospital para eles examinarem seu pé, ok?
– Eu acho desnecessário..
– Então fica de pé sem se apoiar.
– Ok, me leva logo pra esse lugar. – odiava quando ele estava certo.
Saímos da enfermaria e encontramos minha mãe super preocupada, mas ao me ver, ela teve uma crise de riso, não entendo essa criatura. Ela me deu um tapinha no braço ( ainda rindo ) e perguntou em que eu estava pensando quando eu abri a porta haha essa é minha mãe.
Matthew me colocou em seu banco de trás e fomos pro hospital. No caminho, fiquei o encarando pelo retrovisor. Como pude passar tanto tempo sem ele? Só sua presença já me fazia tão tão bem.
Chegamos no hospital e entramos pela emergência. Gente que hospital era aquele? Meu Deus! Parecia um hotel, de verdade. Fui super bem atendida e saímos muito rápido de lá. Aparentemente, Matthew e sua família haviam preparado uma surpresa para nós duas. Ele nos deixou em nosso apartamento e subiu com a gente. Abriu a porta e..
– Como assim?!!– exclamei ao que eu olhava para o apartamento todo decorado em um estilo industrial.
– Gostaram?
– Tá zoando? Eu amei!
– Lana?
Minha mãe estava paralisada. Quando voltou pra Terra, abraçou o Matthew, e consequentemente me abraçou junto, pois eu estava nos braços dele, com o pé engessado.
Ela saiu correndo de braços abertos e rodando no meio da sala. Ele me deixou no sofá, que por sinal era muito confortável, e foi mostrar a casa pra minha mãe. Notei que ele pulou uma porta, e fiquei curiosa.
– Ei! Eu também quero ver!
– Já te mostro, bebê.
– "Já sou uma mulher"– disse com uma voz de bebê.
– Vem cá, tenho uma surpresa.
Ele me pegou no colo e me levou até aquela porta fechada. Abriu e eu comecei a chorar.
– Como você fez isso, Matt?
– Dei meu jeito.– ele disse secando minhas lágrimas e me apertando contra ele.
Meus avós haviam falecido há anos atrás. Antes de eu morar só com a minha mãe, morei com meus avós também, e meu quarto era igualzinho à este. Bateu uma saudade tão forte. Lembrei do velório deles, o Matthew estava lá, segurando minha mão e me emprestando seu ombro como almofada. Mal conseguia abrir os olhos de tanto chorar, mas ele ficou ali, me apoiando e sofrendo comigo. Ele sempre esteve lá, comigo.
– Ai Matthew!– Minha mãe apareceu na porta e pude ouvir o som de seu choro. Ele a abraçou também e ali ficamos, abraçados e enrolados em memórias.
Depois de um tempo, eu estava na minha cama, e ele, na sala cozinhando com minha mãe. Ele apareceu na porta e disse que a janta estava pronta. Eu estava muito cansada por conta do vôo e do meu tombo épico, mas juntei forças e fui comer, pois desde o avião, ainda não havia comido nada.
– Mac and cheese, querida.
– Como qualquer coisa agora, estou morta de fome haha.
– Princesas, eu tenho que ir agora, tá? Mas qualquer coisa eu estou no prédio da rua de trás. Sim, moramos bem perto. Ah, e April, amanhã te pego às 9:00a.m pra te levar na faculdade resolver algumas papeladas, tá?
– 9:00 a.m? Eu realmente tenho que ir amanhã?
– Sim Apes.
– Ahhh, fazer o que né? Ok, te vejo amanhã então. Ah, e Matthew, obrigada por tudo.– abracei ele e ele foi embora. Queria tê-lo comigo para sempre, bem ali do meu lado..Amoreees, postei. Estão gostando? Nesse capítulo não teve muitas coisas importantes, mas estou planejando muitas coisinhas ainda.. aguardem..
– Mel
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Lucky
RomanceApril e sua mãe, Lana, se mudaram para o Brasil por conta do emprego de Lana. Matthew, melhor amigo de April havia se mudado para lá há 3 anos, e eles não se viam desde então. Ao matar a saudade, eles descobrem que talvez aquilo não seja só mais uma...