Acordei meio desesperada, procurando meu guarda-roupa, e foi aí que lembrei que eu não estava em casa. Olho para o relógio, eram 11:00, como assim? Faltei à faculdade? Olho para o lado e vejo Matthew dormindo também, e eu estava no colo dele ainda. Ele também faltou?!
– Matthew!– Sussurrei, cutucando seu ombro.
Ele permaneceu imóvel, feito uma pedra. O que eu poderia fazer? Já não tinha mais como ir pra lá mesmo. Levantei-me, e fui procurar roupas, roupas dele mesmo. Achei uma mala com algumas camisetas, e alguns meiões novos. Fui até o banheiro, fiz um rabo de cavalo, coloquei uma camiseta azul bebê, e um meião dele, que ficou nos meus joelhos. Fui até o sofá e deitei-me novamente em seu colo.
Um tempo depois, acordei com ele mexendo no meu cabelo.
– Bom dia dorminhoca, já está tarde, sabia?
– Que horas são, Matt?
– 13:09, Apes.
– Pois saiba que eu acordei às 11:00, tá? Tentei te acordar, em vão. Resolvi voltar a dormir, pois não dava tempo de ir à faculdade mesmo.
– April, hoje é sábado, meu amor, não tem faculdade hoje!– Ele disse, rindo da minha cara.
– Eu não sabia disso..
– Você ficou bem nas minhas roupas, sabia?
– Não sabia, só as coloquei porque dormir de jeans não é confortável.
– Você ficou linda.
Merda. Eu sorri. Por que raios eu sorri? Eu não podia sorrir.
– Matt, eu tô com fome, me leva pra casa?
– Hmm, Apes, vamos sair? Tipo, uma balada, sei lá.
– Ah, pode ser, mas eu tenho que trocar de roupa antes.
– Tá, vou me trocar, depois vamos passar na sua casa e então vamos achar um lugar pra ir.
– Fechado.– eu disse, apertando a mão dele, como se tivéssemos feito um contrato.
Ele pegou a mala, e foi ao banheiro. A porta ficou entreaberta, de frente para o espelho. Eu peguei o computador dele e fui levar de volta à mesa de plástico, do lado do banheiro. Passei em frente à porta e me deparei com ele se trocando. Ele estava só de cueca, para ser mais específica. Gente, que corpo! Não! O que é isso April? Você não está interessada nele!
Estacionamos em frente ao prédio, e então subimos. Entro e dou de cara com minha mãe desesperada.
– April! Onde você se meteu? Quase estava ligando para a polícia. E que roupas são essas?!
– Primeiro: eu sou maior de idade, não te devo satisfações. Segundo: eu estava com o Matt, ele me mostrou a casa e dele e eu acabei dormindo lá. Por isso peguei algumas roupas emprestadas.
– Oi Lana.. – Disse Matthew, meio sem graça, passando a mão atrás da cabeça.
– Oi Matthew.
– Eu vou me trocar, estou saindo com o Matt, tudo bem por você? Ou prefere que eu fique em casa enquanto você esconde mais algumas coisas sobre meu passado?
Entrei no quarto, furiosa. Abri o guarda-roupa, e procurei alguma roupa apropriada para uma festa. Peguei uma saia rosa claro meio rodadinha, uma camisa creme, estilo meio antigo, e uma sandália de salto alto nude. Fui pro banheiro e passei rímel, e um gloss. Soltei o cabelo e ele estava incrivelmente bonito. Saí do quarto e vi que minha mãe estava tomando café e conversando com Matt. Ele, ao me ver, se levantou e encaixou o braço no meu. Saímos de braços dados, sem nem ao menos dizer tchau para minha mãe.
– Eu acho que você pegou pesado com ela.
– E você acha certo ela ter escondido meu pai de mim? Eu cresci me sentindo abandonada, por causa dela.
– Ela só achava que ele podia te machucar, Apes.
– Ela não tinha esse direito.
– Bom, enfim, onde você quer ir?
– Matt eu não conheço São Paulo, você que mora aqui.
– Você também mora aqui, mas eu acho que a gente devia ir para uma balada que eu conheço. Chama Colors.
– Ok. Vamos.
Chegamos na balada. Ele pagou uma quantia para entrar. Entramos e me surpreendi. Era um lugar gigante. Bem colorido ( como o nome dizia), com alguns objetos diferentes, e era meio escuro, com luzes coloridas iluminando o local.
Encostamos em um barzinho que tinha mais para frente. O Matt pediu dois shots de tequila. O garçom preparou e entregou um limão, duas doses de tequila e um saleiro para nós. Matt passou sal na minha mão, colocou uma fatia de limão na minha frente e ao lado colocou a tequila.
– É o seguinte, Apes: chupa o limão, lambe o sal, e vira a tequila, tá?
– Matt, eu nunca tomei tequila..
– 19 anos na cara e nunca tomou tequila? Pra tudo tem uma primeira vez né?
– Tá, mas se eu passar mal a culpa é sua, garoto.
E então eu fui. Chupei o limão, lambi o sal e virei a tequila. Quase morri. Sério.
– E aí? Gostou?
– Não é tão ruim assim. Mas na hora parecia que eu ia morrer. Odeio limão, Matt. Você sabe disso.
Enquanto eu falava, ele repetia o procedimento com ele.Gente, esse capítulo ficou meio longo, e não teve um fim exatamente, mas eu espero que vocês tenham gostado. Vou começar a postar com mais frequência, ok? Um beijo amorees.
– Mel💙
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Lucky
RomanceApril e sua mãe, Lana, se mudaram para o Brasil por conta do emprego de Lana. Matthew, melhor amigo de April havia se mudado para lá há 3 anos, e eles não se viam desde então. Ao matar a saudade, eles descobrem que talvez aquilo não seja só mais uma...